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miércoles, 1 de mayo de 2013

Não à maneira chilena

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Filme: Não
Género: Drama
Duração:118 min.
Com: Gael García Bernal, Alfredo Castro, Antonia Zegers, Christopher Reeve, Jane Fonda, Richard Dreyfuss
Realização: Pablo Larrain
Em 1988 pressionado internacionalmente o presidente e ditador chileno Augusto Pinochet convoca um referendo no qual se decidiria o futuro do Chile: os chilenos tinham duas opções ou votar em mais oito anos do seu Governo, ou um caminho novo de transição e democracia. Tudo dependia apenas de duas palavras: "sim" ou "não" e de uma boa campanha eleitoral, de uma propaganda bem conseguida e de uma mensagem correctamente transmitida mais do que propriamente das ideias políticas. Os ieólogos do "não" decidem contratar um jovem, criador também dos anúncios de um refrigerante conhecido (curiosamente chamado FREE (livre), que quase que foi profético dentro do contexto que favoreceu a derrocada do regime totalitário. Este espírito criativo deve inventar uma campanha diferente, que garanta uma maior comparência ´ás urnas, que desperte interesse nos mais novos e que elimine o medo nos mais velhos, sendo ao mesmo tempo alegre e tocando nos temas sérios tais como desaparecimentos, mortes, censuras, recessão. O símbolo da vitória, á primeira vista um pouco infantil e irrisório, um arco íris, pode ter uma múltipla simbologia (unir todos os chilenos independentemente das pertenças políticas em prol de um objectivo comum- uma vida mais feliz e despreocupada, como também pode ser uma vaga alusão á aliança do Antigo Testamento que prometia que não haveria mais dilúvios.) Do mesmo modo este arco-íris prometia o "não" á censura, á fome, á violência, ao suicídio e muita outras questões importantes que atormentavam o Chile de Pinochet, mas que permaneciam escondidos devido à política  opressora do regime.
Seria interessante observar este filme do ponto de vista das tácticas de marketing tanto da perspectiva das imagens, que oferecem uma visão do mundo divertida e provocadora (jovens dançando nas ruas, piqueniques na natureza,alusões a alguns episódios históricos) e por outro lado as formulações frásicas negativas, que pretendem chamar a atenção para o lado optimista e humorístico da vida.
Vale notar também que no filme se tocam os temas da indiferença em relação ao sofrimento dos outros (no caso da senhora que vota no regime antigo porque os seus filhos estão bem, estudando ou trabalhando, enquanto não mostra muita sensibilidade em relação aos joven.s desaparecidos), as campanhas sujas, a luta pelos ideais, a procura da felicidade pessoal, o medo (do próprio criador da campanha pelo seu filho e ex-mulher no meio do caos e do desordem nas ruas), questiona os regimes totalitários no geral, salienta os efeitos das aparências (a voz do Presidente Pinochet parece muito indecisa, neutra, fraca), mas também convida para uma reflexão sobre se mais vale suportar um mal conhecido ou atrever-se a viver algo novo. Uma outra questão que se levanta é se é possível votar numa campanha tão alegre e prometedora sem ser um pouco manipulado também. é curiosa a personagem do filho do protagonista, menino que não fala muito, mas observa tudo, absorve as impressões do mundo que o rodeiam, sendo ele o motivo principal da luta e da inspiração do pai.
Com um ligeiro humor latino-americano, uma excelente actuação de Gael García e muitas imagens bem-sucedidas este é um filme que perpetua uma parte da História chilena e  faz pensar nos valores universais, como também em segundo plano questiona a democracia financiada e apoiada pelos americanos e por isso vale muita pena vê-lo.

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