VIEIRA, Alice (2009), Lote 12 2º Frente, Editorial Caminho, Lisboa
Descrever coisas da vida quotidiana, tais como a mudanã de casa e da escola, falar sobre a decisão de se comprar um apartamento em vez de se continuar a pagar a renda ao senhorio, lidar com a morte de seres queridos, abordar o assunto do insucesso escolar e dos problemas familiares, da emigraç\ao portuguesa, da solidão das pessoas mais velhas nas grandes cidades e nas relações interpessoais, explicar alguns pormenores importantes na História de Portugal e ao mesmo tempo alertar as meninas para algumas mudanças no seu corpo, é possível num só livro, tal como o mostra Alice Vieira neste breve romance.
Narrada pela Mariana, uma adolescente de doze anos, a história de uma típica família portuguesa que muda de casa traz ao leitor uma visão interessante do mundo que rodeia a protagonista, Mundo esse, sentido pelos diversos cheiros específicos que fazem parte da vida quotidiana, integra em si a avó Elisa, a tia Magda, os pais da Mariana, a sua irmã pequena Rosa, a memória da falecida avó Lídia, algumas amigas e vários adultos. Neste livro é explicado às crianças, que as mudanças na vida são necessárias, e que por mais estranhas que nos pareçam no início, têm as suas desvantagens e as suas mais-valias. Assim aconteceu também com a nova casa da família Fonseca, situada na Rua projectada à Praceta B, num Lote 12 2º frente em Lisboa. Uma rua impessoal, num bairro não identificado, uma casa que cheira a novo e a limpo convidam os seus moradores a fazerem um esforço a "darem gente à casa", isto é a atribuírem-lhe uma identidade única, uma marca personalizada e reconhecível,por causa da qual será mais agradável viver-se ali.
No caso da Mariana isso torna-se fácil, porque na nova zona ela cria amizades com a Susana, a Cláudia e a Isabel, embora não se tenha esquecido da Rita, sua amiga de infância, a quem escreve cartas e passa uma passagem de ano.
Este livro toca em alguns problemas que afectam a sociedade portuguesa actual: o crédito de habitaçaõ e até que ponto esta é uma decisão prudente nos tempos que correm, o insucesso escolar de um menino de família problemática (que tem uma mãe com problemas nervosos e um pai que bebe muito e bate nele), pode levantar polémica sobre a necessidade e forma de se falar na primeira menstruação das meninas, mas também ensina um pouco sobre a solidariedade (nas reflexões que a protagonista partilha com as suas colegas da turma sobre como é que seria o Natal do Jorge, o aluno problemático, no comportamento do pai da Mariana com o seu vizinho Sr. Guerreiros etc.). O romance ensina também que não é bonito ser-se bisbilhoteira, que não se deve ser bom apenas no Natal e no Ano Novo, que os irmãos mais velhos devem tomar conta dos mais novos, ter paciência com eles e educá-los, tal como a Mariana faz com a Rosa.
Entre alguns pontos tal vez menos desenvolvidos deve salientar-se a ideia da preocupação da protagonista com os problemas do Jorge, podendo ela ter feito alguma coisa concreta para fazer o seu Natal mais feliz (enviar-lhe um cartão de parabéns, indo a visitá-lo por exemplo), mas o romance não aprofunda este pormenor.
Um outro ponto menos elaborado é a descrição detalhada da composição da Mariana sobre Viriato que depois não provoca nenhuma reacção na escola e parece estar no livro apenas para os leitores conhecerem esta parte da História portuguesa.
Reproduzindo fielmente a linguagem quotidiana
Descrever coisas da vida quotidiana, tais como a mudanã de casa e da escola, falar sobre a decisão de se comprar um apartamento em vez de se continuar a pagar a renda ao senhorio, lidar com a morte de seres queridos, abordar o assunto do insucesso escolar e dos problemas familiares, da emigraç\ao portuguesa, da solidão das pessoas mais velhas nas grandes cidades e nas relações interpessoais, explicar alguns pormenores importantes na História de Portugal e ao mesmo tempo alertar as meninas para algumas mudanças no seu corpo, é possível num só livro, tal como o mostra Alice Vieira neste breve romance.
Narrada pela Mariana, uma adolescente de doze anos, a história de uma típica família portuguesa que muda de casa traz ao leitor uma visão interessante do mundo que rodeia a protagonista, Mundo esse, sentido pelos diversos cheiros específicos que fazem parte da vida quotidiana, integra em si a avó Elisa, a tia Magda, os pais da Mariana, a sua irmã pequena Rosa, a memória da falecida avó Lídia, algumas amigas e vários adultos. Neste livro é explicado às crianças, que as mudanças na vida são necessárias, e que por mais estranhas que nos pareçam no início, têm as suas desvantagens e as suas mais-valias. Assim aconteceu também com a nova casa da família Fonseca, situada na Rua projectada à Praceta B, num Lote 12 2º frente em Lisboa. Uma rua impessoal, num bairro não identificado, uma casa que cheira a novo e a limpo convidam os seus moradores a fazerem um esforço a "darem gente à casa", isto é a atribuírem-lhe uma identidade única, uma marca personalizada e reconhecível,por causa da qual será mais agradável viver-se ali.
No caso da Mariana isso torna-se fácil, porque na nova zona ela cria amizades com a Susana, a Cláudia e a Isabel, embora não se tenha esquecido da Rita, sua amiga de infância, a quem escreve cartas e passa uma passagem de ano.
Este livro toca em alguns problemas que afectam a sociedade portuguesa actual: o crédito de habitaçaõ e até que ponto esta é uma decisão prudente nos tempos que correm, o insucesso escolar de um menino de família problemática (que tem uma mãe com problemas nervosos e um pai que bebe muito e bate nele), pode levantar polémica sobre a necessidade e forma de se falar na primeira menstruação das meninas, mas também ensina um pouco sobre a solidariedade (nas reflexões que a protagonista partilha com as suas colegas da turma sobre como é que seria o Natal do Jorge, o aluno problemático, no comportamento do pai da Mariana com o seu vizinho Sr. Guerreiros etc.). O romance ensina também que não é bonito ser-se bisbilhoteira, que não se deve ser bom apenas no Natal e no Ano Novo, que os irmãos mais velhos devem tomar conta dos mais novos, ter paciência com eles e educá-los, tal como a Mariana faz com a Rosa.
Entre alguns pontos tal vez menos desenvolvidos deve salientar-se a ideia da preocupação da protagonista com os problemas do Jorge, podendo ela ter feito alguma coisa concreta para fazer o seu Natal mais feliz (enviar-lhe um cartão de parabéns, indo a visitá-lo por exemplo), mas o romance não aprofunda este pormenor.
Um outro ponto menos elaborado é a descrição detalhada da composição da Mariana sobre Viriato que depois não provoca nenhuma reacção na escola e parece estar no livro apenas para os leitores conhecerem esta parte da História portuguesa.
Reproduzindo fielmente a linguagem quotidiana
No hay comentarios:
Publicar un comentario
Olá, palavrófilo/a curioso/a,
agradeço o teu interesse e valorizo a tua opinião.