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domingo, 27 de octubre de 2013

Filme mexicano "O Estudante", resenha

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Filme: O Estudante
Género: Drama
Duração: 95 min.
Festival do Cinema Mexicano Instituto Cervantes Lisboa, (Outubro 2013)
Realização: Roberto Girault
Guião: Gastón Pavlovich
Com: Jorge Lavat, Norma Nazareno, Juan Carlos Ruiz, Cristina Obregón, Pablo Cruz Guerrero
Chano, um senhor com uma idade bastante avançada, com duas filhas crescidas e uma neta pequena, decide  fazer o que sempre quis: estudar literatura hispânica na Universidade de Guanajuato. A mulher e uma das filhas apoiam-no, enquanto a outra lhe expõe alguns argumentos contra o seu idealismo donquixotesco, sendo a sua idade o primeiro motivo pelo qual poderia ser ridicularizado ou não aceite pelos colegas mais jovens. Apesar disso e apesar da "triste figura" que pode fazer, tal como a sua personagem preferida, Dom Quixote, Chano enfrenta o desafio e aprende a conviver com os seus companheiros da turma, participando em festas com eles, estudando e ensinando-os valores que na sua geração eram comuns e que nas mais contemporâneas aparentemente se estão a perder: o valor do amor, a construção das amizades duradouras baseadas em confiança, o respeito pelos mais velhos, a responsabilidade pelos outros, a coragem de assumir a sua personalidade tal como é, a beleza da leitura dos clássicos e da formulação das opiniões próprias, Com ele os jovens aprendem a ouvir os outros, escrever cartas, encontrar pensamentos eternamente válidos  no " Dom Quixote", "A Vida é um Sonho", nas letras de Agustín Lara , crescem e amadurecem. Para além do jargão juvenil e uma atitude mais relaxada, Chano, que é um "senhor" "só para os que não são seus amigos" aprende a aproveitar a beleza de cada momento na vida e a sorrir até que "a vida lhe dá a sua última lição" , com a morte da sua amada esposa Alícia, a sua "pequena sereia". Então vê quem são os seus verdadeiros amigos e sente o seu apoio, até se sentir revigorado com o nascimento de uma outra Alícia, filha ilegítima de uma das suas companheiras de turma, que decidiu manter a gravidez após uma conversa com a sua falecida esposa.
Amigo de jovens, mas também de idosos da sua geração (companheiros da orquestra), Chano enquadra-se perfeitamente nos dois mundos, precisamente pelo seu inesgotável carinho e compreensão que mostra a todos sem julgar ninguém, mas com muita vontade de ensinar e aprender e corrigir o que não considera correcto.
Entre as personagens destaca-se também Dom Pedro, "guardador das letras e da cultura" na Universidade, que apesar do discurso muito intelectual, não permite que Chano entre, sendo muito idoso para estudar. A sua personagem desenvolve-se também de uma figura aparentemente rígida e seca a uma pessoa compreensiva que sabe consolar e entender os Outros. Carmen e Santiago aprendem a construir o seu relacionamento amoroso devagar e com paciência, Alejandra, uma aluna brilhante e apaixonada pelo Professor de literatura, apesar da sua atitude temerária de ficar grávida sem ter qualquer compromisso com ele, amadurece e cresce muito na relação com Marcelo, que acaba por assumir a paternidade da filha que não é dele.
Este filme é uma belíssima obra de arte sobre a aprendizagem, os ideais que nunca é tarde perseguir,o amor, o carinho, a ruptura das limitações geracionais e sobretudo um filme cheio de fé num futuro melhor e mais brilhante em que estes valores são possíveis de aplicar. A excelente actuação do casal protagonista e de Dom Pedro, a comovedora e romântica música e a alta qualidade das imagens são os pilares desta obra cinematográfica impregnada da crença donquixotesca em que é possível ultrapassar as diferenças e procurar a felicidade através do auto-conhecimento e fé em Deus, em si mesmo e nos Outros.

jueves, 24 de octubre de 2013

Recnik skolskih izraza modernog doba

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Recnik skolskih izraza.
Ovo dete ima kognitivnih poteskoca- glupo je
Ovo dete je hiperaktivno- manito je i nevaspitano
Ovo dete ima posebne edukativne potrebe: glupo je, lenjo je, nezainteresovano je, nemotivisano je, nevaspitano je i ludo je
Ovo dete ima posebne emocionalne potrebe- razmazeno je i njanjavo
Ovo dete ima disleksiju- nepismeno je
Ovo dete ima aleksiju i agrafiju- ne cita djavolje slovo, pa samim tim je i nepismeno
Ovo dete ima nepravilno kanalisanu energiju- manito je, ludo i nevaspitano
Ovo dete ima nefunkcionalnu porodicu- manito je i ista je bagra kao i njegovi roditelji
Ovo dete ima ogroman skriveni potencijal koji nepravilno usmerava- ne smem da kazem da je glupo i nevaspitano
ovo dete ima problema sa interpersonalnim odnosima- malo djubre koje bije ostalu decu i krade im stvari i baca kroz prozor sve sto stigne
Ovo dete je malo nemirno- nepodnosljivo je
Ovaj razred je malo komplikovan - svi su glupi, nevaspitani, nasilni, prosti, lenji kreteni od kojih nikad nista nece biti i koji ce ostati bagra celog zivota
Moje dete se istraumiralo sto ste mu ispravljali domaci crvenom hemijskom - rad mu je bio toliko nepismen i pun gresaka da to normalno stvorenje ne moze da shvati
- zabavno-poucni metod- zamajavanje i zaglupljivanje i inace glupe i nezainteresovane dece
- Zvuk skolskog zvona traumira decu- i mene traumira njihovo urlanje
- Domaci zadaci preopterecuju decu-  A trac emisije i nasilne igrice ne preopterecuju
- Ne sme da ce cita Crvenkapa, zato sto tu ubiju vuka- Pa i mi smo je citali, pa smo zivi i zdravi i veliki porasli
- Ne sme da se cita Pepeljuga zato sto tu maceha maltretira pastorku-  To se desava i u realnom zivotu, pa ima dece koja su i iz takvih porodica nesto uspela
Ne sme da se cita Trnova Ruzica zato sto se devojka ubola u prst, pa joj je isteklo malo krvi, a to traumira decu- A smeju da se citaju knjige o vampirima gde krvi ima na sve strane
- U ovom uzrastu deci je tesko da zapamte- glupa su

sábado, 12 de octubre de 2013

"Eu e Tu" resenha do filme

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Filme: Eu e Tu
Género: Drama
Duração:  103 min.
Realizador:  Bernardo Bertolucci Guião: Umberto  Contarello (baseado no romance de Niccolò Ammaniti
Com: Tea Falco, Jacoppo Olmo Antinori, Sonia Bergamasco
 Baseado no romance homónimo de Niccolò Ammaniti, este filme conta um episódio da vida de Lorenzo Cuni, um adolescente de catorze anos, filho de pais abastados, mas divorciados. Ele é tímido, anti-social, na escola estuda bem interessa-se pelos animais, lê muito (especialmente livros de vampiros), mas não tem o mínimo desejo de ter amigos e de comunicar com a sua geração. Embora se dê bem com a mãe, saia com ela a jantar e lhe conte tudo, por vezes sente-se sufocado e pretende mostrar-lhe que pode fazer tudo sozinho. Para o curar da solidão, a mãe resolve mandá-lo à montanha com os seus amigos da escola, mas em vez disso, o menino fica escondido na cave da sua casa, passando o tempo a ouvir música, tratar das suas formigas, ler livros sobre insectos e vampiros e jogar jogos no computador. Aparentemente as primeiras horas da sua liberdade correm bem, até que num momento aparece Olívia, a sua meia-irmã mais velha, antigamente uma grande fotógrafa, agora sem dinheiro e com problemas da tóxico-dependência. Através de vários conflitos e dificuldades na comunicação, os dois irmãos, que mal se conheciam aprendem a construir confiança, amizade e apoio até tal ponto de Lorenzo a ajudar no momento da crise sem droga e de Olivia ser a sua guia no processo de crescer e de amadurecer. Olivia era uma filha que nunca suportou bem o divórcio dos pais, desprezou o pai por se ter casado com a mãe de Lorenzo, o que a levou a revoltar-se contra as convenções e entrar no mundo da droga e das aventuras amorosas curtas, que a fizeram perder o respeito por ela própria, a auto-estima e a tornar-se indiferente, rabugenta e má consigo mesma e com os outros. Por sua vez, Lorenzo é muito mimado e sobre-protegido, e não sabendo nada da vida real, corre o risco de se tornar isolado e emocionalmente imaturo. A única pessoa a quem Lorenzo verdadeiramente ama, antes de conhecer a irmã é a sua avó, que está doente no hospital, e a quem ele visita, conta-lhe histórias e dedica-lhe carinho e atenção. A mesma avó recorda-se de Olívia a ter levado passear a uma outra cidade e que essa experiência tinha sido maravilhosa.
Entre irmãos nasce pela primeira vez o sentimento da proximidade, desaparecem barreiras e medos, cria-se uma  verdadeira cumplicidade. O filme termina com um abraço entre Lorenzo e Olivia, com muito apoio mútuo e com uma promessa de repetirem a experiência no ano seguinte, ficando prometido que ela nunca mais se drogaria e que ele nunca mais se esconderia. O sorriso final do rapaz significa que ele já cresceu e que pela primeira vez se sentiu útil, verdadeiramente feliz e pleno.
A estadia numa cave suja e escura foi para os dois uma viagem interior, um conhecimento dos desejos, medos e reocupações íntimas e uma grande descoberta da beleza do mundo lá fora, um óptimo remédio contra a solidão e os problemas que os atormentavam. Aparentemente ainda muito criança, Lorenzo sabe dar conselhos adequados à sua irmã, sobretudo em relação aos homens, e ali a sua maturidade começa a surpreender.
O filme poderia ter explicado melhor tanto medo que Lorenzo tinha das pessoas, porque o divórcio dos pais e uma mãe sobre-protectora não parecem um motivo suficiente para esses comportamentos. Muito menos se justifica o seu desejo de ver a fotografia da irmã nua e de guardá-la no livro que lê.
Há que salientar a excelente realização de Bertolucci e a magnífica actuação dos protagonistas. Esta é uma verdadeira obra de arte que faz pensar que há sempre uma forma optimista de olhar para o mundo.

viernes, 11 de octubre de 2013

O Sentido do Amor, resenha do filme

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Filme: O Sentido do Amor
Género: Drama
Duração: 96 min.
Com: Eva Green, Ewan McGregor, Lauren Tempany, Connie Nielsen
Realização: David Mackenzie
Cinema: UCI El Corte Inglés
Embora a sinopse prometesse uma história sobre um casal que apesar do comportamento estranho das pessoas à volta consegue preservar a profundeza dos seus sentimentos através de uma aventura sensual que os aproxima ainda mais, o filme dá uma visão assustadora e apocalíptica do mundo contemporâneo afectado por doenças cada vez mais estranhas e terríveis (perdas de cada um dos sentidos: o olfacto, o gosto, o ouvido, para terminar com a vista e o tacto) perguntando se num mundo assim seria possível encontrar o amor e qual seria o papel das relações sexuais nesse jogo de despersonalizarão e desumanização das pessoas. Os protagonistas, Susan, uma excelente epidemiologista, embora insegura, infeliz e insatisfeita com a sua vida pessoal (anda perdida à procura de um homem e sempre começa relacionamentos sem conhecer uma pessoa profundamente, baseia as suas experiências em aventuras sexuais ficando magoada no fim) e Michael (um óptimo cozinheiro cuja namorada morreu com cancro e com quem ele se tinha portado como um covarde) tentam encontrar o sentido do amor. Enquanto os restaurantes fecham, as pessoas estão aterrorizadas com notícias horripilantes da televisão (sobre catástrofes, dor, sofrimento, morte e miséria) e os líderes de seitas religiosas falam na aproximação do Dia do Julgamento, estes dois procuram construir uma relação em que além do sexo, pela primeira vez há lugar para o jogo "Faz-me especial" em que procuram ser sinceros, ganhar confiança um do outro contando coisas que nunca tinham contado a ninguém (Susan é estéril e odeia os filhos da sua irmã enquanto Michael fugiu quando a sua namorada estava doente e sentiu-se culpado). Num ataque de uma nova doença, Michael insulta muito Susan, dizendo que ela não significava nada para ele, que era igual como todas as outras e que não sentia nada por ela. O resultado é lógico, a crise nervosa dela, que no final do filme outra vez se vai transformar em amor.
Tocando nas questões sempre actuais: a solidão, o afastamento das pessoas num mundo cada vez mais globalizado, a superficialidade dos sentimentos, o isolamento, o egoísmo, o filme pergunta até onde é capaz de ir o amor, se nos momentos de graves catástrofes é possível ter amigos, sentir a beleza do mundo em todas as suas dimensões. Procurando relacionar uma história de amor com todo o universo e mostrando imagens de diversos países e continentes  (sendo a maior parte delas as de lixo, pessoas a chorarem, a fazerem trabalhos pouco valorizados e a viverem na miséria), o filme não passa de uma tentativa pretensiosa de abordar o sentido da vida e do amor. Demasiado negativista, demasiado patético por vezes até superficial, este é um dos filmes que ambicionam satisfazer o público intelectual, usando porém os truques de dramas comerciais (no final sempre há amor, amizade, perdão, os protagonistas permanecem juntos apesar da crueldade de Michael com Susan, o fim do mundo não chega a acontecer). Muito mais do que o relacionamento entre estes dois namorados, poderia ser interessante a relação  entre Susan e a sua irmã (o apoio incondicional que a irmã lhe dá em todos momentos, a amizade e cumplicidade entre elas, a felicidade e positivismo que a irmã lhe tenta transmitir). Este episódio do filme é irreversivelmente manchado quando Susan confessa que odeia os filhos da irmã por ela não poder ter os próprios. O facto de Susan se dirigir a todos tratando-os por "marujo" e as suas grandes saudades do pai deviam ser mais aprofundadas (a não ser descrevendo a sua incapacidade de encontrar um namorado adequado) e isso tornaria esta personagem mais real.
Além da excelente qualidade das imagens, pouco mais pode dizer-se a favor das mais-valias deste filme repleto de situações sufocantes que no final desaparecem como por magia.

sábado, 5 de octubre de 2013

Diana, resenha do filme

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
 Filme. Diana
Género: drama
Duração:113 min.
Realização: Oliver Hirschbigel
Com: Naomi Watts, Naveen Andrews, Douglas Hodge, Geraldine James, Charles Edwards
Baseado no best-seller "Diana's First love" e tendo por base alguns factos biográficos da vida de Diana, princesa de Gales, após a sua separação do príncipe Carlos, o filme foca a sua aventura amorosa com o cirurgião paquistanês Hasnat Khan, supostamente o seu primeiro e único amor. Partindo da ideia sobre Diana como uma grande humanitária, pessoa plenamente entregue aos outros e às missões em Angola contra as minas terrestres e outros projectos a favor dos desprotegidos, a história centra-se demais no lado pessoal da princesa: o seu desejo de se comportar como uma pessoa comum: de cozinhar, limpar o seu quarto, de se vestir como toda a gente e de evitar os papazzi e a sua procura de amor. Nessa tentativa, de encontrar o homem ideal ela é apresentada como muito insegura, mal-amada, por vezes infantil, quase como uma adolescente, muito mais do que como uma dama digna de respeito conhecida e admirada no mundo inteiro. Enquanto a sua entrega ao amante paquistanês, o interesse por ele, pelo seu trabalho, valores, ideias parecem ser absolutos e sem reserva, a atitude dele com a Princesa não revela um amor profundo e verdadeiro, por mais que ele o afirme. Entre eles existem diferenças fundamentais (além das culturas, estatutos sociais, religiões, o facto de Diana ser mãe e ele não). Diferenças essas dizem respeito aos seus caracteres, hábitos, estilos de vida: Diana é uma princesa, uma celebridade, admirada pelas pessoas, habituada a lidar com os jornalistas, que desfruta da sua popularidade, Hasnat é um homem reservado e frio, que prefere preservar a privacidade, Diana vive uma vida saudável, não tem vícios, Hasnat fuma, bebe, come fast food. Diana é culta, educada, conhecedora de várias culturas, Hasnat não sabe muito para além de jazz e futebol. Na vida real, mesmo sem a morte da Princesa de Gales, a sua relação nunca funcionaria: por um lado nenhuma das famílias veria com bons olhos um casal tão importante britânico-paquistanês, por outro lado a falta de profundeza dos sentimentos por parte de Hasnat e a insegurança quase obsessiva de Diana não iriam resultar a longo prazo.
No filme há detalhes que chamam a atenção aos adeptos de escândalos e da prensa cor-de-rosa, uma vez que as mutilações da Princesa após a infidelidade do seu marido não parecem ser verdadeiras. Apesar de ela constantemente repetir que a sua vida é vigiada pela família real, faltam no filme as personagens do príncipe Carlos e da Rainha Isabel que o pudessem confirmar. A sua preocupação pelos filhos não vai mais além de um par de conversas telefónicas breves com o filho mais velho, o que não se enquadra na imagem da princesa como uma mãe admirável que todo o mundo conhece.
Ao fazer uma obra cinematográfica que pretende ser uma biografia, é desejável documentar-se mais e basear-se nos factos históricos e menos em especulações e informação não verificada.
Além da excelente actuação da protagonista Naomi Watts e uma excepcional qualidade de imagens, o filme não tem muito mais para impressionar os espectadores.

viernes, 4 de octubre de 2013

Uma palavra bonita abre as portas de ferro por Anamarija Marinovic

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Uma palavra bonita abre as portas de ferro
(provérbio popular sérvio)

 Se imaginam a figura do professor como uma cara feia e sempre séria que está ali para vos amargar a vida com coisas que não interessam a ninguém e que pensa apenas em receber o seu ordenado no fim do mês, estão muito enganados. Apresento-vos a Ana, professora de inglês que tem uma história para vos contar:
Como a maioria dos vossos pais, a Ana não é portuguesa de nascença ou de origem. Nasceu e cresceu na Sérvia, uma terra bonita, que fica longe, muito longe daqui,  no Sudeste da Europa.
- Sérvia? O que é isso? Selva? Sibéria?- ouvia ela algumas vezes vozes num tom de gozo. Sabendo que as ideias negativas se geram da ignorância, não levava a mal e respondia:
-Sim, a Sérvia, aquele pais que tem um escritor que venceu o Prémio Nobel, e aquele país que tem o melhor jogador de ténis no mundo e mais ainda o país que tem muitos mosteiros na lista da UNESCO.
Quantas vezes, meus meninos, ouviram alguém a expressar-se mal das vossas terras, do vosso sotaque, das vossas raízes? Eu sei que isso dói, que é triste, que magoa, mas não respondam com insultos, agressividade nem lágrimas. Encontrem uma forma inteligente de esses comentários não vos atingirem: digam aquilo que é belo nas vossas terras, porque cada país tem a sua história, natureza, encanto únicos, mas o que mais vale em cada terra são as pessoas que lá nasceram e que são oriundas de lá. Dou-vos uma tarefa: olhem para dentro dos vossos corações e descubram quanto amor e amizade lá estão, precisamente porque vocês fazem a diferença.  E disso devem ter orgulho, não vergonha. Justamente como a Professora Ana.
 A Ana sabe também que a maioria de vocês provem de famílias humildes, mas este é apenas mais um ponto que ela tem em comum convosco: ela também não é rica, o pai dela é jornalista, a mãe dona de casa, nem sempre tinha tudo o que queria, e ainda bem! Os que têm sempre o que querem costumam ser mimados e egoístas, porque não valorizam o esforço dos outros. Em vez das riquezas materiais,  tem uma família unida, uns pais maravilhosos e um irmão e uma irmã absolutamente insubstituíveis: carinhosos, persistentes, atenciosos com ela e eles são o seu maior tesouro.
- O meu pai é chato! A minha mãe é muito dura comigo! Não gosto nada deles e eles também não gostam de mim!- ouvia a Ana algumas vozes a refilarem.
-Não, não é verdade- respondia ela. Esse pai chato e essa mãe dura trabalham e sacrificam-se muito para vos darem um futuro melhor. Por vezes apenas não sabem encontrar a palavra certa ou o gesto mais adequado, mas tenho a certeza que amor por vocês não lhes falta e que morreriam de preocupação se vos acontecesse alguma coisa má. E vocês têm que dar valor a isso.
A Ana tem a sua família longe, tem saudades, naturalmente, por vezes fica triste, mas basta o seu pai dar-lhe um toque no telemóvel como quem diz: "Olá, filhota, estou aqui a pensar em ti", para o seu coração sentir o grande carinho que atravessa as fronteiras e enche a sua alma..
Apoiada pelos pais e irmãos, a Ana estudou sempre muito, porque durante toda a vida quis ser professora para poder transmitir e partilhar os seus conhecimentos. Nem sonhou que o seu desejo se faria real aqui em Portugal. A primeira escola em que trabalhou foi uma primária na zona das Olaias (linha vermelha do metro) em Lisboa. Quando lá chegou não sabia que se tratava de uma zona de má fama (pouco segura, não demasiado limpa e em que viviam pessoas desfavorecidas). Apenas ouvia advertências dos seus amigos e colegas da faculdade:
- Ai, Deus me livre! Vais trabalhar ali? Que horror! E ainda por cima com aqueles meninos complicados, problemáticos, barulhentos...? Aquelas gerações perdidas que nunca vão dar em nada?
- Vou e então? - respondia a Ana toda confiante- As crianças são crianças em todo lado. Todas têm o mesmo direito de serem educadas e ensinadas. Ponto final. Acabou.
Mais tarde, quando começou a trabalhar na Amadora, nos seus ouvidos ressoavam os mesmos comentários e ela dava exactamente as mesmas respostas. Nos seus locais de trabalho nem sempre tudo era um mar de rosas: não o diz nem pela comunicação com os colegas, nem com a coordenação das escolas, mas justamente por causa de alguns alunos. Custava-lhe muito descobrir que algumas das crianças reparavam logo nos seus defeitos físicos (um problema na vista e outro na sua forma de andar). Isso abalava-a e deixava-a triste, interrogando-se se foi para isso que se formou e se valia a pena continuar (não por a terem imitado ou gozado com ela, porque ela assumia o seu corpo como tal e porque desde sempre aprendeu a esforçar-se e a transformar as suas limitações em vantagens. O que lhe doía eram as palavras graves pronunciadas pelas bocas das crianças, que ela sempre considerava puras e inocentes. Um velho ditado popular da sua terra diz muito bem que a má ferida sara, e a má palavra não, isto é: as dores físicas aguentam-se mais facilmente, as mágoas exigem mais tempo. Sabia muito bem que nesses momentos o pequeno Diabo do seu ombro esquerdo metia na sua mente esses questionamentos para o seu Anjo da Guarda, comodamente sentado no seu ombro direito lhe dar coragem e animá-la na sua missão de Professora com "p" maiúsculo.
 A Ana nasceu prematura, teve quatro cirurgias dos dois olhos, mas ela é uma pessoa profundamente feliz: ela vê e aprecia a beleza das coisas, enquanto há tanta gente cega por este mundo fora. E ainda mais: leu e estudou tudo o que podia, o que lhe permitiu ter muito sucesso na universidade e a ser uma das melhores alunas. Isso mesmo! Nasceu também com um problemazinho nas pernas, que ainda hoje não sabe exactamente o que é, mas ela anda, e faz caminhadas e sobe e desce as escadas e consegue estar muito tempo levantada. Em criança até chegou a jogar futebol com os rapazes, já se envergonhou de algumas intervenções desastradas,  como já se orgulhou de algumas grandes defesas (incluindo alguns penaltis). Hoje em dia não lhe custa nada fazer uma subida enorme a pé (desde a estação de comboios da Amadora até à escola onde está a trabalhar agora porque não há obstáculos que a possam separar das crianças lindas desejosas de saber mais. Não se sente como vítima, não precisa da vossa compaixão, nem guarda rancor a ninguém. Aconteceu com ela como podia ter acontecido com qualquer pessoa. Mas felizmente ela pode andar. Está a dizer-vos tudo isto porque na primeira escola em que trabalhou, naquela da zona das Olaias, uma vez teve que enfrentar uma situação desagradável: um aluno queria empurrá-la pela escada abaixo, gozando com a sua forma de andar.
- Então, não queres dar-me a mão para eu descer as escadas?- perguntou-lhe a Professora Ana.
Silêncio absoluto. Ao ver um rubor de quem fica com vergonha e os olhos cheios de lágrimas do menino, ela esperou mais alguns instantes e estendeu-lhe a mão. De mãos dadas desceram as escadas.
- Tenha cuidado com o degrau, Professora. Só  mais um, pronto. Já está - dizia-lhe o menino com cara de preocupação.
 Obviamente ela poda tê-lo feito sozinha, podia ter escrito uma participação, ralhar com o rapazito, mas não o fez. Queria que ele se sentisse útil, responsável e que descobrisse a sensação bonita de ser louvado porque alguém nos agradece uma bondade.
 Na terra da Ana o final do ano lectivo era sempre um sinal de alegria para os melhores alunos, porque além da caderneta com as notas e muitos elogios na presença dos pais, eles levavam para casa livros belíssimos, assinados pelos seus professores. Ainda se lembra dessas ocasiões que a tornaram em leitora ávida. Sendo muito respeitadora das tradições, resolveu implementar algumas delas nas escolas portuguesas, com uma minúscula mudança: decidiu comprar um livro para cada um dos seus alunos, independentemente do nível dos seus conhecimentos ou do grau de (in) disciplina. Sabia ela que essa podia ser uma jangada de pedra que ajudasse as crianças de meios familiares e sociais desfavorecidos a levantarem-se e a remarem contra a maré. Não é por acaso que na sua cultura se diz que uma palavra bonita abre as portas de ferro.
- Livros? Que seca! A escola não presta para nada! Vou pôr no lixo!- disse um aluno revoltado.
- Se quiseres deitar o livro fora, força. O caixote está aqui- disse a Professora Ana com a voz extremamente calma.
Ao abrir a prenda e ver uma dedicatória personalizada com o seu nome, a letra da Professora e tudo como devia ser, não imaginam a expressão de alegria no rosto do pequeno leitor ainda não muito experiente.
- Obrigado... Thank you, teacher.
- Será que me pareceu ou eu estou a ouvir por aqui algum inglês?- pensou a  Ana toda contente.
- Teacher...
-Yes?- respondeu ela voltando dos seus pensamentos para a realidade da sua sala de aula.
- You are a very good person. Thank you. Posso dar-lhe um abraço?
-Of course you can. -respondeu e controlou as lágrimas.
Com um sorriso do tamanho do mundo nos lábios e com a sensação de missão cumprida, a Professora Ana dirigiu-se ao portão da escola sabendo que o seu dia de trabalho tinha terminado e que no dia a seguir a esperavam outros desafios.




sábado, 28 de septiembre de 2013

Breaking Amish, Brave New World impressões do serial

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Se têm TLC na TV cabo, o reality serial sobre um grupo de jovens (Rebecca, Abe, Jeremiah, Sabrina e Kate) entre 21 e 26 anos de idade que rompem as regras rigorosas da comunidade religiosa em que cresceram para irem a Nova Iorque à procura de uma nova identidade um novo caminho e um futuro para ai, é um programa interessante que questiona os direitos da família sobre os filhos e dos filhos dentro dela, a autoridade da religião e o seu papel na vida contemporânea. Para entendermos melhor até que ponto a revolta contra as experiências anteriormente vividas é justificada, devemos saber que tipo de comunidade são os Amish: derivados da seita anabaptista suíça, os missionários desta comunidade religiosa começam a emigrar para os Estados Unidos, onde propagam uma vida reservada e recolhida que preserva as pessoas e sobretudo os jovens do pecado. As maiores comunidades Amish hoje em dia vivem na Pensilvânia, no Ohio e mais alguns estados predominantemente agrícolas. Rejeitam o uso da electricidade, de carros, e de qualquer aparelho moderno, proclamando a conexão com o Diabo. A escolaridade permitida para os membros desta comunidade é até ao oitavo ano, após o qual são obrigados a trabalharem no campo usando métodos antigos de lavrar a terra. Vestem-se de uma forma específica: os homens usam chapéus pretos, camisas brancas e calças com suspensórios, enquanto as mulheres usam sapatos rasos, vestidos compridos e largos e tocas brancas no cabelo. Rezam antes de comer e à noite, o seu único livro sagrado é a Bíblia, a maior autoridade religiosa é o bispo, que pode casar e ter filhos. Proíbem qualquer tipo de diversão, as compras são consideradas pecado, não ficam alojados em hotéis, não bebem álcool. O respeito pelos mais velhos e pelos pais é incutido com medo e quem quiser abandonar a comunidade é expulso sem possibilidade de voltar e de ser novamente admitido na família.
Corajosos, curiosos, ansiosos por experimentar tudo, estes jovens passam por um caminho de individuação e de libertação dos seus medos, preconceitos, proibições. Felizes por não haver um bispo rigoroso em cada esquina a vigiá-los, alguns até exageram com as suas novas experiências: bebem demasiado, despem-se com muita facilidade, começam a infringir todas as regras, e começando a ver que Deus não os vai fulminar por qualquer coisa que façam ou deixem de fazer. Esta é uma procura de Deus, de melhorar a própria religiosidade ou de renunciar a ela, é uma expressão dos próprios desejos, o auto-conhecimento, o momento de conhecer os limites. As personagens parecem crianças em situações quotidianas (quando andam de transportes, usam o elevador, lavam a cara na casa de banho, levantam dinheiro do multibanco, compram roupas novas), sendo estas as experiências mais enriquecedoras e fascinantes na sua vida. É uma história da amizade, de reconciliação com as famílias de origem (as nativas ou adoptivas), mas também de mesquinhices e mexericos de alguns dos participantes (Sabrina e Kate em relação à Rebecca: vasculham nas coisas dela, gozam com ela por usar prótese nos dentes, adaptam-se demasiado facilmente só ao que é negativo na sociedade contemporânea, falam detrás das costas das pessoas). As famílias de origem, apesar da sua atitude de fariseus inicial parecem nem sempre ser tão insensíveis, uma vez que uma das mães foi a Nova Iorque supostamente para resgatar o filho do mundo dos pecados, mas na verdadade mostrando que tinha saudades e que amava o filho. Rebecca e Abe parecem ser os mais correctos em relação aos outros participantes, tornando-se primeiro amigos,e depois namorados e acreditando nos mesmos ideais: o amor, uma família em conjunto, a fidelidade, mantendo algumas das atitudes conservadoras, porque ser conservador em si não é necessariamente mau. Embora no programa haja também um pouco de propaganda sobre a beleza da vida fácil em Nova Iorque, trata-se de um serial que aborda a questão da saída das seitas, das chantagens a nível familiar, de grandes descobertas e de decisões certas e erradas que fazem parte da experiência de vida de cada indivíduo.

Blue Jasmine, resenha do filme

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Filme: Blue Jasmine
Género: Drama
Duração: 98 min.
Realização e guião: Woody Allen
Com: Cate Blanchet, Alec Baldwin, Sally Hawkins, Buddy Cannavale
Cinema. Cinema City Classic Alvalade
Jasmine French é uma mulher que era casada com um homem rico, mas desonesto que perdeu toda a sua riqueza, prestígio e reputação. Para ultrapassar a sua crise emocional após um casamento falhado e tentando encontrar a sua verdadeira identidade e vocação, decide passar algum tempo com a sua irmã adoptiva em São Francisco. Ainda que adoptadas pelos mesmos pais e educadas da mesma forma, as duas irmãs são personalidades completamente diferentes: Jasmine é sofisticada, tem muita cultura, estudou na universidade embora não se licenciando, tem muito estilo, conhece a moda, costumava levar uma rica vida social e ter amigos oriundos de alta sociedade. Ginger, porém, sempre se sentia em segundo plano em relação à irmã, o que se reflecte nas suas profissões (era empregada de mesa, vendedora de frutas no supermercado) e na escolha dos seus namorados (o primeiro marido, Augie era um homem ordinário e violento que lhe batia, Chilli, o segundo homem importante é machista, agressivo, bêbado e muito semelhante ao anterior).
Esta é a história sobre a tentativa de as duas irmãs se reconciliarem, conhecerem melhor uma a outra, de partilharem momentos de sinceridade, procurando recompor a auto-estima abalada. Enquanto Jasmine (que mudou de nome, porque Janette lhe parecia demasiado comum e sem classe) tenta resolver os seus problemas tomando comprimidos, bebendo e sonhando com recuperar o antigo esplendor, Ginger afoga-se em relacionamentos que não-lhe agradam, em trabalhos inferiores às suas capacidades, contando aos seus namorados tudo sobre si e a sua irmã sem qualquer reserva. Nos momentos de lucidez Jasmine critica a irmã por causa da ausência de confiança em si própria, convence-a de que Chilli não é o homem mais apropriado para ela, começando por sua vez a aprender informática, pensando num curso de decoração dos interiores on-line. Quando as suas vidas parecem seguir um rumo normal, as duas conhecem homens por quem se apaixonam: Al, o novo namorado de Ginger é doce, romântico, atencioso, gosta de dançar e apoia-a nisso, ouve os seus desejos e é terno ao fazer amor. Dwite, o pretendente de Ginger é um jovem viúvo, rico, com uma casa por decorar, que conhece a moda, as cidades europeias, que tem muito estilo e movimenta-se na sociedade alta com sérias ambições políticas. Ginger constrói a sua nova relação com confiança e uma determinada ingenuidade, acreditando no amor, até saber que Al é casado. Jasmine, por seu turno, para impressionar o novo pretendente, inventa uma série de mentiras, omitindo ou embelezando momentos desagradáveis do seu passado. Na procura do seu caminho, as duas irmãs falham novamente, ficando Jasmine a falar sozinha na rua tentando esquecer as suas mágoas, enquanto Ginger procura uma consolação nos braços de Chili, aparentemente arrependido da sua agressividade e comportamentos descontrolados.
Com uma excelente combinação de dois planos temporais, o da acção no presente e o das recordações do passado, o filme coloca várias questões importantes: é possível aprender com os erros das experiências anteriores, como encontrar o seu lugar no mundo, encontrar a sua vocação e felicidade. Questiona também a falsidade e sinceridade nas relações humanas (entre irmãs, amigos, pessoas de sexo oposto), pergunta se algumas pessoas simplesmente têm uma vocação específica para falhar ou esta é apenas uma consequência das escolhas erradas. Cate Blanchet  de uma forma magistral deu vida a uma personagem desequilibrada e profundamente insegura, enquanto Sally Hawkins é a escolha ideal para uma mulher modesta que não está consciente do seu verdadeiro valor. Alec Baldwin é ideal para protagonizar um rico descarado que se importa apenas com a sua imagem e as aparências  relacionadas com os seus negócios e casamento com uma mulher bonita. A personagem de Chilli, apesar de ser carregada de características negativas (violência, inseguridade, vícios, gritos, desejo de impor-se em todas as situações) é enriquecida com a sua sinceridade e preocupação com não ter segredos com Ginger.
Excelentes imagens e atenção que se presta a todos os pormenores são apenas algumas das mais-valias deste filme, que certamente vale a pana ver.



lunes, 23 de septiembre de 2013

English teachers, take a look

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇ A É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

DOOLEY, Jenny, EVANS, (2012), Fairyland 4 Activity Book, Express Publishing, 136 pages



Intended for to very young learners of English (primary classes), this activity book is divided into six modules, starting from the simple contents and grammar structures and finishing with more complex texts such as  talking about wishes and plans for the future. The exercises are imagined in order to stimulate pupils' creativity, making them use the vocabulary they already know to formulate their own sentences. In the book there is a plenty of gaps to fill in with missing words, sentences where the children need to reorder the parts correctly. They can find new words (countries, clothes and other terms organized by the alphabetical order) in word searches and crosswords especially designed to help children's better memorization of the new vocabulary. Matching games, multiple choices, true or false choices, looking, reading and writing exercises will certainly make the pupils think a little bit in English, applying better the rules they have learned., while colouring pages, board games, cutouts and stickers will turn their classroom a funny place where they also can relax. The grammar rules are explained through matching and multiple choice games that help children to interiorize them more easily. It is a very practical and didactic manual where the educative and the ludic components are perfectly combined facilitating the teachers' and the pupils' work in the classroom.

domingo, 22 de septiembre de 2013

A little bit of help for English teachers

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

WORRAL, Anne (2009) English Adventure 2 Pupil's Book, Pearson, Longman, Harlow, 72 pages
 With an interesting  moto "Motivate to Educate", the textbook  English Adventure 2 was designed for pupils that learn English as their second or foreign language. Imagined as a  simple manual that focuses communication and phrases used in everyday conversation (presentation, description of people, naming the objects in the house such s chair, teapot, cup, talking about weather), this book also helps in the improvement of memory (because it includes bingo cards, chants with a very repetitive vocabulary matching games etc.  The central parts of the units are introduced by the most popular Disney characters (Aladin, Mulan, Simba the Lion), while the grammar rules are explained in a funny way through games and chants. The revision units are thought as interesting board games where pupils have to complete the sentences with the missing words, do or say what the game indicates without thinking too much about grammar and applying the correct forms as they hear them. The section " FUN FACTS" contains information about animals and their habits, tornadoes and other natural phenomena, which not only contribute to the development of their knowledge, but also use simple grammar structures ( Present Simple and Present Continuous Tenses, everyday questions such as "How do yo feel? What do lions eat? Who's tired?). These strategies  stimulate the children's curiosity, make them express their thought using their own words.) Including a teacher's book, an activity book and a cd with chants and songs, this manual is very helpful in the process of learning and teaching English as foreign language to the children with or without any previous experience with this language.