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lunes, 6 de agosto de 2012

uma guerra, um amor fraternal, novos começos e uma relação romântica no filme "Um homem com sote

Filme: Um Homem com Sorte (baseado no livro homónimo de Nicolas Sparks)
Género: Drama
Duração: 101 min 
Realização: Scott Hicks 
Com:  Zac  Efron, Taylor  Schilling, Blyte Danner
Uma guerra, uma fotografia de uma mulher desconhecida e uma série de coincidências que vão levar Logan, soldado que regressou do Iraque a procurar Beth, a trabalhar no seu canil, a conhecer alguns pormenores sobre a sua família e a reconstruir o fio condutor de uma história bela mas perdida, sobre o amor de dois irmãos. Trata-se de um testemunho comovedor sobre uma irmã que perdeu o seu irmão na guerra do Iraque, a sua relação próxima, a possibilidade de re-encontrar-se o amor após um casamento falhado. Esta é também uma história sobre a maternidade e a educação do filho, cujo pai é um homem rude, instável e inseguro de si mesmo. este é um filme romântico que revela toda a beleza e plenitude do amor baseado na confiança, na amizade e na partilha das palavras, emoções e recordações. Tendo resuperado a fotografia de Beth, Logan de certa forma devolveu-lhe o seu irmão, a coragem que mostrou como soldado e a forma heroica em que morreu e mereceu ser chamado de "um homem com sorte". Sem se cair no cliché de que o irmão de Beth morreu para Logan poder sobreviver, conta-se uma história emocionante sobre como as tragédias vividas, sentidas e partilhadas com alguém, podem e devem aproximar as pessoas.
Com belíssimas imagens da natureza, a música adequada ao conteúdo do filme, a excelente actuaç\ao do menino que faz o papel do filho de Beth, Um homem com Sorte é de certeza um filme que vale a pena ver, porque ensina o valor da esperança e do optimismo através das novas oportunidades e novos começos.

É na Terra, não é na Lua: os Açores perdidos

Filme: É na terra, não é na Lua
Género: documentário
duração: 196 min.
Realização: Gonçalo Tocha
A Ilha do Corvo é a mais pequena e a mais esquecida do arquipélago dos Açores, habitada por apenas 450 pessoas, embora já tenha chegado a ter entre 300 e 900 habitantes a viverem num ambiente belo mas inóspito, lidando com as suas diárias alegrias e problemas.
Foram filmados todos os momentos umportantes na vida da ilha e dos ilhéus: as tempestades, o abastecimento da comida, a chegada e a partida do avião, a produç\ao do qeijo caseiro, o baptismo de uma menina, as antigas tradições populares, a sincera e profunda religiosidade das pessoas  mais velhas, a matança do porco como um motivo de as pessoas se reunirem, trabalharem e ajudarem umas as outras, as conversas do café, as memórias, os fragmentos das vidas das pessoas, os momentos felizes e dolorosos nas vivências dos habitantes da ilha, a sua solidão, o isolamento em quee vivem, a resignaç\ao com a impossibilidade de implementar algumas mudanças. Vivendo em condições muito humildes, algumas das pesssoas da ilha conseguem ser optimistas e felizes.
O motivo da boina azul escura, tradicional dos baleeiros, que a senhora Inês Inêz  fez para o realizador do filme é uma excelente metáfora da criação, da luta contra a monotonia diária por um lado e da simplicidade e boa vontade das pessoas por outro. O exemplo de uma outra habitante da ilha, que faz o queijo "com ternura e carinho" é um detalhe que oferece aos espectadores um bom material para a reflexão, porque sobretudo aqueles que vivem nas grandes cidades podem sentirr-se cada vez mais afastados uns dos outros e de alguns valores tradicionalmente aceites e respeitados. Investindo a sua ternura e carinho em tudo o que faz, ainda que se trate de um simples queijo, a participante do filme mostrou que há sempre motivos e formas para se fazer bem aos outros sem pedir nada em troca.
Uma história muito bem conseguida e contada, em termos de som e de imagens, este filme representa uma experiência única de 450 anos de vida desta ilha, que parece abandonada e perdida no meio do nada, mas que a pesar de tudo "é na Terra, não é na Lua" que existe cheia de problemas e de esperanças ao mesmo tempo.
A única coisa que poderia ter sido melhorada no filme são as vozes dos narradores que soam muito apáticas e muito neutras, podendo ter sido escolhidas algumas vozes mais impactantes, como das que se costumam ouvir nos programas documentários sobre a natureza e as terras desconhecidas.

lidar com a morte e com o absurdo: a perspectiva do filme SWANS

Filme: Swans
Género: Drama
Duração: 126 min.
Realização: Hugo Vieira da Silva
Com: Kail Hildebrand, Ralph Heferth, Maria Schuster
A história sobre um pai e um filho adolescente que se deslocam a Berlim para visitarem a mãe do rapaz que está em coma, pareceu prometedora porque poderia ddar muito material para a reflexaõ e para a expressão dos afectos, para o auto-conhecimento e para a descoberta do Outro enquanto ser próximo e não como um estranho. O que o filme, porém, oferece é uma versão mais dura e mais absurda da realidade.
enquanto o pai parece preocupado com o estado de saúde da sua antiga companheira e com o dever de aproximar o filho dela, o rapaz, um jovem rico e mimado, habituado apenas a comodidades e liberdades sem saber o que é o sofrimento e a responsabilidade, perante a dor e à situação da sua mãe, afugenta-se no seu mundo, um ambiente cheio de música barulhenta, grafitis, prendas caras e marijuana.
A obrigação de enfrentarem-se com a doença e a dor, leva o pai e o filho pelo caminho da solidão e do isolamento, da não comunicação e de um silêncio absurdo e vazio que deve ser preenchido de qualquer forma.  Ouvem-se com a maior precisão todos os sons possíveis. os passos na neve, o vento, a urinação, o guardanapo rasgado, o skatbord pelos corredores do hospital, os suspiros durante as necessidades fisiológicas; tudo o mais banal parece merecer mais atenção nos ouvidos do espectador, menos a palavra. Se há qualquer comunicação entre o pai e o filho, ela reduz-se a frases curtas e declarativas sobe questões referentes da rotina do dia-a-dia. o menino nem sequer procura reconstruir a história da vida da sua mãe, não se pergunta sobre o sofrimento dela, está ali diáriamente ao seu lado, mas mais por obrigação e por nçao ter outra forma para preencher o tempo.
Para o rapaz adolescente, o encontro com a mãe no hospital não é mais que uma descoberta do corpo em todos os sentidos da palavra e com a experiência  de todos os sentidos envolvidos nesse processo: o tacto, o cheiro, a visão, a audição, e esta experiência é às vezes exagerada.
este filme, embora de formas por vezes demasiado drásticas coloca questões sempre actuais sobre a vida e a morte, a doença de uma pessoa próxima, a esperança e a sua ausência. Maisd do que isto tudo, o filme salienta um assunto muito delicado: a dignidade do ser humano quando sofre, sendo nesta obra apresentado o problema do ser humano como indigno e praticamente sem qualquer valor. O corpo da mãe, fragilizado, imóvel e indefeso, não é nem deveria ser o material para brincar nem deve ser observado como um objecto estranho que desperta curiosidade. O filho, mesmo que não tenha crescido com a mãe, e mesmo que nçao tenha estabelecido uma relação próxima com ela, não tem direito de cheirá-la, beliscar-lhe o peito, tocar-lhe a vagina, porque isso, além de violar a intimidade da mãe, já entra no domínio do perverso e do inusitado, do anormal e do quase incestuoso.
o facto de no fim do filme, o menino abraçar a mãe, pode interpretar-se como uma pequena capacidade de mostrar afectos, como um sinal curto e frágil de sentir o desejo de se aproximar dela, que dá ao argumento um ligeiro toque optimista no meio de tanto absurdo, monotonia, solidão e desespero. Tal como o corpo da mulher doente é considerado estranho pelo seu próprio filho, pelos enfermeiros e médicos é tratado como um objecto que lhes dificulta o trabálho diário.
Sem qualqueer valor cristão, sem qualquer emoção sincera, este drama mostra uma realidade na sociedade europeia contemporânea ocidental: a dor,  a morte e o sofrimento são sistematicamente afastados da vida quotidiana e quando o homem se vê forçado a enfrentá-los, não sabe o que fazer com eles, o que dá um excelente material para examinar a própria consciência e os próprios valores em que se acredita ou deve acreditar.
Uma boa realização, uma excelente actuação do rapaz, um tema difícil, que poderia perfdeitamente ser abordado de outra forma, mas também um tom demasiado pessimista e negativista, em poucas palavras é o que caracteriza esta obra cinematográfica, forçando o espectador a aguentar-se para não abandonar o cinema antes do filme.

domingo, 5 de agosto de 2012

nova oportunidade à vida no filme "Os amigos Improváveis"

Título:Amigos Improváveis
género: comédia/drama
duração: 112 min.
Realização: Olivier Makache/ Eric Toledano
Com: François Cluzet, Omar Sy
Baseado numa história verídica que despertou o interesse dos jornalistas e dos escritores, este filme, embora tenha elementos divertidos e um humor lúcido e fresco, tem muito mais de drama do que de comédia. A história de Philippe, um aristocrata sofisticado e Driss, um imigrante senegalês de passado problemático, é uma série de episódios emocionantes que tornou estas duas personagens  em verdadeiros "amigos improváveis".
Após ter sofrido um acidente em que ficou tetraplégico, Philippe procura um enfermeiro cujo perfil seja adequado às suas necessidades. físicas e emocionais. Depois de ter entrevistado vários candidatos e de ter verificado que o que os leva a responderem ao anúncio é o dinheiro ou algum outro motivo egoísta, decide dar a oportunidade a Driss, um jovem que esteve na prisão e que necessita de três recusas para poder receber o subsídio de desemprego.
Como na vida real as coisas nem sempre são tão fáceis e unilaterais como parecem, estes dois homens, diferentes em tudo, aprendem muito um com o outro, têm que adaptar-se aos defeitos e mundividências um do outro, a conviver, a completarem-se, a lidar com as suas personalidades e solucionar os seus problemas e conflitos.
Eszte filme, uma verdadeira obra de arte, reivindica os direitos dos gravemente doentes a terem uma vida normal, com os seus gostos, amizades, interesses, amores, com uma perspectiva diferente de olhar para o mundo, direitos a serem integrados na sociedade sem serem considerados vítimas e sem se aproveitarem das suas limitações físicas. Ao mesmo tempo levanta-se a questão dos marginalizados e da sua inclusaõ social sem olhar para eles com desprezo ou receio.
Philippe tem preferência pela música clássica, pelas obras de arte de autores conceituados, pela poesia francesa tem um vocabulário rico e gostos sofisticados, Driss por sua vez gosta de música de discoteca, não teve muito acesso à cultura, porém reconhece as melodias dos compositores clássicos pela sua presença nos anúncios publicitários, desenhos animados.
Entre eles com  tempo cria-se uma forte e sincera relação de amizade, baseada na confiança, na partilha de segredos e experiências, que os leva a conhecerem-se melhor e a descobrirem sempre novas capacidades dentro de si.
Nos assuntos que dizem respeito ao amor, Philippe é mais platónico, poético e romântico, tal vez por ter medo de ser rejeitado devido às suas limitações físicas. Driss, porém parece ser mais pragmático e não demora muito tempo em debruçar-se sobre as questões estreitamente ligadas ao erotismo e ao contacto mais íntimo.
À primeira vista completamente diferentes, estes dois amigos aprendem a aceitar-se e respeitar-se tal como são e sem tentar mudar forçosamente o outro. 
Após muito tempo partilhado e muitos episódios de felicidade que deram um ao outro, cada um deles tem que seguir o seu próprio caminho, Philippe ao lado da mulher que o ama e Driss no seu novo emprego não deixando de ser amigos próximos e sinceros.

Um filme por momentos cheio de humor espontâneo e vivo, aborda os temas sérios (como enfrentar a invalidez, como ultrapassar os problemas do passado), coloca quest\oes dobre a educação, a amizade, os valores, as alegrias e as desilusões que fazem parte da vida e promove a ideia sobre os novos começos e as novas perspectivas.  Despertando a ternura e as emoções profundas, Os Amigos Improváveis é um filme que oferece lições sobre o optimismo e esperança dando muito material para a diversão e reflexão. Com um argumento muito bem conseguido, com as personagens construídas de forma bastante relista e com toda a profundidade psicológica do seu carácter, trata-se também de um filme belo em termos de imagens e da música, e por tudo isto merece a atenção dos espectadores.
BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

sábado, 4 de agosto de 2012

psicanálise e o amor do ponto de vista de Carl Gustav Jung

JUNG, Carl, Gustav (2008) Sobre el Amor, Trotta, Madrid, 85 pp.
 Cuando se piensa  en el amor a la luz del psicoanálisis, es inevitable referir a Sigmund Freud como uno de los autores principales que abordó este tema y le dio una nueva dimensión. No obstante, hay que mencionar también a Carl Gustav Jung, uno de sus discípulos, que profundizó la temática del sentimiento amoroso y de las relaciones humanas condicionadas por él en muchas de sus variantes.
Sobre el Amor representa una selección bien hecha de los escritos de Jung acerca de estee asunto. 
Ya que el propio autor refiere que: "el problema del amor se me aparece como una montaña monstruosamente grande que con toda mi experiencia no ha hecho más que elevarse" (p.9), es difícil imaginar que en este libro se encontraría toda la teoría y reflexión junguiana sobre el tema. Lo que se nota es que este conjunto de ensayos está muy bien organizado por temas más generales: sobre el amor, sobre el Eros, sobre el matrimonio, sobre la comunidad, una relación que cura y se ha propuesto una posible conclusión de los estudios sobre la temática amorosa.
Segundo refiere Marianne Schiess en el prólogo la obra da juicios concretos sobre la relacción del individuo y su mundo anterior. A través de las reflexiones sobre el amor, se pretenden comprender las relaciones íntimas e interpersonales a todos los niveles, desde la compatibilidad anímica en el sentido vasto de la palabra, hasta el erotismo el matrimonio y la familia.
El amor es visto como una fuerza divina, complexa, profunda y rica que comprende y abarca todas las esferas de la vida y del mundo. intentando hacer una distinción entre el amor por el prójimo, el amor por la patria, el amor entre los esposos, el amor materno y el amor filial, como apenas algunas de las variantes de este sentimiento, Jung pretende destacar la idea de que en toda y cualquier relación amorosa lo que se necesita es mucha abnegación, supresión del egoísmo, un poco del sentido por lo sagrado, el sentimiento de responsabilidad hacie el otro.
teniendo en cuenta el carácter complejo de este sentimiento, se analizan también las relaciones entre el poder el dominio, el deseo de poseer el otro.
Siendo un gran defensor del amor en el sentido del misterio cristiano de la palabra, Jung en sus ensayos reunidos en este libro defiende la idea de que la incapacidad de las personas de amar es lo que las bloquea y no les permite vivir plenamente y hacer que las cosas se vuelvan más bellas.
Haciendo una distinción entre el modo fdemenino y el masculino de amar, Jung tal vez proponga una visión un poco simplista de las relaciones sentimentales, subrayando que la mujer es la que ama a un ser humano y el hombre está más dispuesto de amar los objetos, lo que podría explicar un poco su deseo de dominar y poseer.
en lo que se refiere al erotismo, para este autor el Eros no es apenas el sinónimo para una relación sexual, el eros es una fuerza que supera los límites de lo humano, no banaliza al individuo y no lo reduce apenas al objeto del deseo. Siendo el eros el principio de la vinculación, de acuerdo con el autor este principio también pertenece a la mujer, mientras que para el hombre se reserva el Logos como el principio supremo del interés objetivo.
Acerca del matrimonio, Jung tiene la idea de que un hombre y una mujer deben mantener una relación individual, es decir ser desarrollados como personas e personalidades para poder tener un matrimonio saludable. De acuerdo con sus propias palabras (p.13) "con el amor de los esposos dejamos atrás el terreno del espíritu y nos adentramos en esa esfera intermedia que se extiende entre el espíritu y el instinto, donde, por una parte la llama pura del eros se excita hasta convertirse en el fuego de la sexualidad, y por otra, formas del amor ideales como el amor paterno, el amor a la patria, el amor al prójimo se mezclan con la avidez del poder personal y con el deseo de poseer y dominar". Analizando un poco esta afirmación, se puede llegar a la conclusión de que el amor en la práctica es una destreza de saber combinar muy bien el elemento carnal y el espiritual.
Aunque Jung cuestione algunos de los preceptos históricos de la institución matrimonial y se interrogue sobre los papeles del hombre y de la mujer en la contemporaneidad, defiende la idea del matrimonio como tal y es de opinión que algo mucho más fuerte que la mera atracción sexual debe unir a um determinado hombre y una determinada mujer.
Todas las virtudes y ventajas del matrimonio, segundo el autor, deben estar direccionadas a la formación de una comunidad y por eso se afirma que (p.62): " Vivir huyendo de sí mismo es una cosa amarga y vivir con uno mismo requiere una serie de virtudes cristianas que en este caso hay que aplicar a uno mismo: la paciencia, el amor, la fe , la esperanza y la humildad".
El hecho de haberse mencionado la paciencia y la humildad juntamente con la célebre tríade da fe esperanza y amor en las relaciones humanas, les atribuyen un carácter todavía más sagrado y complejo, porque eso implica renunciar completamente al egoísmo y a la vanidad, sin perderse la fuerza de la personalidad humana.
Para Jung, el amor es una fuerza salvífica, algo que nunca se podrá ni explicar ni comprender completamente, pero hay que saber sentirlo y saber investir en esta emoción, porque ella es una de las supremas leyes y de los mayores misterios que existen en el mundo.



BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

reencontros e recomeços no filme "Comprámos um ZOO"

Filme: Comprámos um ZOO
género: comédia, drama
Duração:124
Realização: Cameron Crowe
Com: matt Damon, Scarlet Johanson, Elie Fanning
Embora a vida num jardim zoológico abandonado não seja o primeiro desejo de ninguém, apenas por sentir o momento da intensa felicidade da sua filha pequena Rosie, Benjamin decide comprar a propriedade, aprende a conhecer a natureza, a cuidar dos animais, a lutar pelos próprios objectivos, a tornar-se num pai melhor e num exemplo para os seus filhos.
Embora viver num jardim zoológico abandonado não seja o sonho de ninguém, por ver a intensa felicidade da sua filha Rosie, Benjamin decide comprar o terreno, aprendendo a conhecer a natureza, a tratar dos animais e mais do que isso tudo, a estabelecer uma relaç\ao forte baseada em confiança com os filhos.
Dylan, um típico adolescente habituado à cidade parece não adaptar-se bem ao novo ambiente em que vive, porque precisa das suas diversões, dos seus amigos, dos jogos e de tudo aquilo que tinha antes, tendo também saudades da presença da mãe e um pouco de ciúmes porque todas as atenções se dão à sua irmã mais nova. Lidar com os problemas do menino não é uma tarefa fácil para Benjamin, porque tem que educar o filho nos valores da responsabilidade, da partilha, da negação do egoísmo e no companheirismo. Quando se dá conta de que os seus amigos da cidade deixaram de pensar nele, Dylan refugia-se na amizade de uma menina da sua idade, que será o seu primeiro amor.

Este filme fala também do amor fraternal e paternal, das memórias, das novas amizades, do amor, quer que se trate do antigo, sentimento forte e puro que Benjamin ainda cultiva pela sua esposa falecida, quer da nova possibilidade de apaixonar-se que lhe é oferecida na pessoa da sua ajudante Kelly. esta nova história de amor ficou em aberto, o que dá ao argumento uma nota de esperança, mas sem cair no clichê previsível que se poderia esperar inicialmente. Desta forma, além do lado abnegado e esforçado de Benjamin, mostra-se também o seu carácter terno e romântico, de uma pessoa fiel e estável nas suas emoções. Este traço da sua personalidade é uma prova de quee ele é capaz de sentir um verdadeiro amor e de o transmitir aos seus filhos e a todos os que o rodeiam.

Perante o espectador está uma obra que fomenta os valores da estabilidade da família e das capacidades de se lutar pela realização dum sonho.
A escolha de Matt Damon como protagonista do filme foi uma excelente aposta, porque conforme passam os anos, vê-se uma grande evolução neste actor e torna-se evidente que ele não investe apenas no seu aspecto físico e que tem a maturidade necessária para os papéis sérios.
Em termos de imagens, há um grande leque de nuances de cores que enfatizam a  beleza da natureza.


O Exótico Hotel Marigold, resenha do filme

Filme: " O Exótico hotel Marigold"
género. drama, comédia
duração: 124 min.
Realização: John Madden
Com: Judi Dench, Bill Nighy, Maggie Smith
Várias pessoas  um pouco mais velhas, insatisfeitas com a sua vida na Inglaterra, ou tristes  por alguma razão grave (a mortr do marido, a doença, a solidão, a procura insatisfactória do amor), sem terem-se conhecido antes, decidem partir para a Índia, seduzidas pela publicidade que tinham visto sobre o exótico hotel Marigold.
O seu encontro com uma realidade completamente diferente daquela à qual estão habituados, representa um verdadeiro choque, uma vez que o hotel não dispõe das condições indispensáveis para os critérios e gostos dos europeus ocidentais: não existem portas entre os quartos, o telefone fixo nãi funciona, a torneira pinga, as comidas são demasiado temperadas, a música e os programas de animação no hotel parecem barulhentos e caóticos para um público habituado a outros ritmos e conteúdos.
Para todos os visitantes do hotel, a Índia é um verdadeiro "assalto aos sentidos" em termos das cores, das luzes, dos cheiros, dos sabores, mas também, aos seus olhos abrem-se novas perspectivas e formas de encarar a pobreza, a sujidade das ruas, a multidão nas ruas, distintos hábitos de tratar a família e de conviver com ela. persistem ou são negados os estereótipos culturais sobre o Outro, criam-se laços de amizade, de amor e de afectos e encontram-se modos mais variados para viver a sua velhice pleanmente.
Todos eles enfrentam o desafio da adaptação a esta nova realidade, mas também de se auto-conhecerem, de ultrapassarem e combaterem "os demónios do passado", de construirem os seus caminhos, de procurarem e perseguirem os seus sonhos, de serem sinceros consigo e com os outros.
esta viagem, porém, não traz benefícios a todos, uma vez que a Jane decide voltar para a Inglaterra, agobiada pela miséria e sujidade, deixando que o seu marido, após quarenta anos de casamento, encontre a sua felicidade.
Este filme questiona o choque das culturas, a autoridade materna, o direito dos filhos de lutarem pelo seu próprio futuro, afirma que a realização dos sonhos é possível e apoio dos verdadeiros amigos. Nesta obra defende-se a ideia que nunca é tarde substituírem-se os estereótipos profundamente arraigados pelas palavras de simpatia e gratidão.
O que o filme ensina também é que "tudo está bem quando acaba bem, e se algo ainda não está bem, é porque ainda não é o fim".
Com a excelente actuação de Judi Dench que aporta simultaneamente frescura e força à história, com as imagens realmente impressionantes da natureza indiana, com uma óptima realização e um argumento emocionante, terno e belo este filme sem dúvida atrai a atenção dos espectadores. o único defeito do filme é a alusão ao amor homossexual entre Manoj e o seu amigo inglês, que se reencontram depois de tanto tempo. Se não fosse  este pormenor, poder-se-ia ter tratado de umam episódio comovente doutra forma.

viernes, 3 de agosto de 2012

sobrevivência existencialista resenha do filme "O Cavalo de Turim"

Filme: O Cavalo de Turim
Género: Drama Duração: 146 min. Realização; Béla Tarr Com: Erika Bák, Janos Derzsi, Mihaly Komos
Cinema: El Corte Inglés
Enquanto os espectadores esperam ver a história sobre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche e a imagem do cavalo de Turim violentamente espancado, que o levou à loucura, este episódio é usado apenas como um ponto de partida para se acompanhar o percurso do "outro lado do espelho", mostrando-nos a vida do carroceiro e da sua filha, donos do cavalo que se tornou mundialmente conhecido graças ao efeito que produziu na mente do pensador.
Para a imagem da absoluta miséria que estão a passar ser ainda mais grave, a sua única comida consiste apenas numa única batata cozida que comem por dia, temperada com um pouco de sal, sendo a sua bebida água no caso da menina e aguardente no caso do pai. Um pormenor que pareceu realmente estranho é o facto de os dois pelarem a batata antes de a comerem, quando é sabido que em situações de estrema fome o ser humano não faz questão de goisto nem de sofisticação. Há que notar também que o pai e a filha nem sequer acabam de comer a sua batata, o que ainda sublinha a monotonia e a escassez da sua alimentação, perante a qual o seu organismo reage com rejeiç\ao e resignação.

O pai, a filha e o cavalo, os três parecem ser personagens trágicas, mergulhadas no seu mundo sem
 saída:  O carroceiro é um homem rude e duro, bêbado e solitário, cuja única diversão é olhar pela janela. A menina é uma jovem solitária, que não tem amigas nem namorado, apenas sabe ler, não tem nenhuma diversão nem perspectiva no futuro. O cavalo, velho, doente, quase abandonado a si mesmo, parece ser o único entre os três que tem alguma força, ajudando o carroceiiro e a filha a debaterem-se com a sua luta diária para a sobrevivência.
A situação do limite do absurdo agrava-se ainda mais quando, após uma vinda inesperada de ciganos, o seu poço seca. O carroceiro, a sua filha e o cavalo pretendem fugir à sua desgraça, mas por causa da doença e da fraqueza do cavalo, ficam presos no círculo vicioso do absurdo, da miséria, da solidão e da ausência absoluta de qualquer sentido. A sua vida é acompanhada pormenorizadamente durante seis dias, sendo o sexto provavelmente o último, que poria o fim à sua agonia.
Apesar da excelente técnica das imagens a preto e branco que acentuam ainda mais a visão pessimista e niilista do mundo, a lentidão com a qual se desenrola a acção cansa o espectador e obriga-o a esforçar-se a não abandonar o cinema antes do fim. A música que parece apropriada para um funeral, provavelmente tem por finalidade enfatizar a desumanização e a desvalorização da vida, porém.
Por vezes monótono, outras vezes forõsamente intelectual, este filme torna uma possibilidade de reflexão existencial e existencialista numa série de repetições de palavras e comportamentos sem qualquer sentido, fazendo com que no fim do filme o espectador sinta ao mesmo tempo um enorme alívio, por  a obra ter terminado, e por outro tem-se a ideia de uma visão demasiado apocalíptica do mundo e do destino dos indivíduos.
Muitos dos espectadores devem ter sido induzidos a ver o filme por causa dos sinopses traiõeiros, que prometiam a história da importância do episódio do cavalo de Turim na vida do filósofo alemão, e não esperaram este desenvolvimento da acç\ao.
Partindo-se de uma ideia atraente de contar uma versão deste acontecimento visto de uma perspectiva diferente, não se chegou ao fim desejado, parecendo que o próprio argumentista não sabia como finalizar nem como desenredar-se do próprio filme.