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lunes, 22 de abril de 2013

pedagogia através de enfrentar a dor

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Professor Lazhar

Título original:
Monsieur Lazhar
De:
Philippe Falardeau
Com:
Mohamed Fellag, Sophie Nélisse, Émilien Néron
Género:
Drama
Cinema: El Corte Inglés
 Após o suicídio de uma Professora dentro da sala de aula,inesperadamente chega o substituto, o Professor Bachir Lazhar, imigrante argelino, que usando métodos antigos (corrigindo os trabalhos de casa a vermelho, dando ditados, obrigando os alunos de onze anos de idade a lerem Balzac e a escreverem composições sobre a violência escolar, não permitindo que os alunos o tratem por "tu", redistribuindo as mesas outra vez em filas direitas) consegue ganhar a cnfiança dos alunos, despertar o interesse pela aprendizagem, pelas outras culturas e ajuda-os a crescerem, amadurecerem e ultrapassarem o trauma que a morte da sua Professora lhes tinha causado. Tendo sofrido uma perda muito grande recentemente (a sua esposa foi vítima do terrorismo no seu país de origem),  o Professor Bachir Lazhar, cujo nome próprio é bastante simbólico (Bachir significa "portador de boas notícias" e "Lazhar" significa "afortunado"), tenta trazer para a sala de aula os temas da perda, da morte, da violência e encontra uma grande resistência por parte dos outros colegas e sobretudo da Directora da escola, que é da opinião que as crianças devem ser educadas evitando quaisquer perguntas ou noções sobre os temas "difíceis". Como resposta aos métodos do novo Professor, a Direcção da escola sempre lhe menciona a morte da Professora Martine e o respeito que se deve ter pela memória dela. Levantando a questão se o suicídio dentro da sala de aula também não seria uma falta de respoeito com os alunos, o Professor consegue lidar com este problema, fomentar discussão entre os alunos e esclarecer que a morte da sua colega anterior não foi culpa de nenhum deles, especialmente não de Simon, aluno que a repeliu violentamente e que lhe negou um abraço.
Pelo que os alunos contam sobre a Professora Martine e pelo que se vê na fotografia que um dos alunos lhe tinha tirado (a dar aulas com um par de asas nas costas), vê-se que os seus métodos eram bastante alternativos, que permitia aos alunos que a tratassem pelo nome e não pelo título, que fomentava trabalhos de grupo e espírito de equipa, mas que mesmo assim não conseguia lidar com a sua ansiedade, o que a levou a cometer o suicídio dentro da escola. Nada se sabe, porém sobre a razão da sua angústia, nem acerca da sua relação com o marido, a não ser que ele não apareceu na escola para buscar as coisas que lhe pertenciam), nada se sabe sobre as dificuldades reais que teria esta Professora no seu trabalho (uma vez que a sua turma não revelava comportamentos particularmente preocupantes), mas o que se sabe certamente é que não sabia lidar com a sua dor de forma mais apropriada.
Além da figura marcante do Professor Lazhar, as personagens de Simon, da menina Alice, a aluna mais madura da turma e de Victor, caracterizado como "atrasado mental" estão construídas de uma excelente forma, mostrando toda a profunidade dos seus temores, preocupações, pensamentos, reflexões e inquietações mais íntimas. A fotografia e uma excelente realização reforçam a beleza desta história emocionante sobre o papel da educação correcta e dos bons professores no percurso da vida de cada criança. Este é um filme sobre a tristeza, a dor, a perda, a culpa, mas também sobre a amizade, o apoio, o respeito, a integração na sociedade (no caso do aluno árabe que tem que falar francês no horário das aulas e dos intervalos, sendo essa a língua oficial do Quebec), do amor e da esperança, que triunfam e que ensinam valores para a vida. Por isso esta é uma grande obra de arte que vale a pena ver e que por causa da sua forte componente pedagógica é recomendável para ser vista nas escolas, tanto pelos alunos como pelos pais e Professores.

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