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viernes, 19 de octubre de 2012

Vida quotidiana na Inglaterra no tempo de Isabel I

LEMONNIER, Léon (1974) A Vida Quotidiana em Inglaterra na Época de Isabel I, Livros do Brasil, Lisboa, 340 pp.
Quando se estuda e analisa a época isabelina na Inglaterra, entre as primeiras associações que se têm são que se trata de uma e´poca de ordem e prosperidade no país, da paz com a França e a Escócia, do grande desenvolvimento da indústria, das cidades e do seu pepel, e tudo isso graças a uma rainha de forte personalidade e extraordinárias capacidades diplomáticas e políticas como era Isabel I. Nesta monografia, porém, não se entra em demasiados pormenores acerca dela e do seu reino e o autor concentra-se mais na recolha de dados referentes à esfera do quotidiano e da vida privada.
Desta forma, o leitor chega a saebr que precisamente nesta época foi introduzido o tabaco na Inglaterra, e que isso inicialmente foi considerado um mau hábito, sobretudo por parte das mulheres, que se queixavam de que a roupa dos seus maridos cheirava mal, que deixava os seus dentes amarelos e que lhes prejudicava a saúde. Sobre o tabaco e o tabagismo na Inglaterra isabelina havia muitaas crendices, sendo uma  das mais populares que este hábito provocava a loucura.
Além deste pormenor, o leitor mergulha num mundo da grande valorização da comodidade, do luxo, do conforto nas casas, da beleza dos jardins e passeios públicos,  factos com os quais a rainha pretendia não apenas melhorar a vida dos seus súbditos, como também aumentar o prestígio da Inglaterra na Europa e no mundo.
Sabe-se também que durante o seu reino, as ruas das cidades eram muito seguras e bem policiadas, que os vagabundos (entre eles mendigos, malabaristas, actores, pequenos vigaristas e jogadores de cartas e de dados) eram muito perseguidos.
São abordados também os costumes relacionados com os rituais de iniciação (nascimento, baptismo, casamento, gravidez e morte), as crenças populares sobre cada um destes acontecimentos importantes tanto para o indivíduo como para a comunidade, as superstições, as formas de passar tempo, tendo sido dada muita importãncia aos bailes, à música, à poesia, à arte e à arquitectura.
Focam-se também alguns aspectos da vida urbana (o transporte, a higiene, as doenças,o abastecimento de alimentos, os hábitos alimentares, as estalagens) para o leitor ter uma visão completa sobre o estado inglês da época, as preocupações e os problemas do dia-a-dia das pessoas.
Nessa altura, quando na Inglaterra havia ainfda uma forte influência da religião católica, nota-se qu<e ainda se fesetjava o Carnaval e as festas de S. João, que se poderiam comparar com a sua celebração em determinados países que ainda hoje se consideram católicos.
São anotados também os jogos mais populares da época, entre os quais se destacava um, com características semelhantes ao futebol actual.  As diversões públicas e feriados eram uma oportunidade não apenas para o povo descansar das suas tarefas diárias, como eram uma forma de a rainha viajar, conhecer mais de perto as desvantagens de cada terra, conversar com os seus súbditos, e ganhar a sua simpatia e confiança. e por causa disso poder-se-ia talvez fazer um pequeno paralelismo entre Isabel I e Catarina a Grande, czarina da Rússia.
Neste livro abordam-se também as situações dos grupos marginalizados (prostitutas, ladrões, doentes físicos ou psíquicos) e dá-se uma breve visão do tratamento que eles tinham no reino e no povo.
Escrita numa linguagem clara e simples (embora talvez se pudessem apontar alguns defeitos na tradução, sendo determinadas cnstruções traduzidas muito "ao pé da letra" ou com termos de registo menos formal), esta obra destina-se a um público não necessariamente académico, a quem queer aprofundar os conhecimentos sobre esta época e a quem presta atençãoo aos pormenores, que ainda que não tenham marcado "a grande História" da Inglaterra, certamente marcaram as esferas privada e quotidiana deste país.

miércoles, 17 de octubre de 2012

Santo bispo Nikolaj Velimirovic na tradução para português


Вера Православна
Вера наша, вера давна,
Вера давна, вера чиста
Тестамент је Живог Христа -
Вера наша православна.

Пуна тајни мада јавна,
Апостоли развејаше,
'Ванђелисти описаше -
То је вера православна.

Љубав к Богу, дужност главна,
Њом се свеци просветлише,
Мученици веселише -
То је вера православна.

Наша вера, вера славна,
Њом се претци прославише,
Вишњем Богу угодише -
То је вера православна.

Вера наша, вера давна,
Њом славимо Христа Бога,
Цара царства бесмртнога -
То је вера православна.

 Владика Николај

A fé ortodoxa
 Fé nossa, fé remota
fé remota, pura fé
de Cristo vivo testamento
Fé nossa ortodoxa.

Cheia de mistérios, pública embora
pelos Apóstolos difundida
pelos  Evangelistas descrita
eis a fé ortodoxa.

Amor a Deus, obrigação primorosa
Com ela os santos iluminaram-se
os mártires alegraram-se
eis a fé ortodoxa.

Fé nossa, fé gloriosa
com ela foi que os ancestros se glorificaram
e a Deus agrdaram
eis a fé ortodoxa.

Fé nossa, fé remota
com ela Cristo Deus é louvado
Rei do Reino imortal
Eis a fé ortodoxa.
Tradução Anamarija Marinovic


CONSTRUO E DESTRUO Albano Martins



Construo e destruo.
Que importa,
se eu sei que destruí
uma coisa morta?


Construo e destruo.
Meu destino é esse.
De que serve guardar
uma coisa sem interesse?


Construo e destruo.
Só quem não destrói
não sabe
o que lhe dói.


Construo e destruo.
Que importa destruir,
se há neste mundo tanta coisa bela
ainda por descobrir?



Градим и рушим Албано Мартинш

Градим и рушим
страшна ствар
кад знам да сам разрушио
мртву твар?

Градим и рушим
то ми је судбина,
а шта вреди да се чува
нека ствар небитна?

Градим и рушим
Само онај ко не руши
не зна
шта га мучи.

Градим и рушим
зар је важно рушити
кад на свету има толико лепота
што тек треба открити.
Превод:
Анамарија Мариновић
Floriram por engano as rosas bravas
Floriram por engano as rosas bravas 
No Inverno: veio o vento desfolhá-las... 
Em que cismas, meu bem? Porque me calas 
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!... 
Onde vamos, alheio o pensamento, 
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento 
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve, 
Surda, em triunfo, pétalas, de leve 
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu! 
Quem as esparze – quanta flor! – do céu, 
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?

Camilo Pessanha
 
Процветаше грешком дивље руже
у зиму, дошао је ветар и окрунио их је
у ком си расколу, добро моје, што ми прећуткујеш
гласе којима до скоро варала си ме?

Замкови луди! Падосте тако рано!
Куда идемо, мисао отуђена,
руку под руку.Твоје очи се у једном трену
у моје упише, како ли су тужне само!
 
А по нама пада снег, невестињски бео,
глув, победнички, латице од лаке
трске је тло. На акропољу ледном.
 
А око твог лица налик је на вео
ко ли га посипа-колико цветова- паде
с неба по нама по власима нашим...
Превод: Анамарија Мариновић
 
 
 

martes, 16 de octubre de 2012

Um poema de Eugénio de Andrade traduzido para sérvio

< voltar a Eugénio de Andrade
Shelley sem anjos e sem pureza
Shelley sem anjos e sem pureza,
aqui estou à tua espera nesta praça,
onde não há pombos mansos mas tristeza
e uma fonte por onde a água já não passa.

Das árvores não te falo pois estão nuas;
das casas não vale a pena porque estão
gastas pelo relógio e pelas luas
e pelos olhos de quem espera em vão.

De mim podia falar-te,mas não sei
que dizer-te desta história de maneira
que te pareça natural a minha voz.

Só sei que passo aqui a tarde inteira
tecendo estes versos e a noite
que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós



Eugénio de Andrade

Шели без анђела и без чистоте

Шели без анђела и без чистоте
овде сам на овом тргу и чекам те
где питомих голубова нема и тужно је све
и крај једне чесме где вода пресахла је.

О дрвећу ти не говорим јер лишћа нема
о кућама не вреди јер њих је
истрошило време и и месечине
и очи онога што залуд чека.

О себи бих могао да причам али не знам
шта да ти кажем у овој причи тако
да ти природно делује мој глас

Само знам сам овде поподне читаво
ткајући ове стихове и ноћ
која ће те донети и насамо оставити нас.
Превод:
Анамарија Мариновић

Mário Cesariny traduzido para sérvio

Em Todas as Ruas te Encontro Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto    tão perto    tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny,


 У свим улицама налаѕим те
у свим  улицама губим те
твоје тело тако знано ми је
 толико сањах твоју прилику
да ходим затворених очију
и оцтавам твоју висину.
И испијам воду и ваздух упијам
што преко твог струка прође
толико, тако изблиза, тако стваран
да се преображава тело моје
и додирује сопствено својство
у телу што више није његово
у ишчезлој реци некој
тамо где једна рука твоја тражи ме
у свим улицама налазим те
у свим улицама губим те.
Превод:
Анамарија Мариновић

sábado, 13 de octubre de 2012

Mário de Sá- Carneiro traduzido para sérvio

Mário de Sá-Carneiro 7
Eu não sou eu nem sou o outro
sou qualquer coisa de intermédio
pilar da ponte de tédio
que vai de mim para o Outro
Mario de Sa- Karnejro
7
Ja niti sam ja niti Druga Licnost
neodredjeno sam nestp ozmedju ovoga
stub sam koji nosi od came sazdan most
koji vodi od mene do Drugoga
Prevod: Anamarija Marinovic

tradução do poema Comigo me desavim de Sá de Miranda para sérvio

Comigo me desavim,
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Com dor, da gente fugia,
antes que esta assi crecesse;
agora já fugiria
de mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
do vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo,
tamanho imigo de mim?
Sá de Miranda

Sam sa sobom razidjoh se
u svakoj se opasnosti nalazim
sam sa sobom ne mogu da zivim
niti mogu da pobegnem od sebe.
Sa bolom od ljudi sam bezao
pre no sto bi ovaj bol tako narastao
Sada bih vec pobegao
od sebe kad od sebe bih mogao.
Kakvu sredinu ocekujem, kakav svrsetak
od zaludnog posla koji sledim
jer samog sebe sa sobom nosim
tolikog sopstvenog neprijatelja.
Prevod: Anamarija Marinovic

viernes, 12 de octubre de 2012

regresso aos clássicos portugueses: Alves Redol

ALVES REDOL (1962) Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos, Publicações Europa-América, Lisboa121 pp.
Na altura do seu aparecimento considerada a mais bela obra da literatura neo-realista infantil, hoje em dia pouco estudada e talvez um tanto esquecida, a história sobre Constantino é muito mais do que uma narrativa de um menino da região saloia ribatejana. Trata-se de uma história cheia de ternura, dedicação, devoção que o autor mostra ter pelas pessoas do povo e pelo processo de crescimento das crianças, a sua forma de descobrir o mundo, de integrar-se na comunidade à qual pertencem, de ligar-se às suas raízes e á natureza, procurando o seu caminho singular até à vida adulta.
 Inspirando-se na infância de um menino que conhecia, Constantino Cara-Linda, o autor escreve para todas as crianças portuguesas da mesma idade e estatuto social do protagonista, mostrando a beleza e a dureza da ida na aldeia, as aspirações, os desejos, as ânsias, as preocupações, os temores de um rapaz que deseja realizar o seu maior sonho: o de deixar de ser um simples guardador de vacas e de se tornar em serralheiro de navios.
Muitas vezes classificado como "romance de aprendizagem " ou de "formação", Constantino  Guardador de Vacas e de Sonhos é o romance por excelência que apoia o desenvolvimento correcto da personalidade de um rapaz que sabe perfeitamente o seu lugar dentro da hierarquia familiar, que respeita os adultos, mas que encontra uma forma pícara e engenhosa de lhes responder "jogando as palavras como pedras de uma atiradeira" (p.18). Este rapaz tem as suas brincadeiras com os meninos da sua idade, sendo o Manel o seu fiel camarada e companheiro das numerosas aventuras e processos de se tornar "um verdadeiro homem".
Pela escolha de um nome singular, que ninguém na família tem, que além disso é um "nome da cidade", O autor pretende salientar que este menino tem a possibilidade de ter um destino diferente e que a sua personagem merece uma atenção particular: chamado desde a infância de " cantigas" e "Cuco", alcunhas familiares do lado dos seus pais, gosta muito da natureza e sobretudo de pássaros, conhece tão bem as suas espécies que até se julga "grão senhor de cinquenta ninhos". As suas aspirações, porém, não se limitam ao mundo rural e fará tudo o que for ao seu alcance para realizar a sua ideia de ter um emprego relacionado com os barcos, tendo ela nascido no seu coração no dia em que o pai o levou a Lisboa pela primeira vez para ver os barcos e o rio Tejo.
Parecendo inicialmente teimoso, um pouco desobediente (quando faz de conta que não ouve a avó a chamar-lhe e pedir-lohe alguma tarefa), preocupado com o seu suposto defeito do nariz grande (sem ter entendido a expressão popular "ser o senhor do seu nariz), revoltando-se contra os mimos que a mãe dá à sua irmã mais nova Ana Maria, Constantino tem ainda muito de criança. Quando aos seus doze anos tem a sua primeira conversa "de homem para homem" com o pai, essa experiência resulta ser muito enriquecedora, uma vez que nela descobre que "um homem nunca chora, mesmo que veja as tripas doutro na mão" (p.29), que não deve invejar a sua irmã pelo carinho que lhe dão "por ser pequenita", que a mãe não o ama menos que a menina, que a avó é uma pessoa muito sábia, que a educação e a escola são importantes e que há que respeitar a sua Professora. É então que ele começa realmente a crescer, acordando muitas vezes à mesma hora que o pai para irem guardar as vacas e fazerem outras tarefas da aldeia, estudando a história e a geografia, embora não se deixando humilhar pela sua Professora e não mostrando medo das reguadas. No seu processo de crescimento, o protagonista descobre que deve ajudar a sua irmã pequena a crescer e por isso usa a sua imaginação para lhe contar histórias bonitas, sendo a do toiro azul capaz de voar  a que mais a marcou.
Nesta obra criticam-se alguns métodos disciplinares demasiado rígidos, fomenta-se a esperteza a e a aprendizagem por todas as vias (mediante a escolarização formal, com os familiares e amigos e pela experiência própria).  Constantino aprende também a responder de forma nem sempre muito gentil aos que pretendem magoá-lo ou ofender algum familiar seu, Desta forma, na sua réplica: "pois não, vossemecê nas caçadas só mata copos, e o meu pai mata coelhos e perdizes", pode vislumbrar-se o início de uma determinada rispidez e talvez de má educação, como também pode notar-se a plena consciência que o menino tem de alguns problemas que os adultos da sua comunidade enfrentam (a dependência do álcool e a mentira como vontade de apresentar a realidade mais bonita do que é).  Entre outros assuntos estreitamente ligados ao processo de crescimento e da aprendizagem que Alves Redol coloca perante o leitor encontra-se a necessidade de salientar a importãncia de uma educação correcta, do estímulo de boas relações familiares e tambémm se se deve falar sobre a morte, os crimes e outros problemas da vida real na presença das crianças.
No episódio sobre a amizade de um dia com um rapaz da cidade, o autor ensina que na vida existem também desilusões, amizades que não resistem a prova do tempo, mas também se põe de lado do mundo rural e da sabedoria do campo por oposição à uma certa corrupção e artificialidade da cidade, o que é um, tema que atravessa todo o neorealismo português.
Com Constantino aprende-se que tuddo o que nos acontece na vida tem a sua utilidade, que "a cadeia fez-se prós homens", que "o homem não se mede pelo tamanho, mas sim pela coragem e pelas obras" e que é preciso "conhecer terras mais distantes", quer no sentido literal, quer no figurado da expressão.
Ligado á sua terra, família e tradições, com os pés bem assentes na terra, mas com a cabeça cheia de sonhos  e o coração de ideais, Constantino é uma criança parecida com muitas outras, mas ao mesmo tempo peculiar, com todos os seus deefeitos (o orgulho, a teimosia, o desejo de não admitir o seu medo) e virtudes (a dedicação a tudo o que faz, o amor pela liberdade e independência, o cuidado para realizar o que deseja).
esta é sem dúvida, uma obra clássica da literatura portuguesa, que as crianças merecem conhecer e ler, para verem e avaliarem o valor do esforço, da renúncia e da aprendizagem, que as levarão a assumir responsabilidades e a tornarem-se adultas no verdadeiro e pleno sentido da palavra.

miércoles, 10 de octubre de 2012

un poema de Juan del Encina traducido al serbio

  ¡No te tardes que me muero
    Carcelero,
no te tardes que me muero!

   Apresura tu venida
porque no pierda la vida
que la fe no está perdida.
    Carcelero,
¡no te tardes que me muero!
Bien sabes que la tardança
trae gran desconfiança;
ven y cumple mi esperança,
carcelero,
no te tardes que me muero!

   Sácame de esta cadena,
que recibo muy gran pena
pues tu tardar me condena.
    Carcelero,
¡no te tardes que me muero!

   La primera vez que me viste,
sin lo sentir me venciste;
suéltame pues me prendiste.
    Carcelero,
¡no te tardes que me muero!

   La llave para soltarme
he de ser galardonarme,
prometiendo no olvidarme.
    Carcelero,
¡no te tardes que me muero!


Fin

Y siempre cuanto vivieres
haré lo que tú quisieres
si merced hacerme quieres.
Carcelero,
no te tardes que me muero.
Не одоцни јер сам на умору Хуан дел Енсина

Не одоцни јер сам на умору
тамичару
Не одоцни, јер сам на умору!

Убрзај долазак свој
да не изгубим живот свој
јер вера јоште постоји,
тамничару,
не одоцни јер сам на умору.

Добро знаш да одоцњење
носи велико неповерење
Дођи и испуни моје надање
тамничару,
не одоцни јер сам на умору!

Избави ме из овог синџира
јер велику казну примам
одоцњење твоје осудом ме дарива
тамничару,  не одоцни јер сам на умору!

Први пут кад видео си ме
Да не осетих победио си ме
пусти ме, јер везао си ме
тамничару,
не одоцни јер сам на умору!

Кључ да ме ослободиш
биће тај да ме наградиш
обећањем да ме не заборавиш,
тамичару,
не одоцни јер сам на умору!

Крај

И све док будем био жив
Радићу све што хоћеш ти
Ако желиш милост да учиниш ми
тамничару,
не одоцни јер сам на умору!
Превод: Анамарија Мариновић