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lunes, 25 de febrero de 2013

a miséria, a grandeza, a indignidade e a glória no filme "Os Miseráveis"

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Filme: Os Miseráveis
Género: Drama, musical, histórico
Duração: 2h 38 min
Realização:
Baseada no romance histórico de Victor Hugo,  "Os Miseráveis" de uma forma bastante original, combinando elementos do drama, da obra literária e do musical, dá a sua visão da sociedade francesa apóa a revolução de 1789 e do estado em que um país se encontrava: entre a miséria absoluta, o esgotamento pelas lutas constantes, a decadência moral e os ideais (revolucionários e cristãos), valores recuperados e a grandeza e dignidade humanas.
Contando a história de um ex-prisioneiro Jean Valjean, que tinha roubado um pão para salvar o filho da sua irmã, sendo castigado com vários anos difíceis de trabalho nas galeiras, redimido e salvo, do seu inimigo Javert, da rapariga inocente, que uma vez seduzida e deixada com a filha pequena  nos braços, obrigada a prostituir-se, do menino mendigo Gavroche, que passa fome , dores e humilhações, mas que não perde a dé nos ideais, este filme faz-nos recuperar o imaginário romÂntico e interrogar-nos sobre a posição do indivíduo no mundo, a justiça e misericórdia humana e divina. Até onde é capaz de ir a degradação do ser humano, quão profunda é a sua queda e quão sublime que é a sua redenção. Entre as glórias da revolução e os horrores da vida quotidiana, esta espléndida adaptação cinematográfica de uma obra clássica entrelaça a história de amor entre Marius e Cosette, dois jovens idealistas capazes de lutar pelo seu amor e por um mundo melhor, nunca esquecendo a gratidão e a piedade. A personagem da éponine, apaixonada por Marius, mas capaz de sacrificar a sua vida para não interferir na felicidade do seu amado também é ao mesmo tempo trágica e gloriosa na sua miséria e sofrimento.
Impressionando com a excelente qualidade do som, das imagens, da actuação e da realização, parece que este filme ficou injustiçado em relação ao número de Oscares que ganhou. Certamente que Anne Hathway mereceu este prémio como melhor actriz secundária, mas Russel Crowe também podia ter merecido um.
Ao mesmo tempo histórico e imaginado, este é um filme que certamente vale a pena ver.

lunes, 11 de febrero de 2013

drama de uma inmigrante turca na Alemanha

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Filme: "A Estrangeira" (Die Fremde)
Género: Drama
Duração: 119 min.
Ano de realização: 2010
Realização: Feo Aladag
Com: Sibel Kekilli, Nizam Schiller, Derya Alabora
Festival do Cinema Alemão
Cinema: São Jorge
Partindo do facto que na segunda metade do século XX o número de inmigrantes da etnia turca ter crescido significativamente na Alemanha, o filme apresenta-nos a história de Umay, uma jovem turca nascida e criada neste país, mas casada em Istanbul, que pretende fugir da violência que ela e o filho sofrem por parte do seu marido e decide voltar para a Alemanha à casa paterna, onde não é bem-vista. Pensando que se trata de uma visita esporádica, os pais e os irmãos no início tratam-na com carinho e proteção, para mais tarde a acusarem de comportamentos impróprios de uma esposa submissa e honrada. Apesar da violência doméstica e dos maus tratos, nem o pai da Umay, nem toda a sua família mostram ter um mínimo de paciência e compreensão para o seu sofrimento e dor e pretendem obrigá-la a voltar para o lar do marido apenas para não "manchar a honra e o bom nome familiar". Embora a sua irmã mais nova esteja grávida antes do casamento, os membros da família da Umay têm critérios morais duplos, tratando o erro da irmã como um pecado menos grave que acontece na juventude e organizando-lhe um casamento alegre e grande, enquanto para a filha mais velha têm apenas palavras de condenação e rejeição. Seguindo um modelo estereotipado apropriado para as histórias de amor proibido para as praticantes do Islão, a Umay apaixona-se pelo Stipe (que pelo nome poderia ser um imigrante croata, embora isso não se refira no filme), um jovem tolerante, belo, bom, sem preconceitos, que gosta do seu filho, que o trata com carinho e atenção e que está disposto a dar-lhe todo o apoio para ela começar uma nova vida. Porém, a numerosa e forte família turca não perdoa semelhante transgressão das leis ancestrais e pretende dar cabo da vida da protagonista, sendo em vez dela acidentalmente esfaqueado o seu filho.
O filme termina com uma expressão de intensa e genuína dor na cara da jovem rebelde e com um emocionante grito, situando a dor da mãe por cima da sua paixão proibida, o seu desejo de se comportar como uma mulher europeia independente e por cima das leis da comunidade islâmica na Alemanha.
Muito mais do que uma história de amor contrariado e do desejo de uma mulher de conquistar a sua liberdade, este é um filme que levanta problemas e debates acerca da (não) integração da Diáspora islâmica nos países ocidentais, reforça a argumentação contra a possível adesão da Turquia à União Europeia (embora esse não seja o tema do filme), questiona as tradições, a identidade as pertenças culturais, a adaptação, reflecte a posição do indivíduo no mundo, discute os direitos e deveres da mulher na sociedade contemporânea.
Com uma excelente actuação da protagonista,  uma embora com um argumento bastante previsível e fraco em alguns momentos da narração, este é um filme que desperta emoções fortes e problematiza temas sempre actuais como o divórcio, o adultério, a submissão dos filhos aos pais, a violência a nível familiar e não deixa ninguém indiferente.