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lunes, 22 de octubre de 2012

esperança a pesar de tudo por Anamarija Marinovic

caminho entre o céu e a terra, foto por Anamarija Marinovic

Aleksa Santic em português

    NE VJERUJ...
  Aleksa Santic

           Ne vjeruj u moje stihove i rime
           Kad ti kazu, draga, da te silno volim,
           U trenutku svakom da se za te molim
           I da ti u stabla urezujem ime -


           Ne vjeruj! No kasno kad se mjesec javi
           I prelije srmom vrh modrijeh krsa
           Tamo, gdje u grmu proljece leprsa
           I gdje slatko spava nas jorgovan plavi,


           Dodji, cekacu te! U casima tijem,
           Kad na grudi moje priljubis se cvrsce,
           Osjetis li, draga, da mi t'jelo drsce,
           I da silno gorim ognjevima svijem,


           Tada vjeruj meni, i ne pitaj vise!
           Jer istinska ljubav za rijeci ne zna,
           Ona samo plamti, silna, neoprezna
           Niti mari, draga, da stihove pise.




Não acredites…  Aleksa Santic

Não acredites nos meus versos e rimas
Dizendo-te, querida, que com veemência te amo
 Que em todo momento eu rezo por ti
E que nos troncos das árvores o teu nome gravo

Não acredites! Mas tarde, quando a lua aparecer
E cubrir de prata o topo das rochas purpúreas
Ali onde no arbusto paira a Primavera
E  o nosso jacinto azul docemente adormece.

Vem, esperar-te-ei! Nesses momentos
Quando  com mais força te apoiares no meu peito
Se sentires, querida, que o meu corpo está tremendo
E que em todos os fogos estou ardendo

Então em mim acredita e não preguntes mais
Porque o amor verdadeiro  palavras desconhece
Ele apenas arde, descuidado, veemente
Nem se importa, querida por escrever poemas.
Tradução:
Anamarija Marinovic

domingo, 21 de octubre de 2012

beleza ideal pelo prisma de um modernista sérvio

Jovan Dučić  Pesma ženi


Ti si moj trenutak i moj sen
i sjajna moja reč u šumu,moj korak i bludnja
i samo si lepota koliko si tajna
i samo istina koliko si žudnja.

Ostaj nedostižna, nema i daleka
jer je san o sreći više nego sreća.
Budi bespovratna, kao mladost.neka
 tvoja sen i eho budu sve što seća.

Srce ima povest u suzi što leva,
u velikom bolu ljubav svoju metu.
Istina je samo što duša prosneva.
Poljubac je susret najlepši na svetu.

Od mog priviđenja ti si cela tkana,
tvoj plašt sunčani od mog sna ispreden.
Ti beše misao moja očarana,
simbol svih taština, porazan i leden.

A ti ne postojiš, nit' si postojala.
Rođena u mojoj tišini i čami,
na Suncu mog srca ti si samo sjala
jer sve što ljubimo - stvorili smo sami.


Jovan Dučić
Poema à mulher
És o meu instante e minha sombra e luminosa
Palavra minha no ruido, meu passo e divagação
Só és beleza quanto és misteriosa
E só verdadeira quanto és inquietação.

Fica inalcançável, muda e longínqua
Porque o sonho da felicidade é maior que ela
Sé irreversível como a juventude e que
A tua sombra e eco sejam tudo o que lembra

O coração na lágrima vertida tem a história
Na grande dor o seu alvo tem-no o amor
A verdade é aquilo que a alma devaneia
 Dos encontros no mundo o beijo o maior.

Da minha ilusão tu inteira és tecida
A tua capa do sol do meu sonho fiada
Tu eras apenas a minha ideia encantada
Símbolo de todas as vaidades devastadora e fria

 Porém tu não existes nem alguma vez exististe
Nascida no meu silêncio e tédio
No Sol do meu coração tu apenas luziste
Porque tudo o que amamos criámo-lo nós mesmos.
Tradução:
Anamarija Marinović


sábado, 20 de octubre de 2012

Lepota Jovan Ducic
Na mome uzglavlju svu noć mirisahu
Čežnjivo i slatko tvoje tamne kose,
Dok se šapat čuo kao pesma rose,
I duge zakletve u očajnom dahu.
A ja ipak ne znam za radost i sreću;
Ja se bojim tvoje podmukle Lepote,
Da osvetu jednom ne zatraži veću
Za svirepa prava što joj drugi ote.
Blagosiljaš ropstvo i tegobne uze,
Srce ti je puno nebeskoga plama,
I sišla sa mnom do patnje i srama,
I prolila si najsvetije suze.
A strepim pred tvojom podmuklom Lepotom -
Da ne digne jednom, kao gladna vila,
Dok žalosna srca i ne slute o tom,
Dva svoja u suze zamočena krila.
I dok ljubav gori svim željama njenim,
I noć teče duga, mirisava, sobna,
Kraj nas, kao sužanj, bdi čudna i kobna
Lepota, s očima večno zamišljenim.


Beleza
Jovan Ducic
Na minha cabeceira toda a noite cheiravam
de forma saudosa e doce os teus cabelos escuros
enquanto como o canto do orvalho se ouvia o sussurro
 e longos juramentos na respiração desesperada.
Porém, desconheço a alegria e a felicidade
tenho medo da tua Beleza mesquinha
que não chegue a exigir uma vingança muito grande
pelos direitos crueis que o outro lhe retira.
Abençoas a escravidão e as lágrimas pesadas
tens o coração cheio da chama celestial
e desceste comigo até ao sofrimento e á má fama
e verteste as lágrimas mais iluminadas.
E anseio perante a tua Beleza mesquinha
que levante  uma vez como faminta fada
quando nem  o suspeitam coraçõesentristecidos
as suas duas asas com lágrimas banhadas.
e enquanto o amor com todos os seus desejos está ardente
e a noite passa longa, de quarto, cheirosa
ao pé de nós, sé fatal e misteriosa
Beleza, com os olhos pensativos eternamente.
Tradução: Anamarija Marinovic

viernes, 19 de octubre de 2012

Vida quotidiana na Inglaterra no tempo de Isabel I

LEMONNIER, Léon (1974) A Vida Quotidiana em Inglaterra na Época de Isabel I, Livros do Brasil, Lisboa, 340 pp.
Quando se estuda e analisa a época isabelina na Inglaterra, entre as primeiras associações que se têm são que se trata de uma e´poca de ordem e prosperidade no país, da paz com a França e a Escócia, do grande desenvolvimento da indústria, das cidades e do seu pepel, e tudo isso graças a uma rainha de forte personalidade e extraordinárias capacidades diplomáticas e políticas como era Isabel I. Nesta monografia, porém, não se entra em demasiados pormenores acerca dela e do seu reino e o autor concentra-se mais na recolha de dados referentes à esfera do quotidiano e da vida privada.
Desta forma, o leitor chega a saebr que precisamente nesta época foi introduzido o tabaco na Inglaterra, e que isso inicialmente foi considerado um mau hábito, sobretudo por parte das mulheres, que se queixavam de que a roupa dos seus maridos cheirava mal, que deixava os seus dentes amarelos e que lhes prejudicava a saúde. Sobre o tabaco e o tabagismo na Inglaterra isabelina havia muitaas crendices, sendo uma  das mais populares que este hábito provocava a loucura.
Além deste pormenor, o leitor mergulha num mundo da grande valorização da comodidade, do luxo, do conforto nas casas, da beleza dos jardins e passeios públicos,  factos com os quais a rainha pretendia não apenas melhorar a vida dos seus súbditos, como também aumentar o prestígio da Inglaterra na Europa e no mundo.
Sabe-se também que durante o seu reino, as ruas das cidades eram muito seguras e bem policiadas, que os vagabundos (entre eles mendigos, malabaristas, actores, pequenos vigaristas e jogadores de cartas e de dados) eram muito perseguidos.
São abordados também os costumes relacionados com os rituais de iniciação (nascimento, baptismo, casamento, gravidez e morte), as crenças populares sobre cada um destes acontecimentos importantes tanto para o indivíduo como para a comunidade, as superstições, as formas de passar tempo, tendo sido dada muita importãncia aos bailes, à música, à poesia, à arte e à arquitectura.
Focam-se também alguns aspectos da vida urbana (o transporte, a higiene, as doenças,o abastecimento de alimentos, os hábitos alimentares, as estalagens) para o leitor ter uma visão completa sobre o estado inglês da época, as preocupações e os problemas do dia-a-dia das pessoas.
Nessa altura, quando na Inglaterra havia ainfda uma forte influência da religião católica, nota-se qu<e ainda se fesetjava o Carnaval e as festas de S. João, que se poderiam comparar com a sua celebração em determinados países que ainda hoje se consideram católicos.
São anotados também os jogos mais populares da época, entre os quais se destacava um, com características semelhantes ao futebol actual.  As diversões públicas e feriados eram uma oportunidade não apenas para o povo descansar das suas tarefas diárias, como eram uma forma de a rainha viajar, conhecer mais de perto as desvantagens de cada terra, conversar com os seus súbditos, e ganhar a sua simpatia e confiança. e por causa disso poder-se-ia talvez fazer um pequeno paralelismo entre Isabel I e Catarina a Grande, czarina da Rússia.
Neste livro abordam-se também as situações dos grupos marginalizados (prostitutas, ladrões, doentes físicos ou psíquicos) e dá-se uma breve visão do tratamento que eles tinham no reino e no povo.
Escrita numa linguagem clara e simples (embora talvez se pudessem apontar alguns defeitos na tradução, sendo determinadas cnstruções traduzidas muito "ao pé da letra" ou com termos de registo menos formal), esta obra destina-se a um público não necessariamente académico, a quem queer aprofundar os conhecimentos sobre esta época e a quem presta atençãoo aos pormenores, que ainda que não tenham marcado "a grande História" da Inglaterra, certamente marcaram as esferas privada e quotidiana deste país.

miércoles, 17 de octubre de 2012

Santo bispo Nikolaj Velimirovic na tradução para português


Вера Православна
Вера наша, вера давна,
Вера давна, вера чиста
Тестамент је Живог Христа -
Вера наша православна.

Пуна тајни мада јавна,
Апостоли развејаше,
'Ванђелисти описаше -
То је вера православна.

Љубав к Богу, дужност главна,
Њом се свеци просветлише,
Мученици веселише -
То је вера православна.

Наша вера, вера славна,
Њом се претци прославише,
Вишњем Богу угодише -
То је вера православна.

Вера наша, вера давна,
Њом славимо Христа Бога,
Цара царства бесмртнога -
То је вера православна.

 Владика Николај

A fé ortodoxa
 Fé nossa, fé remota
fé remota, pura fé
de Cristo vivo testamento
Fé nossa ortodoxa.

Cheia de mistérios, pública embora
pelos Apóstolos difundida
pelos  Evangelistas descrita
eis a fé ortodoxa.

Amor a Deus, obrigação primorosa
Com ela os santos iluminaram-se
os mártires alegraram-se
eis a fé ortodoxa.

Fé nossa, fé gloriosa
com ela foi que os ancestros se glorificaram
e a Deus agrdaram
eis a fé ortodoxa.

Fé nossa, fé remota
com ela Cristo Deus é louvado
Rei do Reino imortal
Eis a fé ortodoxa.
Tradução Anamarija Marinovic


CONSTRUO E DESTRUO Albano Martins



Construo e destruo.
Que importa,
se eu sei que destruí
uma coisa morta?


Construo e destruo.
Meu destino é esse.
De que serve guardar
uma coisa sem interesse?


Construo e destruo.
Só quem não destrói
não sabe
o que lhe dói.


Construo e destruo.
Que importa destruir,
se há neste mundo tanta coisa bela
ainda por descobrir?



Градим и рушим Албано Мартинш

Градим и рушим
страшна ствар
кад знам да сам разрушио
мртву твар?

Градим и рушим
то ми је судбина,
а шта вреди да се чува
нека ствар небитна?

Градим и рушим
Само онај ко не руши
не зна
шта га мучи.

Градим и рушим
зар је важно рушити
кад на свету има толико лепота
што тек треба открити.
Превод:
Анамарија Мариновић
Floriram por engano as rosas bravas
Floriram por engano as rosas bravas 
No Inverno: veio o vento desfolhá-las... 
Em que cismas, meu bem? Porque me calas 
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!... 
Onde vamos, alheio o pensamento, 
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento 
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve, 
Surda, em triunfo, pétalas, de leve 
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu! 
Quem as esparze – quanta flor! – do céu, 
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?

Camilo Pessanha
 
Процветаше грешком дивље руже
у зиму, дошао је ветар и окрунио их је
у ком си расколу, добро моје, што ми прећуткујеш
гласе којима до скоро варала си ме?

Замкови луди! Падосте тако рано!
Куда идемо, мисао отуђена,
руку под руку.Твоје очи се у једном трену
у моје упише, како ли су тужне само!
 
А по нама пада снег, невестињски бео,
глув, победнички, латице од лаке
трске је тло. На акропољу ледном.
 
А око твог лица налик је на вео
ко ли га посипа-колико цветова- паде
с неба по нама по власима нашим...
Превод: Анамарија Мариновић
 
 
 

martes, 16 de octubre de 2012

Um poema de Eugénio de Andrade traduzido para sérvio

< voltar a Eugénio de Andrade
Shelley sem anjos e sem pureza
Shelley sem anjos e sem pureza,
aqui estou à tua espera nesta praça,
onde não há pombos mansos mas tristeza
e uma fonte por onde a água já não passa.

Das árvores não te falo pois estão nuas;
das casas não vale a pena porque estão
gastas pelo relógio e pelas luas
e pelos olhos de quem espera em vão.

De mim podia falar-te,mas não sei
que dizer-te desta história de maneira
que te pareça natural a minha voz.

Só sei que passo aqui a tarde inteira
tecendo estes versos e a noite
que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós



Eugénio de Andrade

Шели без анђела и без чистоте

Шели без анђела и без чистоте
овде сам на овом тргу и чекам те
где питомих голубова нема и тужно је све
и крај једне чесме где вода пресахла је.

О дрвећу ти не говорим јер лишћа нема
о кућама не вреди јер њих је
истрошило време и и месечине
и очи онога што залуд чека.

О себи бих могао да причам али не знам
шта да ти кажем у овој причи тако
да ти природно делује мој глас

Само знам сам овде поподне читаво
ткајући ове стихове и ноћ
која ће те донети и насамо оставити нас.
Превод:
Анамарија Мариновић