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Cruz, Afonso (2012), Os Livros que devoraram o meu pai , A Estranha e Mágica História de Vivaldo Bonfim, Editorial Caminho, Lisboa,126 pp....
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jueves, 25 de septiembre de 2014
duro como as pedras, suave como as nuvens,mole como a água
viernes, 19 de septiembre de 2014
V de Vida (nem que seja numa imagem torta)
Os Maias resenha do filme
Filme: Os Maias
Género: Drama (Adaptação do romance homónimo de Eça de Queiroz)
Duração:139 min.
Realização: João Botelho
Cinema: Cinema City Classic Alvalade
Adaptar uma obra literária ao cinema, nunca é uma tarefa fácil. sobretudo quando se trata de um clássico e mais ainda de um romance obrigatório nas escolas secundárias. Este trabalho sempre oscile entre a possibilidade de ser uma cópia fiel do livro original, uma interpretação demasiado livre ou uma adaptação demasiado escolar e sem vida própria. Sem dúvida alguma, João Botelho conseguiu magistralmente escapar a estes três problemas ao recriar a crónica de três gerações da família Maia numa Lisboa oitocentista e provinciana, a sua decadência inserida nas turbulências da sociedade portuguesa da época. Muito mais do que um mero retrato de uma sociedade sufocada pelo conformismo, ócio e luxo da pequena burguesia e muito mais do que a análise e exposição de uma relação incestosa entre irmãos, Os Maias são uma obra de arte sempre actual, podendo referir-se também ao Portugal contemporâneo, aparentemente com a mesma crise (económica e ética, artística e literária).
Em teros de elementos visuais, imagens, fotografias, vestuário, pormenores dos interiores e casas lisboetas, este filme pode comparar-se aos grandes clássicos americanos ou de outros países europeus. Em relação aos cenários exteriores, embora a opção pelas telas e pinturas se possa interpretar como uma limitação de carácter orçamental, antes parece que se pretendia transmitir a ideia da vida como um teatro e da arte como um fingimento, em que todos podem ser interpretados como actores e tudo como máscara, fachada ou fuga de uma realidade insatisfactória. As partes a preto e branco são uma excelente escolha para a narrativa inicial e para a introdução das personagens principais, tal como a mudança de cenários de diferentes cidades em que se amaram Pedro da Maia e "a bele negreira Maria". O que parece demasiado rápido e brusco é a transição de uma geração para outra. A substituição do preto e branco do passado pelas cores da actualidade da narrativa é uma boa solução, embora possa ser usada noutros filmes e séries em que há diferentes níveis temporais. Graciano Dias foi uma excelente escolha para a personagem de Carlos da Maia, enquanto não se possa dizer exactamente o mesmo de Maria Flor como Maria Eduarda. (Está bem que a actriz brasileira possa reprodusir com uma maior precisão as variações de sotaques de quem viveu no Brasil e regressou para Portugal, mas para uma personagem com uma situação familiar difícil e um passado amoroso pouco exemplar, dada a necessidade de criar a filha, esta actriz parece transmitir a ideia de uma mulher demasiado inexpressiva, submissa e doce). Pedro Inês, na sua actuação como João da Ega por momentos é demasiado teatral e exagerado (o que corresponde ao papel de manipulador, escritor que se ufana por causa das suas obras "inacabadas", sendo uma espécie de alter ego do próprio autor), e outras vezes toda a sua força expressiva parece desaparecer bruscamente e apagar-se numa aparente neutralidade. Para a personagem de Afonso da Maia, a mais bem construída e desempenhada em todo o filme, João Perry é a melhor opção possível, tal como o é Rita Blanco para o papel de uma fútil e superficial representante da alta sociedade. Algumas personagens, como nomeadamente Eusebiozinho, importante no livro, mereceriam mais atenção, tal como o gato Reverendo Bonifácio, que na obra literária é muito mais do que um animal de estimação.
Sendo este filme subtitulado como "Cenas de vida romântica", os episódios mais interessantes e impactantes do livro parecem ocupar o seu devido lugar na versão cinematográfica.
O final, talvez um tanto brusco, aparenta neutralizar todo o drama interior humano de Carlos e Maria e parece neutralizar um pouco a realidadde sociocultural portuguesa do fim do século XIX.
Não obstante, trata-se de um excelente filme, que cativa a atenção e não deixa os espectadores indiferentes e que certamente convida não apenas o público escolar a assistir. É um convite sempre aberto para a reflexão sobre os problemas éticos, sociais e individuais sempre actuais, tal como a condição humana com todos os seus defeitos e virtudes.
Magia ao Luar resenha do filme
Filme: Magia ao Luar
Género: Comédia Romântica
Duração: 97 minutos
Realização e Guião: Woody Allen
Com: Emma Stone, Collin Firth, Marcia Gay Harden
Cinema: Cinema City Classic Alvalade
Um mestre ilusionista com o pseudónimo chinês , popular em Berlim e em toda a Europa da década dos anos 20 do século passado, um agnóstico, ateu e intelectual racional, apologista da ciência, teoria de Darwin e do niilismo nietszcheano, empenhado em pôr em evidência a falsidade dos fenómenos sobrenaturais, clarividências e todo o tipo de comunicação com o Além, aceita o convite de um amigo para ridicularizar uma suposta médium espiritual americana que pretende abrir um centro de investigação dedicado ao inexplicável e ao esotérico. Ela instala-se com a mãe no Sul da França, onde parece induzir pessoas ingénuas na ideia de que tem dons e poderes paranormais. Inicialmente arrogante, cínico, resolvido a comprovar que a menina americana é uma impostora, o protagonista fica surpreendido por alguns detalhes da sua vida pessoal, até então guardados coo segredo, que a vidente lhe revela com facilidade.
Tendo deixado em Londres a noiva Olivia, uma jovem culta, do mesmo estatuto social que ele, com quem aparentemente faz um casal perfeito, e visitando a tia Vanessa, o mago, sem dar-se conta, começa a apaixonar-se por Sophie, descobrindo que têm muito em comum. Mesmo sabendo que os “dons” da sua nova conhecida eram dissimulado, tendo tudo sido previamente combinado entre ela e o seu amigo, para o dissuadirem das certezas absolutas que apregoa, ele decide dar uma conferência e anunciar aos jornalistas que neste caso podem existir fenómenos que escapam à razão. Influenciado pelos sentimentos e por uma série de circunstâncias inexplicáveis, após um acidente da sua tia, começa a rezar, para desistir depois da primeira tentativa, mantendo-se fiel às suas convicções científicas e racionais.
De uma forma simpática, embora muito previsível, o filme questiona a fé, a ingenuidade, a influência de palavras, o poder da manipulação, o conflito entre a razão, as emoções e o espírito, terminando de uma forma feliz e agradável, com a proposta de casamento que o ilusionista faz à sua nova namorada.
Com umas imagens preciosas da natureza, uma música muito bem escolhida, o vestua´rio e ambientes adequados À época a “Magia ao Luar” é um filme leve, agradável de se ver, embora em termos de construção das personagens deixe bastnte a desejar: Sophie ao longo de todo o filme é apresentada como interesseira, superficial, inculta, disposta a casar com Pierce, um rapaz rico que lhe toca melodias românticas, apenas para poder abrir a sua escola, viajar a Bora Bora e ter uma vida de luxo, que uma rapariga nascida em Kalamazoo e filha de uma mãe ambiciosa nunca poderia ter, para no final merecer a felicidade ao lado do homem que ama. O mago mostra-se demasiado ingénuo e abre a alma demasiado rapidamente a uma desconhecida para se ver tentado de renunciar às convicções mais profundas por uma leve relação, que acaba por se transformar no verdadeiro amor.
A personagem da tia Vanessa parece a mais bem enquadrada no filme, na vida das personagens, na sua solidão: é uma boa conselheira, madura, optimista apesar de ter sido abandonada pelo amor da sua vida e de nunca ter casado, é uma amiga e apoiante da personagem principal masculina.
Um filme que permite que os sentimentos ultrapassam todas as lógicas, que defende a luta pelo amor em vez da aceitação conformista das conveniências sociais, com elementos de humor divertirá certamente os espectadores numa tarde de fim-de-semana.
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