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martes, 29 de julio de 2014
sábado, 14 de junio de 2014
la prima neve film di Andrea Segre
Bem-vindos ao meu mundo de imaginação. literatura, cinema, fotografia, tradução de poesia e conheçam contos da minha autoria
Film: La Prima Neve,
Regista: Andrea Segre
Storia: Andrea Segre:
Con Matteo Marchel,
Jean-Cristophe Folly, Anita Caprioli
Genere: Drama, 104 minuti
Anno 2013
Festival del
Cinema Italiano, Lisbona
Un
fenomeno naturalissimo per gli abitanti di pergine, paesino situato nele
montegne del Trentino, Per Dani sarà una delle più belle e più grandi scoperte
della sua vita. Dani è un giovane imigrante, nato nel Togo, ma arrivato in
Italia come rifugiato di guerra di Libia. Vedovo, con una figlha di un anno, di
cui non sa come occuparsi, sofrendo un profondo dolore per la morte della moglie amata, una solitudine indescrittibile
e forse una crisi di identità, comincia a lavorare come carpintiero, per
rimanere legale in Italia e per ottenere i documenti ed andarsene a Parigi,
dove pensa trovare una vita milhore. Nel paesino conosce un anziano apicultore,
la sua nuora e Michele, nipote de dieci anni, che si sente solo, abbandonato e
triste per la perdita non-aspetata e precoce del padre. Il bambino non ha
fratelli, il suo rapporto con la madre è troppo dificile, tenso e confuso,
perche lui vuole colparla per la norte del amato padre. Cerca
aiuto presso lo zio Fabio, ma è deluso e affettato, quando scopre che lui è l’amante
della sua madre.
Conoscendosi melho, Dani e Michele cominciano a costruire
un raporto profondo, pieno di fiducia, amicizie e sincera admirazione per il
mondo, le emozioni, le paure, le preoccupazioni, la gioia l’uno del altro.
Il film trata dei problemi attuali nella società italiana contemporanea: l’ immigrazione, la cerca dell’ identità, i raporti fra le persone e i
luoghi, la solitudine, l’ isolamento, la deprivazione emozionale e l’incapacità
di amare di nuovo, con la constante paura di essere troppo sensibile o di
mostrare la volnerabilità.
“Le cose di stesso odore debono rimanere insieme,” sono le
parole del anziano che si riferiscono al legno e alla miele, ma che faranno Dani
riflettere e dire che non sa mai che odore ha.
Il film gioca con gli stereotipi, con la visione dell' Altro, che sempre sembra strano, per essere diferente, ma questa volta non ci
sono i tipici stereotipi del africano come brutto, ignorante, di una enorme
forza fisica, che non sa niente della vita ed incontra ostacoli ad ogni passo,
per non capire la civilizazione europea. Dani è crescuto in una città grande,
con tutte le infrastrutture necessari, parla italiano senza sbagli, sa anche
francese, ha viaggiato, non conosce molti proverbi popolari e non è
familiarizzato con il mondo degli animali. Michele ed il suo nonno, però,
vivono in campanha, non parlano l’ italiano correto, non hanno paura della
natura e degli suoi secreti, completando così i conoscimenti, i saperi prattici
e arrichindo la sperienza di vita di Dani, che, quando finalmente riesce
ottenere i documenti per legalizzarsi in Italia e per riuscire realizzare il
sogno de andarsene a Parigi, decide rimanere, perche la prima neve e i suoi
nouvi amici, il dolore superato e la sensazione che la sua figlia è ben ricevuta
lo fanno cambiare idea e creare le nuove radici e i nuovi rapporti nel paesino
italiano dove ha scoperto la plenitudine e la felicità.
È una storia emozionante, che parla del dolore, ma anche
della possibilità de transformarlo in una nuova energia, dipendendo della
perspettiva di osservare la sofferenza e la vita con tutta la belleza nascosta
dentro del suo percorso. È un desiderio di apartenere a qualche luogo, di avere
con chi compartire i momenti indimenticabili di communicazione, tenerezza ed
amore, è ricomincare senza paura, credendo sempre nel futuro e sperando una
vita migliore.
jueves, 22 de mayo de 2014
Livro das Pedras, Paulo Pego, resenha
Bem-vindos ao meu mundo de imaginação. literatura, cinema, fotografia, tradução de poesia e conheçam contos da minha autoria
PEGO, Paulo, (2014) Livro
das Pedras, Orfeu, Bruxelas, 79
pp.
Quer em termos linguísticos, quer
na escolha de temas, imagens e ideias, O
Livro das Pedras de Paulo Pego parece ainda mais complexo e, à primeira
vista impenetrável que o livro anterior, embora haja algumas constantes
temáticas, nomeadamente a denúncia da burocracia, a solidão e o absurdo da vida
do homem moderno e a procura do amor e seu sentido. Água, ar e pedras (nas suas
mais diversas modalidades) impregnam as páginas desta colectânea de poesia,
contrapondo duas tendências: a da “liquidez” e instabilidade da realidade e das
relações humanas e a procura da firmeza e estabilidade. Desta forma, o poema
que abre a colectânea intitula-se “Humidade”, e transmite todas as imagens
“molhadas” desde o sufocante calor das pessoas que saem do avião e que certamente transpiram até à “chuva fina
que dissolve o magma”, a espuma a “água
que mata sede”, “humedecer””, rio”, “gotas”, “fluxus”,” aluvião”, “arroios”,
“líquido”, “húmida” (aqui o adjectivo parece ser usado de propósito no
feminino, indicando todas as conotações possíveis com a reprodução, o princípio
feminino, o sexo), “salivas”, “mar”. À abundância das referências à água, opõem
se as planícies secas, o calor da Andaluzia, a cor ocre das pedras (relembrando
o universo poético do espanhol Antonio Machado), o magma, a ignescência, a
queimada beirã. Para além da água, um dos elementos mais presentes nos versos
do Livro das Pedras é o ar, quer na sua
vertente física, quer como símbolo da volatilidade da palavra. Palavra essa,
que em momentos pode ser até de vidro, simultaneamente procurando e negando as
pontes, podendo ser incapturável como o pássaro ou rasante.
Dialogando com poemas, pinturas, tendências literárias (dadaísmo,
futurismo), artes gráficas, disposição das palavras, a sua semântica interior e
os seus sentidos escondidos, partes de expressões populares (nada nem coisa
nenhuma) e eruditas (em francês, latim, inglês), fábulas, História (sobretudo
da Argentina), geografia (Portugal, Argentina, Espanha, espaços imaginários) o
autor não revela apenas a cultura e os mais diversificados conhecimentos do
autor, como também apela à curiosidade do leitor, convida-o a revisitar todo
este imaginário cultural, a acrescentar e inscrever as suas próprias
referências na leitura dos poemas e sobretudo a pensar.
Entre os problemas do homem moderno, que trabalha demasiado e por vezes
deixa de pensar, as banalidades do quotidiano tais como os amaciadores de roupa
e nódoas, na poesia de Paulo Pego há lugar também para a condenação dos rótulos
dirigidos ao Outro, para as reflexões sobre o sentido da vida e para o amor,
que aparenta ser a pedra mais firme de todo o livro, oferecendo uma determinada
segurança ao homem perdido à procura da felicidade e afirmação, enquanto ser e
enquanto poeta.
Tal como a colectânea anterior, o Livro das pedras não é de uma leitura
fácil e superficial, procurando demonstrar ao mesmo tempo a impenetrabilidade
do mundo e do universo interior do homem, a firmeza que procura na sua vida e a
vulnerabilidade que não permite ostentar.
sábado, 17 de mayo de 2014
A LÓGICA DOS CORAIS de Paulo Pego, resenha
Bem-vindos ao meu mundo de imaginação. literatura, cinema, fotografia, tradução de poesia e conheçam contos da minha autoria
PEGO, Paulo (2013), A
Lógica dos Corais, Orfeu, Bruxelas, 79.pp
Experimentar
com palavras, viajar por espaços e tempos, reflectir a posição do indivíduo no
mundo (a preocupação do homem contemporâneo, sufocado na rotina e na banalidade
do quotidiano à procura de um sentido da vida: Deus? Amor? Relações
Interpessoais?), (re)pensar o processo da criação literária, e sobretudo
poética, combinar as cores das imagens que impregnam os seus versos com a
interessante parte gráfica (posição, tamanho e forma das letras) caracterizam a
poesia de Paulo Pego, que de forma alguma pode ser de uma leitura fácil ou
unívoca. Estes poemas, verso após verso e página após página convidam o leitor
a reflectir, a conquistar as ideias e expressões, à primeira vista talvez herméticas
ou inacessíveis, para, após um olhar mais profundo, se tornarem mais próximos e
familiares, mais legíveis e mais interiorizáveis, mais fáceis e compreensíveis,
mais em conformidade com a sensibilidade e personalidade do autor.
Começando
pela análise da imagem da capa, um desenho bastante original a carvão e lápis
de cor, realizado por Maria Leal da Costa, nota-se a luta da vida, representada
numa folha que se movimenta, saindo de um vazo cinzento e neutro, observado por
uma lâmpada (evocando elementos do escritório em que o homem moderno passa a
maior parte do dia-a-dia) contra a
monotonia do absurdo quotidiano.
Uma
colectânea em que pairam as aparições, as recordações, os pequenos relâmpagos e
cortes de um livro de viagens, alternando-se com as imagens do homem perdido,
os seus temores do envelhecimento, da incomunicação, do isolamento. A Poesia de
Paulo Pego dialoga com autores (Pessoa, Carlos Drumond de Andrade Dulce Maria
Cardoso, talvez até certo ponto com
Gonçalo M. Tavares e Jorge Luis Borges), inspirando se em textos conhecidos,
recriando-os e relembrando constantemente a inquietação do poeta por encontrar
e afirmar a sua própria voz e expressão lírica, sem cair, porém, em
estereótipos e lugares comuns…
Lugares…
reais e ficcionais, sonhados e imaginados, visitados e revisitados: Sicília,
Siracusa, Lisboa, os seus miradouros, cafés, restaurantes, carros de gelados, balcões,
Sintra, São Petersburgo, Bruxelas, Viena, Dubrovnik, Turquia, Índia, cidades
sem nome (apenas numeradas), Barcelos (referência às raízes e à identidade, “Eu
Árvore”, sendo porém essa árvore “sempre inclinada para Esteiro)… Lugares
utópicos, heterotópicos e distópicos simbolizam a procura, o desejo simultâneo
de continuar a fluir como o rio, a tremer como os nervos, a ser um eterno
peregrino, e de uma necessidade de
encontrar um ponto, uma pedra, um sítio estável e seguro.
Desde
o próprio título, a cor vermelha domina através dos corais, vinho, paixão,
explosão de napalm, prazer, sangue,
as feridas operadas sem
anestesia, granadas, paletas, fósforos,
queimar, rubor, amor, calor, carne, romã, paisagens indianas, boca, sexo,
cerejas. Entre outras cores mencionam-se apenas esporadicamente o verde, o
branco, o azul, o negro e o cinza, mostrando, desta forma a vitalidade dos
poemas e a força irresistível com que o poeta se opõe à monotonia da
burocracia, ao sufoco das regras absurdas, isolamento, cânones incompreensíveis.
Questionando
as regras, o poeta parece revoltar-se contra a ortografia em vigor, colocando
partes de palavras entre parêntesis, pondo um ponto no meio da palavra
(semi.tudo) ou no início da frase (.namorados), desrespeitando as maiúsculas e
minúsculas, os signos de pontuação e por vezes a ordem das palavras, o poeta
parece advogar a liberdade de expressão e a independência da palavra poética em
relação às outras criações literárias. Com um vocabulário elaborado, um
trabalho linguístico precioso, um estilo peculiar, o poeta provavelmente
pretende não apenas pôr de manifesto a riqueza e variedade da língua
portuguesa, como também deseja apurar e refinar o gosto do leitor pelo
sofisticado e pelo sublime. Mesmo falando em sucatas, em assuntos banais como
as bolachas que de devem vender em determinado tipo de lojas, em caixas de
correio, carros de gelado, sente-se neste livro uma aspiração ao superior, ao
absoluto, ao celestial. Mesmo num mundo cada vez mais globalizado, isolado, em
que as pessoas se cruzam, ninguém se cumprimenta, as relações interpessoais são
frouxas e superficiais, existe sempre uma esperança no Natal, nas águas
baptismais, no crisma e num deus (curiosamente escrito com minúscula), que dá
um sentido mais alto à vida humana.
Entre
a arte comprometida e a poesia pela poesia, A
Lógica dos Corais parece reivindicar a urgência da beleza da vida, expressa
nas viagens e na criação e a necessidade do amor como sentido do percurso
humano.
sábado, 10 de mayo de 2014
AVE SERBIA POEMA DE JOVAN DUCIC TRADUZIDO PARA PORTUGUÊS POR ANAMARIJA MARINOVIC
Bem-vindos ao meu mundo de imaginação. literatura, cinema, fotografia, tradução de poesia e conheçam contos da minha autoria
E as auroras para
luzirem nos sonhados caminhos.
AVE SERBIA Jovan Dučić
O teu sol agora nas bandeiras é levado
Tu vives no orgulho furioso dos filhos
O teu céu luminoso connosco o levámos
Ainda estás connosco, santa mãe torturada.
Todos os teus relâmpagos no brilhar das espadas
Todos os teus rios rugem no nosso sangue
E todos os ventos na nossa vingadora raiva.
Nós somos o teu ser e
o teu destino
O latir do teu coração no cosmos, Eterna,
O teu fado está escrito na testa do teu filho
À sua espada vai tua indizível palavra tremenda.
Com o leite do teu seio a nós envenenaste
Na dor e na glória para sermos os primeiros,
Deste à luz a dois irmãos gémeos
O Mártir e o Herói, gota de lágrima e sangue
Tu és o signo no céu e luz na noite
Ó, berço e túmulo na
vestimenta de sol feita
És o legado amargo do sofrimento e do poder
E o único caminho que ao apogeu leva.
Somos tuas trompetes, vitórias e ondas
Do teu mar de fogo e dos teus rios do sol feitos
Nós, boa mãe, somos aqueles que demos
Cada gota de sangue por uma gota do teu leite.
Tradução: Anamarija Marinović
Tradução do poema "Nau francesa navega" (versão original) da autoria do Coronel Branislav Milosavljevic, A tradução é de Anamarija Marinoviº
Bem-vindos ao meu mundo de imaginação. literatura, cinema, fotografia, tradução de poesia e conheçam contos da minha autoria
Nau francesa navega
Креће се лађа француска (оригинална верзија)
Сиње је
море широко,
Широко, хладно, дубоко.
Креће се лађа француска
Са пристаништа солунска.
Широко, хладно, дубоко.
Креће се лађа француска
Са пристаништа солунска.
Одлазе моји
другови,
Другови српски витези,
У земљу даљну Африку;
Сви носе тугу велику.
Другови српски витези,
У земљу даљну Африку;
Сви носе тугу велику.
Из своје
земље прогнани,
По свету блуде млађани;
Туђино мајко – маћијо,
Збогом занавек Србијо!
По свету блуде млађани;
Туђино мајко – маћијо,
Збогом занавек Србијо!
Па кад се
море заљуља,
Махнито силно удара,
Сви моле Светог Николу,
Његову силу на мору!
Махнито силно удара,
Сви моле Светог Николу,
Његову силу на мору!
Многи ће од
њих бити плен,
Кад дође швапски сумарен,
Много је Срба пропало
У мору хладном остало.
Кад дође швапски сумарен,
Много је Срба пропало
У мору хладном остало.
Шта ли је
Србин згрешио?
Богу се увек молио;
Седам се лета борио;
У рову славу славио.
Богу се увек молио;
Седам се лета борио;
У рову славу славио.
Узалуд чекаш мајко
ти,
Да ти се војно жив врати,
Море је сито – мирује;
Јединца твога – милује!
Да ти се војно жив врати,
Море је сито – мирује;
Јединца твога – милује!
Nau francesa navega (versão original)
O mar azul é largo
Largo, frio, profundo,
Do porto de Tessalónica.
Partem os meus amigos
Amigos cavaleiros sérvios
Para África, terra afastada
Todos com tristeza tamanha.
Da sua terra desterrados
Pelo mundo, jovens vão errando
Madrasta - ó, mãe terra alheia!
Para sempre adeus, Sérvia!
E quando o mar se agita,
Desenfreados, intensos golpes dá
Todos oram a São Nicolau
Pela sua força no mar.
Muitos presos serão
Quando chegar o submarino alemão.
Muitos sérvios pereceram
No mar frio permaneceram.
O que o sérvio terá pecado?
A Deus sempre tem rezado,
Durante sete anos lutou
Na trincheira o santo familiar festejou.
Em vão, mãe, tu estás a esperar
Para o teu soldado vivo voltar
O mar saciado – a sossegar
O teu unigénito - a acariciar.
Tradução do poema "Nau francesa navega" (versão cantada) do sérvio para português por Anamarija Marinovic
Bem-vindos ao meu mundo de imaginação. literatura, cinema, fotografia, tradução de poesia e conheçam contos da minha autoria
Креће се лађа француска
(најпопуларнија певана верзија)
Силно је
море дубоко
Дубоко плаво, широко
Нигде му краја видети,
Не могу мисли поднети.
Дубоко плаво, широко
Нигде му краја видети,
Не могу мисли поднети.
Креће се
лађа француска
Са пристаништа солунска,
Tранспорт се креће Србади,
Ратници браћа рањени.
Са пристаништа солунска,
Tранспорт се креће Србади,
Ратници браћа рањени.
Полазим
тужан, болестан,
Помислих: „Боже, нисам сам.“
И моја браћа путују
И са мном заједно тугују.
Помислих: „Боже, нисам сам.“
И моја браћа путују
И са мном заједно тугују.
Сваки се
Србин борио,
У рову славу славио,
Срећан се Богу молио,
Да би се кући вратио.
У рову славу славио,
Срећан се Богу молио,
Да би се кући вратио.
Радости нема
ни за трен
Наиђе
швапски сумарен,
Сви моле Светог Николу,
Његову силу на мору!
Сви моле Светог Николу,
Његову силу на мору!
Nau francesa navega (versão cantada mais popular)
Poderoso é o mar profundo
Profundo, azul, largo
O seu fim não se consegue observar
Pensamentos não os posso suportar.
Nau francesa navega
Do porto de Tessalónica
Navega o transporte dos sérvios
Guerreiros, irmãos feridos.
Parto triste, doente,
“Deus, não estou só”, pensei,
Os meus irmãos também viajam
E comigo juntos lamentam.
Cada sérvio esteve a lutar
Na trincheira festejou o santo familiar
Feliz a Deus esteve a rezar
Para ao seu lar regressar.
Não há um instante de alegria
Eis o submarino alemão que se aproxima
Todos
oram a São Nicolau
Pela
sua força no mar! Tradução; Anamarija Marinović
lunes, 31 de marzo de 2014
Racismo por Anamarija Marinovic
Bem-vindos ao meu mundo de imaginação. literatura, cinema, fotografia, tradução de poesia e conheçam contos da minha autoria
Racismo
-¿Te casarías
con un hombre negro?- le preguntó una vez a Ana una de sus compañeras de la
Universidad. Por acaso no eran amigas, mucho menos muy próximas, de hecho, se
conocían apenas de la biblioteca de la Facultad de Letras de Lisboa, siendo “hola”,
“buenas tardes” y “¿qué tal?” entre las pocas frases que hasta entonces habían
cruzado.
Sorprendida
con esa repentina proximidad y con ese inesperado deseo de conversar de su
colega y sin saber muy bien a qué propósito venía la pregunta, Ana dejó por un
instante de leer su ejemplar de la revista Evasões
y, deliciándose de su taza de té (aquel con un maravilloso olor a vainilla y
caramelo), levantó la mirada y se limitó a responder:
-
Pues,
mira, no sé. Depende… Depende de muchos factores, como cualquier casamiento. Y
¿se puede saber por qué me lo estás
preguntando?
-
Por
nada. Sólo quería saber. Por curiosidad, nada más. Pero, me sorprendes. Yo que,
de tanto verte aquí en la biblioteca estudiando, pensé que eras una chica más moderna, contemporánea, mas liberal de mente abierta, open-minded, es decir y tú resultas todavía muy retrógrada, muy anticuada, muy in tolerante… Yo te acabo de hacer una pregunta tan actual, tan importante, tan contemporánea y tan cosmopolita y tú no eres capaz de darme una respuesta concreta, limitándote a un simple “no sé” y a un vago “depende…”. Estoy decepcionada, Ana…
- - Mira
ahora tú, en primer lugar, una pregunta tan actual, tan importante, tan
contemporánea y tan cosmopolita no se hace “por nada” ni “por curiosidad” y
mucho menos a alguien a quien recién conoces. Debe haber una razón Hasta pensé
que habías iniciado una relación con un chico africano y que me querías dar la
feliz noticia, pidiéndome la opinión. En ese caso, te agradecería la confianza y te felicitaría. Pero, si me
acabas de llamar todos esos nombres, ¿por qué quieres seguir conversando?
-
Disculpa,
era sólo una pregunta. Y además, ¿yo a empezar a salir con un chico así? No,
qué idea… Es decir, nunca se sabe, pero.. no, no. No era nada personal. Era
solamente para saber lo que tú opinabas. Nada más.
-
Ora
bien, tu pregunta ahora merece un poco más de mi atención- dijo Ana disfrutando
de su té, que todavía estaba caliente y que seguía desprendiendo el olor a
vainilla y caramelo- Tu pregunta es tan generalista e igualmente vaga como si
me hubieras preguntado si me casaría con un hombre gordo o con un chico que usa
gafas o con un joven bajo y de ojos azules, si a mí me gustan más los morenos
(si queremos decir la verdad, a Ana no le gustan “los morenos” sino un solo
moreno, además, ella sólo tiene ojos para esa persona y el resto del mundo no
le interesa en absoluto, muy romántica, idealista y sinceramente enamorada de
un solo chico, así es nuestra Ana, y hasta creo que amaría a ese alguien y si
fuera más rubio y más blanco que su madre, pero bueno, esto se queda entre
paréntesis, no es para el público más vasto, y especialmente no para la
chismosa esa que ahora está conversando con ella). O si me casaría con un chico
de otra ciudad. En todos esos casos te respondería lo mismo: “no sé” y
“depende”. Depende de mil cosas: de cuánto tiempo lo conozco, del tipo de
relación que pretendo, de las cosas que tenemos en común, de los momentos que
pasamos juntos, de su comportamiento en determinadas situaciones… De todo eso. ¿Entiendes? Si me hubieras preguntado si me quería casar
con aquel colega mío de la Universidad, aquel que pasa la vida en el Facebook,
que no tiene beca ni tampoco trabaja, sabes, aquel que una vez estuvo aquí
almorzando conmigo, te diría, desde luego que no, pero no por él ser africano,
sino por ser la persona más vanidosa, arrogante, irritante y seudointelectual
que he visto en mi vida… Y por ejemplo, si me hubieras preguntado si quería
tener un marido de la edad de mi papá,
te diría naturalmente, que no, porque si busco un novio, un compañero para
toda la vida, él tendrá que tener una edad próxima de la mía…
-
Ah, eso de la edad no tiene nada que ver, yo
conozco casos con grandes diferencias de edades que funcionan bien.
-
Yo
también, pero son raros (ah, esa tonta nunca más me deja en paz, se me enfría
el té…) Y, también, si me hubieras preguntado si me quería casar con un hombre
que hace años que está sin trabajo o que
ha cambiado quince empleos hasta ahora porque no se aguanta más de tres
o cuatro meses en ninguno, mi respuesta sería un tajante y terminante “no”,
pues , claro, nadie quiere a su lado una persona que no es seria y con
comportamientos infantiles. Ahora, eso de casarme o no casarme con alguien sólo
por él ser o no ser africano, negro, como quieras, no me preocupa mucho y, me
vas a disculpar, no te puedo decir ni “sí” ni “no” sin estar en una situación
concreta que envuelva esta cuestión. (Me vas a disculpar, pero estuve leyendo
una interesantísima revista y bebiendo uno de mis tés preferidos, cuando me
interrumpiste con tu pregunta estúpida y fuera de lugar, pero lo tengo que
mantener entre paréntesis…) Tengo algunos amigos y conocidos negros, son gente
simpática, educada, leída, viajada. Me llevo bien con ellos También tengo
amigos de otras razas (no me gusta mucho esta palabra, pero si existe, hay que
usarla en su debido contexto). Y conozco a muchos chicos y chicas de otras
nacionalidades y culturas, con quien fui trabando amistades a lo largo de mi
camino académico, profesional y personal: tengo amigos españoles, italianos,
mexicanos, chilenos, rusos, polacos, un israelita (Nir, que siempre andaba de
bicicleta y era muy ecologista), un iraní (Mani, mi gran amigo, con quien, a
pesar de algunas divergencias, ahora me llevo estupendamente), Yusuke el
japonés, muchos chinos, pero también debo mencionar a Amalia (una excelente
colega caboverdiana), Kristina, la croata…
-
Ella es croata y tú eres serbia y ustedes se
hablan y no se odian….
-
Claramente,
y ¿por qué nos habríamos que odiar? La guerra pasó, ella es una excelente
persona y tiene la misma opinión sobre mí, no hablamos de la política, ya que
tenemos muchos más intereses en común; la interpretación de conferencias y el
pilates por ejemplo.
-
Bueno,
los amigos son otra cosa, pero, ¿tú serías capaz de vivir con alguien de otra…
cómo decirlo, de otra raza?
-
Ya
te lo he dicho, no lo sé, depende… (Otra vez esta con sus tonterías
interculturales, no sé a dónde quiere llegar y tengo que terminar el té, ya se
está quedando tibio y ya casi no huele a nada).
-
Pues,
si tú sigues insistiendo en que no sabes, significa que eres racista. Por lo
menos escondida y que no lo admites…
-
¡Qué
conclusión! ¿Con base en qué te
fundamentaste? (Piensa lo que quieras, odiosa. Pues, tú eres más blanca que yo,
pero me irritas, si se pudiera ser racista blanco contra blanco, lo sería con
certeza… Y ni sé lo que estaba leyendo y mi té se está quedando frío y amargo,
otra vez entre paréntesis) Y si bien te interesa, una de mis figuras preferidas
de toda la historia de la humanidad es Nelson Mandela, por todos sus méritos en
la lucha por la igualdad y un mundo mejor. Por otro lado a Obama no lo aprecio
mucho, pero no por ser negro sino por determinadas actitudes, por ejemplo el
deseo de interferir en el asunto de Crimea, que a lo largo de la historia, casi
siempre pertenecía a Rusia.
-
Pero,
Obama es el primer Presidente americano negro de Estados Unidos, ¿y, no te
parece que la sociedad americana está más preparada para la abertura
democrática que la Rusia de Putin? Es que, lo que él hace es dictadura pura…
-
Mira,
me parece que más te vale no hablar sobre cosas que desconoces, pero si estamos
en democracia, cada una tiene derecho a su opinión. A mí, personalmente, no me
parece que en Estados Unidos haya suficiente democracia y libertad. Además
ellos resuelven muchos asuntos políticos bombardeando los países que no les
gustan: Serbia, Irak, lo que sea. Además, Putin puede no ser el mayor demócrata
en el mundo, pero tampoco lo pretende aparentar en público. (Espero que esta
tonta comience a leer más periódicos para que pueda basar us opiniones en
algo sin ser las imágenes estereotipadas
que los otros le habrán metido en la cabeza. Yo solamente quiero volver a leer
mi revista. Del té ya ni hablo, debe tener un sabor insípido, desisto, en
fin…).
-
Ah,
ustedes los serbios, siempre defendiendo a los rusos…
-
Para
eso no me faltan razones históricas, culturales, religiosas… pero, volviendo a
tu cuestión inicial: los matrimonios entre personas de razas diferentes: tengo
una amiga eslovena, de ojos verdes y cabellos claros, casada con un chico
angoleño. Hacen una excelente pareja, se quieren mucho y me alegro por ellos.
Por otro lado, me dolió profundamente la situación con el antiguo tenista
alemán Boris Becker.
-
Y
¿qué pasó con él?
-
Pues,
se tenía que divorciar de su primera mujer negra, Bárbara, porque los medios de
la comunicación social lo presionaban tanto y hasta creo que alguien había
amenazado a su esposa de muerte.
-
¡Qué
horror! Pero, bueno, así son los alemanes. Siempre con su orgullo, con su manía
de superioridad, con su identidad, su raza pura. Son todos unos Nazis. Los
odio…
-
Y
tú, ¿no eras muy europea, cosmopolita, tolerante y contemporánea? No me vengas
ahora con odios y rencores. Si te declaras de liberal y open-minded, cuidado con lo que dices. No generalices. (Ah, esta no
se cansa: me interrumpe la lectura, me estropea el gusto del té y quiere acabar
con mi paciencia… pero, no se lo voy a permitir. Si quiere guerra, la tendrá,
pues. Y, por hablar en guerra, como una buena serbia y balcánica que soy, sé
muy bien lo que es guerra y cómo hay que ganarla, por supuesto).
-
No,
es que…
-
Mira,
a lo largo de mi caminata personal, profesional y académica he conocido a
algunos alemanes, entre ellos a mi excelente colega y gran amigo Christian y su
simpática esposa Sabine. Ellos dos no tienen propiamente ideas nacionalistas,
mucho menos racistas ni Nazis. Son personas cultas, educadas y altamente
tolerantes. Y son absolutamente
adorables. Te garantizo que no merecen que los odies.
-
Está
bien, Odiar, no odio a nadie. Es una forma de decir. No digo “odio”, pero los
detesto, no me gustan los alemanes, es todo.
-
Y
¿por qué?
-
Pues,
por todo. Por las guerras mundiales, por su lengua fea y difícil, porque son
enemigos de toda la gente en el mundo y porque… todos los odian, razones no me
faltan.
-
En
parte, tienes razón. A nadie le gustan las maldades ni el hecho de haber habido
dos guerras mundiales (si bien que Serbia participó en ambas y del lado de los Aliados ganó las dos gracias
a su gran coraje, sacrificio y arte militar).
-
Otra
vez tú con tu orgullo nacional… Entiende de una buena vez por todas que estamos en el siglo XXI, en Europa en que
ya no importan ni el pasado, ni las fronteras, ni las banderas de cada país, ni
mucho menos la Historia. Ahora es todo más flexible, podemos viajar sin visado,
no nos interesan ya los vencedores o perdedores de las guerras. Todo eso es
pasado. Ahora somos ciudadanos del mundo.
-
Aunque
seamos ciudadanos del mundo, no caímos de paracaídas al mundo. Tenemos nuestros
orígenes, nuestras tradiciones y valores, los idiomas que hablamos, las
creencias e ideales, los gustos, y además, el gusto por la historia no hace mal
a nadie. Una cosa es amar tu propio país, otra cosa bien distinta es odiar los
otros países.
-
Es
que, precisamente por la importancia de la nacionalidad y de la religión, dos
fenómenos muy anticuados, empezaron todas las guerras del pasado. Tenemos que
olvidar eso y libertarnos de lo que nos ahoga…
-
No
concuerdo. No son ni la nacionalidad ni la religión en sí mismas las culpadas
de las guerras sino el discurso político y la manipulación de las palabras e
imágenes del ideario nacional, mítico y religioso por los líderes. Los
intereses económicos, el deseo de dominar y subyugar culturalmente a los más
pequeños y menos poderosos, es lo que lleva a las guerras. Puede ser que detrás
de una ideología nacionalista o religiosa se esconda una aspiración al poder,
no son la religión o la nación las que necesariamente son malas o buenas.
-
Ay,
por favor…
-
Hasta
cierto punto entiendo que no te gusten Francisco José o Adolf Hitler (si bien
que ambos eran austríacos y no alemanes), pero
no puedes odiar a Kant, a Goethe o
a Mozart, sólo por haber hablado alemán. Y, como filóloga que soy, te digo que
no hay lenguas difíciles, porque cada una tiene sus ventajas y desventajas
cuando hay que estudiarla. Feas, puede haber, pero eso depende del conocimiento
que tengamos de la cultura y del grado de identificación que tenemos con un
país o con una civilización. Claro, la parte afectiva es muy importante, porque
mucha gente identifica el aprendizaje de una lengua con las clases de un
determinado profesor de la escuela: si era simpático y enseñaba bien, se nos
quedaban más fácilmente en la memoria muchas más palabras y frases, que en el
aula de alguien cuya única función era cumplir con el programa…
-
Aquí
tienes razón, sí.
-
(Por
fin concordamos en alguna cosa, espero que en breve se acuerde de irse, porque
quiero pedir un nuevo té, este ya no sirve para nada y quiero seguir leyendo mi
revista…) Y eso de la Unión Europea: sí, claro, fue basada en ideales bonitos y
en la intención de promover la paz y la integración. Me parece bien que haya
intercambio cultural, programas de becas como el Erasmus, pero, por un lado,
mientras hay una tendencia globalizadora, hay también una onda contraria, la de
destacar las especificidades de cada entidad. Me parece genial haber ciudades
capitales de la cultura y me encantó Guimarães.
-
Sí,
a mí también, es una ciudad preciosa.
-
Pero,
la existencia y longevidad de la Unión Europea ha suscitado cuestiones aún en
las célebres figuras de la cultura portuguesa como Eduardo Lourenço, cuya, Europa Desencantada traduje con mucho
placer al serbio.
-
¿Ah,
si? ¿No te pareció difícil?
-
(Si
hay alguna cosa que no soporto en este mundo es que me pregunten si algo es
difícil…) Cualquier trabajo que queremos hacer con un mínimo de seriedad y
responsabilidad es difícil, pero me ha dado un enorme gusto traducirlo, porque
adquirí un nuevo conocimiento y una nueva sabiduría. Expresa bien sus opiniones
y me parece que no le importa mucho lo que todos
piensan. En ningún lado existe una democracia absoluta, una igualdad ideal,
entre los propios habitantes de un mismo país hay divergencias económicas,
culturales, religiosas, sociales, etarias, y eso es bueno, porque si no, la vida sería
monótona y viviríamos en una dictadura.
-
¿Cómo
así?
- - Pues
bien, el miedo y la opresión son los mecanismos más usados en los sistemas
totalitarios para formatear las mentes de las personas. Cuanto menos la gente
piensa, más fácil es manipularla, ¿Entiendes? Hace poco dijiste que no te
gustaban los alemanes porque toda la gente los odiaba. Y ¿dónde entra tu propia
opinión sobre ellos, tu propia experiencia con algún alemán para que te puedas
basar en ella y decir lo que estás diciendo?
-
Bueno,
no digo toda la gente, es un modo de decir. No me gustan los alemanes. Ni los
rusos. Ni los brasileños (Ay, esa gente… Sólo piensan en el fútbol, en el café, en las
telenovelas, en las mujeres bonitas, en el samba y en el Carnaval… Qué horror…)
-
Mira,
yo pensé que tú eras una chica muy
culta, que podías ir más allá de los estereotipos (que aunque generalmente se
usen con una connotación negativa, pueden significar algo deseable y aceptable
y nunca es posible eliminarlos por completo. Por ejemplo, cuando a mí me dicen
que todas las mujeres serbias son muy bonitas, que los serbios somos un pueblo
que aprende fácilmente los idiomas y que estudia mucho, pues, me alegra. Es obvio
que me va a gustar el comentario, aunque pueda no ser absolutamente verdadero.
Voy a agradecer las simpáticas palabras de mi interlocutor y claramente no voy
a decir: “Nooo, qué va, es un estereotipo, quítatelo de la cabeza y del
lenguaje.” Claro que no.) Y disculpa ser aburrida, pero ¿qué vas a hacer con
aquellos brasileños geniales como Jorge Amado o Monteiro Lobato? Y ¿en qué
categoría vas a encajar a los brillantes investigadores brasileños que escriben
libros y organizan congresos, como mi colega y amigo Fabio?
-
-
Pues, está bien, siempre hay excepciones, pero…
-
Y
disculpa reiterar la cuestión, pero, tú te casarías con un chico extranjero? Ya
veo que no querías tener ni un marido alemán, ni un marido ruso, ni uno de Brasil,
pero, ¿qué tal alguien de otro país?
-
Pues,
no sé… Depende… Nunca tuve un novio extranjero… Nunca lo pensé… A lo mejor… Sí,
tal vez… si me enamorara mucho y si él fuera guapo y rico (estoy bromeando,
claro), a lo mejor sí.
-
Te
voy a decir una cosa: tuve una conocida que sólo salía con chicos de descendencia
africana. Para experimentarlos, decía ella: para saber cómo se besaban, si era
verdad que eran tan mujeriegos como se solía creer, si eran machistas, si eran
fuertes y resistentes, y a mí eso me parecía extremadamente indigno.
Principalmente para ella, porque me daba vergüenza escuchar con qué pormenores
ella contaba a sus amigas sus salidas y diversiones en las discotecas con cada
uno de sus novios… Y la critiqué una vez.
-
¿La
criticaste por salir con africanos?
-
No,
sino por ser tan fútil y superficial y por no permitirse el lujo de conocerlos
mejor, charlar con ellos, aproximarse más a ellos, saber más de sus culturas…
aprender algunos de sus valores. Pues, yo no apruebo ese comportamiento.
-
Yo
tampoco. Claro que no.
-
¿Y
sabes lo que me dijo esa chica?
-
Ni
idea.
-
Que
yo era racista, imagínate.
-
Pues,
es una tonta, ni vale la pena hablar de ella. Y tú, ¿qué le respondiste?
-
Para
demostrarte que no lo soy, ni tampoco nacionalista, me debo casar con un negro,
con un chino, con un japonés, con un americano nativo (claro, porque no se
puede decir ni “indio” ni indígena”), con un hindú, con un árabe, con un judío,
con un gitano, con un alemán, con un turco, con un húngaro, con un iraní, con
un croata, con un rumano, con un albanés, con un nicaragüense y con un saturnino.
Al mismo tiempo, por supuesto.
Sólo cuando
esta conversación adquirió un tono un poco más gracioso, la interlocutora de
Ana se dio cuenta de que su pregunta inicial no era de las más bien sucedidas,
se rió un poco y la dejó pedir otra taza de té (ya que la primera hace mucho
que está fría y no tiene ni el sabor ni el olor encantadores del inicio del
cuento) y seguir leyendo su bonita revista Evasões,
que había dejado en la mitad de un texto, curiosamente sobre los restaurantes
africanos en Lisboa. Libre de palabras superfluas y temas difíciles, Ana se
volvió a concentrar, pues hoy ha sido un día agotador y mañana le espera un
trabajo de seminario por presentar…
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