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viernes, 11 de octubre de 2013

O Sentido do Amor, resenha do filme

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Filme: O Sentido do Amor
Género: Drama
Duração: 96 min.
Com: Eva Green, Ewan McGregor, Lauren Tempany, Connie Nielsen
Realização: David Mackenzie
Cinema: UCI El Corte Inglés
Embora a sinopse prometesse uma história sobre um casal que apesar do comportamento estranho das pessoas à volta consegue preservar a profundeza dos seus sentimentos através de uma aventura sensual que os aproxima ainda mais, o filme dá uma visão assustadora e apocalíptica do mundo contemporâneo afectado por doenças cada vez mais estranhas e terríveis (perdas de cada um dos sentidos: o olfacto, o gosto, o ouvido, para terminar com a vista e o tacto) perguntando se num mundo assim seria possível encontrar o amor e qual seria o papel das relações sexuais nesse jogo de despersonalizarão e desumanização das pessoas. Os protagonistas, Susan, uma excelente epidemiologista, embora insegura, infeliz e insatisfeita com a sua vida pessoal (anda perdida à procura de um homem e sempre começa relacionamentos sem conhecer uma pessoa profundamente, baseia as suas experiências em aventuras sexuais ficando magoada no fim) e Michael (um óptimo cozinheiro cuja namorada morreu com cancro e com quem ele se tinha portado como um covarde) tentam encontrar o sentido do amor. Enquanto os restaurantes fecham, as pessoas estão aterrorizadas com notícias horripilantes da televisão (sobre catástrofes, dor, sofrimento, morte e miséria) e os líderes de seitas religiosas falam na aproximação do Dia do Julgamento, estes dois procuram construir uma relação em que além do sexo, pela primeira vez há lugar para o jogo "Faz-me especial" em que procuram ser sinceros, ganhar confiança um do outro contando coisas que nunca tinham contado a ninguém (Susan é estéril e odeia os filhos da sua irmã enquanto Michael fugiu quando a sua namorada estava doente e sentiu-se culpado). Num ataque de uma nova doença, Michael insulta muito Susan, dizendo que ela não significava nada para ele, que era igual como todas as outras e que não sentia nada por ela. O resultado é lógico, a crise nervosa dela, que no final do filme outra vez se vai transformar em amor.
Tocando nas questões sempre actuais: a solidão, o afastamento das pessoas num mundo cada vez mais globalizado, a superficialidade dos sentimentos, o isolamento, o egoísmo, o filme pergunta até onde é capaz de ir o amor, se nos momentos de graves catástrofes é possível ter amigos, sentir a beleza do mundo em todas as suas dimensões. Procurando relacionar uma história de amor com todo o universo e mostrando imagens de diversos países e continentes  (sendo a maior parte delas as de lixo, pessoas a chorarem, a fazerem trabalhos pouco valorizados e a viverem na miséria), o filme não passa de uma tentativa pretensiosa de abordar o sentido da vida e do amor. Demasiado negativista, demasiado patético por vezes até superficial, este é um dos filmes que ambicionam satisfazer o público intelectual, usando porém os truques de dramas comerciais (no final sempre há amor, amizade, perdão, os protagonistas permanecem juntos apesar da crueldade de Michael com Susan, o fim do mundo não chega a acontecer). Muito mais do que o relacionamento entre estes dois namorados, poderia ser interessante a relação  entre Susan e a sua irmã (o apoio incondicional que a irmã lhe dá em todos momentos, a amizade e cumplicidade entre elas, a felicidade e positivismo que a irmã lhe tenta transmitir). Este episódio do filme é irreversivelmente manchado quando Susan confessa que odeia os filhos da irmã por ela não poder ter os próprios. O facto de Susan se dirigir a todos tratando-os por "marujo" e as suas grandes saudades do pai deviam ser mais aprofundadas (a não ser descrevendo a sua incapacidade de encontrar um namorado adequado) e isso tornaria esta personagem mais real.
Além da excelente qualidade das imagens, pouco mais pode dizer-se a favor das mais-valias deste filme repleto de situações sufocantes que no final desaparecem como por magia.

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