Entradas populares

miércoles, 26 de diciembre de 2012

a saudade portuguesa mais uma vez

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
  VASCONCELOS, Carolina Michaelis de (1996) A Saudade Portuguesa - Divagações filológicas e literar-históricas em volta de Inês de Castro e do cantar velho "Saudade minha, quando te veria" e a Fonte dos Amores, Guimarães Editores, Lisboa, 156 pp.
Inúmeras vezes já se tem discutido a saudade portuguesa, do ponto de vista filosófico, literário, psicanalítico, cultural, antropológico ou até religioso e da influência deste complexo sentimento no carácter nacional português, na sua forma de pensar e de sentir, e da sua  "alma colectiva". O olhar de uma estrangeira, alemã de nascimento e portuguesa de casamento e "adopção", porque estudou e sentiu a cultura portuguesa como algo que lhe era muito próximo dela, é sem dúvida um dos contributos mais notáveis no que diz respeito à análise deste elemento da cultura portuguesa.
Partindo do mito dos amores proibidos e ilícitos entre o rei D. Pedro e a sua amada e amante Inês de Castro, Carolina Michaelis de Vasconcelos compara algumas das realizações literárias deste tópico nas línguas espanhola e portuguesa, analisando e devidamente explicando os elementos da história, lenda, mito e imaginação dentro de cada uma delas.
O que é interessante na visão desta autora é a sua afirmação sobre  a saudade enquanto sentimento e a sua particularidade na língua, literatura e imaginário portugueses: "É inexacta a ideia que as outras nações desconhecem este sentimento. Ilusória é a afirmação (...) que mesmo o vocábulo "Saúdade"- mavioso nome que tão meigo soa nos lusitanos lábios- não seja sabido dos bárbaros estrangeiros (estrangeiro e bárbaro são sinónimos) não tenha equivalente em língua alguma do globo terráqueo e distinga unicamente a faixa atlântica, faltando mesmo na Galiza do Além-Minho" (p.31). Como confirmação desta sua perspectiva, a autora refere alguns dos equivalentes desta palavra (e sentimento e filosofia) na sua língua materna, citando também alguns traços distintivos entre este conceito e os termos alemães, sendo os alemães também metafi´sicos e referentes ao Além, embora não tão aplicados na poesia lírica.
Como uma das possíveis definições  do termo português "Saudade", Michaelis de Vasconcelos cita as seguintes ideias: " vibra maviosamente a mágoa complexa da saudade: a lembrança de se haver gozado em tempos passados, que não voltam mais, a pena de não gozar no presente, ou de só gozar na lembrança, é o desejo e a esperança de no futuro tornar ao estado antigo da felicidade" (p.22)
Reflectindo um pouco sobre estas designações da saudade, pode ver-se que este sentimento é próximo da nostalgia dos "velhos bons tempos", de uma "idade de ouro" da tranquilidade, sossego e realização, que só existia no passado, que no presente é inalcançável, mas que permanece sempre como um sonho, uma utopia e uma fé no futuro. Esta investigadora é também da opinião que a saudade pode ter uma dimensão espiritual, quase religiosa, isto é designa o desejo da salvação e redenção da alma através do desejo de se estar perto de quem partiu, de se confessar a grandeza da falta que a sua ausência causou,  tendo-se a esperança de que nalgum momento se voltará a estar junto da pessoa amada e desejada.  Entre outras características da saudade portuguesa, esta pensadora refere também as "qualidades ternas, suaves, submissas, resignadas da paixão portuguesa" (p.35). Embora a autora analise a manifestação deste sentimento na literatura erudita dos séculos XV e XVI,  a saudade portuguesa descrita e verbalizada exactamente assim está muito presente nos cancioneiros medievais e ainda antes, na poesia portuguesa de expressão oral, podendo-se afirmar a existência de um modus amandi específico do povo português.
A este sentimento ligam-se estreitamente os sentimentos do "isolamento, ausência, falta, mágoa, carência, desamparo, tristeza, melancolia, dó de alma, o mal de ausência, a nostalgia" como também a " vontade de se possuir o que nunca se possuiu" (p.54.)
Estas são as razões pelas quais Carolina Michaelis de Vasconcellos opta por deduzir a etimologia do termo "saudades" do vocábulo latino "solitates" que seria o plural do termo "solidão" e como prova para a sua reflexão refere o "equivalente" espanhol "soledades",  como a sua "raíz evidentíssima". Esta, porém, a nosso ver não seria a ideia mais feliz , em primeiro lugar porque em espanhol existe a palavra "añoranza", que seria o equivalente semântico do termo "saudade" e em segundo lugar porque o processo do desenvolvimento fonético deste termo em português que a autora cita como "alterações fonéticas normais" parece muito forçado, e porque outras fontes mostram algumas divergências no processo do desenvolvimento do português a partir do latim vulgar.
O que representa um dos aspectos importantes deste livro é o fragmento de um velho cantar " Saudade minha,quando vos veria" cantado pela D. Inês de Castro e a sua criada de confiança, Violante, dirigido ao "seu penhor querido" D. Pedro. Neste canto exprime-se toda a dor e toda a angústia causadas pela ausência do amado, a "pena e o tormento" que dominam a alma da rainha apaixonada, a impossibilidade da concretização do seu amor etc, que parecem caracterizar de uma forma muito singular a palavra e o próprio sentimento da saudade.
Com uma série de anotações e esclarecimentos no fim do livro, a consulta e a compreensão da cultura portuguesa, do seu lirismo e da saudade torna-se mais prática e fácil, como também as lendas e pormenores do mito de Pedro e Inês e a Fonte dos Amores.
Para quem estuda a cultura portuguesa, esta obra deve ser uma das referências fundamentais acerca da mentalidade, lirismo e forma de exprimir os afectos do povo português. O facto de ser da autoria de uma estrangeira (embora naturalizada e bem enquadrada na sua cultura de acolhimento) atribui a esta visão de um segmento da literatura e cultura portuguesa um carácter mais neutro e imparcial, que se distancia e ao mesmo tempo aproxima da mentalidade e sensibilidade de um povo, de uma forma clara, científica e meditativa. Este estudo abriu o caminho a muitas outras perspectivas e visões do conceito da saudade (in)traduzível para outras línguas , literaturas e culturas.

cultura portuguesa do ponto de vista de Eduardo Lourenço

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

LOURENÇO, Eduardo (1999) A Nau de Ícaro, seguido de Imagem e Miragem da Lusofonia, Gradiva, Lisboa, 214 pp.
 Habituados às ideias europeias e europeístas de Eduardo Lourenço, os leitores nestas duas colectâneas de ensaios encontrarão certamente um substrato europeu, embora desta vez a ênfase se ponha na cultura portuguesa, nas suas especificidades dentro do âmbito da cultura ocidental, e a sua beleza única e a importância de entre todas as outras culturas dos povos que habitam a Europa.. Lendo A Nau de Ícaro,  é  indispensável aperceber-se da relação que os ocidentais e entre eles os portugueses têm com o tempo, sendo que nos ocidentais no geral se note uma determinada indiferença com o tempo e para os portugueses, o tempo continua a ser intimamente ligado ao cristianismo católico e ao papel messiânico de Portugal.  Quando  Lourenço reflecte  sobre a tendência expressionista na arte e na literatura europeia, comparada com a situação em Portugal, ver-se-á que na sua opinião a cultura ocidental de certa forma deixou de ser "uma cultura de angústia, fascinada, hipnotizada ou perturbada pela morte" (p.11) e que em Portugal se nota muito uma " Poética da Dor com maiúscula" , que por sua vez se enquadra na filosofia, na melancolia e na forma de pensar e de sentir dos portugueses.  Deste modo é natural, que como uma espécie  de definição desta corrente artística, Eduardo Lourenço recorra á seguinte ideia: " O Expressionismo à portuguesa não se resume  na opacidade do "silêncio". Fala dentro e acima da morte, saudosamente" (p.35.) 
Diferentemente das suas outras obras que estudam e analisam o imaginário europeu, este conjunto de ensaios refere-se à criação e respeito de uma mitologia portuguesa e europeia em função do cânone  e do imaginário literários, sendo para este efeito inevitáveis os nomes de Camões, Pascoaes, Pessoa e outros grandes pilares das letras portuguesas. Os três autores inicialmente mencionados denominam-se também de "triângulo de Bermudas da literatura portuguesa.
 Como características principais do ser português salienta-se mais uma vez a peculiar ligação com a natureza e com o mundo, o que implica um modo de sentir singular, designado como "a alegria na tristeza e a tristeza na alegria" (p.38), que se reflecte em toda a criação poética lírica portuguesa. O carácter sonhador do povo português é salientado também, por vezes como um traço positivo, sendo Lisboa designada como a "cidade mais onírica da Europa",  e outras vezes também como uma "carga negra de sonhos".(p.58).
Entre estes dois pólos oscila um determinado optimismo quase missionário e o pessimismo fatalista do povo português que define a sua relação com o futuro. O futuro é encarado como "esperança, sonho e utopia" e também como uma "questão da fé", impregnando-se nestas palavras uma forte ideologia cristã. Uma vez que na Europa existe uma grande variedade de povos e culturas, é inevitável mencionar-se uma multilpicidade de tempos e sublinha-se também que cada povo e cultura têm o seu "tempo próprio", isto é o seu próprio ritmo e grau de desenvolvimento, não devendo existir a noção da superioridade e inferioridade de literaturas, povos, filosofias e culturas.
Em relação ao problema de emigração, a chamada "Nau de Ícaro", em homenagem a uma célebre pintura de Breugel, levanta-se quase em simultâneo a questão da identidade portuguesa e de todos os perigos de os portugueses se "converterem" em europeus, globalizando-se e perdendo a sua singularidade. Depois da perda das colónias e  da adesão à Comunidade Económica Europeia (a actual União Europeia), Portugal sentiu-se de certa forma confuso e "perdido" na sua nova posição na Europa e no mundo, sentindo-se marginalizado. Levantando o problema do centro e da periferia e da margem, Eduardo Lourenço refere a trajectória portuguesa como a de um "povo à  margem da Europa, o seu centro-ex-centrado, já estivemos no futuro" (p.74). O interessante nesta visão é a posição geográfica de Portugal (á margem da Europa), que não o impediu a ser "centro" durante uma época, e de ver-se "ex-centrado" após a perda do poder económico e colonial. O jogo dentro da palavra "ex-centrado" que ao mesmo tempo significa ex- e descentralizado ilustra muito bem a  ideia de Portugal como uma ex-potência colonial e como um antigo "centro" cultural, político e económico no mapa da Europa e do mundo. Analisa-se a complexa e ambivalente relação entre Portugal e o Brasil, sendo o Brasil um dos novos focos de atenção, devido ao seu rápido desenvolvimento económico e cultural, como um dos pontos de referência que Portugal não deve esquecer e com que deve fortalecer as boas relações diplomáticas e políticas.
Questionando também o progresso, Lourenço debruça-se sobre a ideia grega da história como inquérito, ou como forma de descobrir o sentido dos acontecimentos.
Em "Imagem e Miragem da Lusofonia" comentam-se desde uma perspectiva diferente a questão da globalização, sendo, e muito oportunamente, usada, do mundo no fim do milénio que parece um aeroporto em que a humanidade se cruza sem se ver. Este, de facto, poderia ser um dos perigos de um mundo cada vez mais uniforme e uniformizado, em que tudo parece ser próximo e conhecido, mas sem um real e profundo conhecimento.
Um dos pontos de aproximação entre povos e culturas poderia e deveria, na opinião de Lourenço, deveria ser a língua, e por isso é importante preservar-se a identidade linguística dos povos. Em relação à língua portuguesa, Lourenço exprime-se da seguinte forma: "língua, cultura e ficção". Para entender-se melhor  esta afirmação, é necessário encarar a língua como uma realidade histórica, política, cultural, "herdada", e não apenas como um fenómeno fonológico e fonético que serve para possibilitar a comunicação entre as pessoas. Discute-se também a célebre ideia da língua como pátria, sublinhando-se que no mundo lusófono a pluralidade de diferentes identidades que fazem parte da mesma "pátria" . Não se deve esquecer que a língua é e sempre foi um forte elemento da identidade nacional e cultural dos povos e que do poder que uma língua tem no mundo depende o estatuto dos países. Desta forma, Lourenço utiliza uma frase quase proverbial: "Diz-me a língua que falas, dir-te-ei o estatuto que tens" (122). No que diz respeito à diversidade de línguas locais que se falam nos territórios do Brasil e das antigas colónias portuguesas em África, este autor refere o fenómeno da "babelização", isto é o direito que todos os povos têm de exprimir a sua identidade na própria língua, sem esquecer que o português é e deve ser  um meio importante de comunicação na sociedade.
Quanto à relação entre Portugal e o Brasil, nas reflexões deste autor nota-se que se trata de um fenómeno profundo e complexo, que da parte portuguesa oscila entre "ressentimento e delírio": ressentimento porque na consciência de um brasileiro comum Portugal é um ponto de referência muito vago, situado algures na Europa, não tão importante como o é a Espanha na consciência de um mexicano ou qualquer outro hispano-americano.. Este facto, na visão do autor, não é recente, porque já desde os séculos XV e XVI, os habitantes do Brasil "os portugueses de lá" sentiam-se de certa forma diferentes e superiores aos "portugueses de cá", devido à grande riqueza material e ao ouro do Brasil. Trata-se também de um desconhecimento e incompreensão mútua entre estes dois países, que se deve a uma ampla e multifacetada identidade brasileira. O que é de notar na construção da identidade brasileira é uma certa tentativa de "fugir" do passado colonial português, de negar a importância da Europa e de "abrasileirar" o seu passado,criando uma identidade única e reconhecível num mundo cada vez mais globalizado. Referindo-se ao Carnaval como uma das festas principais no Brasil, Eduardo Lourenço chama este país de "país de disfarce", não vendo, porém, nesta designação nada de falso ou hipócrita, apenas salientando o carácter multirracial, multinacional e plurifacetado deste enorme estado que alguma vez na História pertenceu a Portugal.
Esta colectânea de ensaios problematiza também a definição do termo " lusofonia", sem demasiada mitificação e mistificação deste conceito e determinando-o apenas como o espaço cultural da língua portuguesa. Salienta-se também a ideia de uma determinada  tendência de "sacralização da língua" que os portugueses e os franceses têm, garantindo desta forma a união entre os povos que  falam estas duas línguas em questão e assegurando o seu domínio cultural sobre as suas ex-colónias. A ideia da lusofonia relaciona-se com certos estereótipos ligados ao Norte e ao Sul, neste caso particular, pontos cardinais de Portugal, desmanchando algumas das opiniões enraizadas sobre o regionalismo e bairrismo aparentemente típicos para os portugueses.
Estas duas obras, semelhantes e diferentes ao mesmo tempo , são uma continuação dos tópicos permanentemente presentes na obra filosófica de Eduardo Lourenço, que de uma forma imparcial e objectiva salientam o valor da cultura portuguesa na Europa e no mundo, apontando também para os seus problemas e dessvantagens, mostrando que é possível e desejavel preservar a identidade nacional e formar uma Europa unida nas suas diferenças.

sábado, 22 de diciembre de 2012

os Miseráveis Víctor Hugo

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

HUGO, Victor  (1977) Os Miseráveis V Vols. , Circulo de Leitores, Lisboa

Publicada pela primeira vez em 1865 em várias cidades europeias em simultâneo e vendida numa tiragem extraordinária para a época, esta obra sem dúvida representa uma crônica bastante pormenorizada da sociedade francesa do século XIX. Desenvolvida entre a batalha de Waterloo de 1815 e os motins de Paris de 1838, a acção deste romance  gira em torno de algumas personagens centrais (Jean Veljan, Cosette, Marius e muitos outros) e inúmeras personagens secundárias, mostrando toda a indignidade humana, a miséria, a pobreza, as injustiças sociais (condenas à prisão por roubos de pão porque os familiares t~em fome), a vida dos criados, dos humilhados, dos ofendidos, da burguesia e do povo, podendo cada um dos caracteres do livro merecer a alcunha de "miserável", quer que se trate meramente da sua condição económica, quer da sua degradação moral.
Esta obra questiona também os ideais e as consequências da Revolução francesa, a desilusão dos ideais, e de diferentes "ismos" políticos, reflecte sobre várias ideias filosóficas e religiosas, dá a sua opinião sobre a obra de alguns dos mais célebres pensadores iluministas, nomeadamente Rousseau, ironiza alguns defeitos humanos, debruça-se sobre a vida parisiense da época, enquadrando o leitor perfeitamente no  contexto sociocultural do século XIX, interrogando-se o que é ser romântico e qual deve ser a posição da arte e da literatura perante a sociedade.
Entre algumas das grandes reflexões dentro da obra, poder-se-iam escolher a que diz respeito à pobreza na juventude, que apura a alma e prepara-a para fazer bem.
No que se refere á estrutura narrativa, é interessante como é que o autor implica com o leitor, mantendo a sua atenção, recordando-o de algumas situações previamente abordadas no romance e envolvendo-o mais profundamente na acção.
Com uma excelente caracterização das personagens, (o mau pobre, Mário, Cosette), a devida atenção qyue se presta aos pormenores, no falar, na descrição das situações, da roupa, de acontecimentos históricos, Os Miseráveis merece o seu lugar entre os grandes clássicos da literatura francesa e universal.

viernes, 21 de diciembre de 2012

Helping the English teachers...

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
DAVIES, Paul A, GRAHAM, Carolyn (2002) Zabadoo! 2 Class Book, Oxford University Press , New York 95 pp with teacher's book and cassettes
Designed for primary school children, with comics, nice illustrations, excellent photoes, songs and some useful information from different websites, This book invites the pupil to use their imagination, auditive capacities, the intuition so as to improve the learning process. Repetition games, as well as colouring and matching activities are also included in the book in a very original way, for example, to know more about some animals, the children have to fill in a form where is written "Wanted" and to  guess the colour, the natural habitat, its shape etc. Througs some puzzles and chrosswords, the children will certainly enrich their vocabulary, get familiarised with the English system of writing. Seeing the photoes they will want to know more about the houses in Britain, some museums and important people and they will become interested in exploring the British everyday life and history. Some cultural aspects such as Mothers' Day, Christmass, The Bonfire night are also presented in this book, accompanied by a proper story that will intrigate the children's imagination and will foment their interest in English literature and customs. A very practical aspect of this book that must be pointed out as a plus in its structure is a short glossary in the end that makes easier the process of learning and consulting of the main concepts and parts of vocabulary that are supposed to remain in children's memory and that might push them to learn more and improve their skills and interest in the English language.

Books for learning English at school

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
FARINHA, Manuela C (2009) New Zappy 3 Student's Book, inglês 1º Ciclo, Porto Editora, Porto, 66 pp  with Storybookk Zappy Festivals
It seems very difficult to teach English as foreign language at school, and especially if you are obliged to do it in a funny way, with no grammar, dictionaries or any other auxiliary books. Nevertheless, here we have a very successful attempt to do it. In this  book with simple and beautiful illustrations with a very practical vocabulary (such as quastions about proper behaviour in the classroom, words about family, house, clthes, parts of the body, food) the children are invited to play with the language they have already learned. (using games such as word searches, crosswords, matching and colouring games, , songs, correct and wrong answers). All these exercises, comined with a cd, images that the children have to cut or stick, make the process of learning English more creative and closer to their dynamic of discovering the world.  All the games and activities are designed to improve their knowledge of the language itself and they have a very pedagogical purpose, making the children think and create relations between a word and the object. Amongst the strong points of this book, I should point out the class projects, that envolve team work, more research about the countries that belong to the United Kingdom, and the pages dedicated to some curiosities related to the Anglophone world (the oldest zoo in Europe, the English royal faily etc.) Learning of a language is not just memorising of words and phrases, it is a strong identification with a culture, and it must be fomented very early in order to shaw to the children that a language is allso a form of thinking, living and expressing our feelings and concern about ourselves and the Others that surround us.
The Storybook that accompanies the book that should be used in the clasroom contains drawings and shapes that must be coloured (for Christmass, Easter, Carnival etc.) and there is no story or verbal explanation about any of the customs, traditions or festivals mentioned , and it could be one of the most serious "mistakes" in this manual. A fantastic idea in this manual is the existence of a "certificate" in the end, which confirms the rresults and the level achieved. This certificate serves to motivate the pupils to study even more and harder, not only to pass a test or to have good marks, but for the own pleasure and for the sake of the intellectual development.
However, it is recomended to use books and manuals in the classroom, because the process of learning must not be just a funny time spent at school and it must be presented as a hard and serious procedure that developes the children's tallents and closeness to studing and learning.

miércoles, 19 de diciembre de 2012

Љермонтов на српском

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Молитва Лермонтов

Не обвиняй меня, Всесильный,
И не карай меня, молю,
За то, что мрак земли могильный
С ее страстями я люблю;

За то, что редко в душу входит
Живых речей Твоих струя,
За то, что в заблужденье бродит
Мой ум далеко от Тебя;

За то, что лава вдохновенья
Клокочет на груди моей;
За то, что дикие волненья
Мрачат стекло моих очей;

За то, что мир земной мне тесен,
К Тебе ж проникнуть я боюсь,
И часто звуком грешных песен
Я, Боже, не Тебе молюсь.

Но угаси сей чудный пламень,
Всесожигающий костер,
Преобрати мне сердце в камень,
Останови голодный взор;

От страшной жажды песнопенья
Пускай, Творец, освобожусь,
Тогда на тесный путь спасенья
К Тебе я снова обращусь.

Молитва  Љермонтов

Не криви ме, Свемоћни
и не карај ме, молим,
зато што мрак земље, гробни
са њеним страстима волим.

За то што ретко у душу улази
Живих речи Твојих струје
Зато шзо у заблуди броди
мој ум далеко од Тебе.

За то што лава надахнутости
клокоће на грудима мојим
зато што дивље узбуђености
мраче стакло очију мојих.

Зато што ми је земни свет тесан
и да проникнем к Теби ја се бојим
и што сее звуком грешних песама
ја, Боже, али не Теби молим.

Но, угаси овај чудни пламен
ломачу од које горим сав
преобрати ми срце у камен
гладно зурење заустави.

 Од страшне жеђи песама певања
Допусти, Творче, да сеизбавим
Тада ћу на тесни пут спасења
Теби поново да се обратим.

Превод: Анамарија Мариновић

sábado, 15 de diciembre de 2012

s a eterna atualidade de Anna Karenina

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Título do filme: Anna Karenina
duração: 130 min.
Género: Drama
Com: Aaron Johnson, Keira Knightley, Kelly Mc Donald, Jude Law
Realizador: Joe Wrught
Cinema: UCI, Dolce Vita Tejo

Mais uma versão  cinematográfica da célebre história de amor trágico da mulher adúltera em pleno século XIX na Rússia imperial, dividida entre a lei da sociedade e de Deus, o amor incondicional pelo seu filho e os sentimentos pelo seu amante. Mais uma visão artística do drama humano, das facetas do amor, da hipocrisia, do respeito e desrespeito das regras e convenções sociais.
Muito originalmente imaginada como uma peça de teatro dentro do filme, esta versão de Anna Karenina merece uma atenção especial e tem como objectivo mostrar a vida e o mundo como um grande teatro, em que as pessoas são os protagonistas e criadores do seu próprio drama, como também revela a ideia de se salientarem a falsidade e a farsa das pessoas que rodeiam Anna, o seu marido Alexei Alexandrovich e o conde Vronsky. Presta-se muita atrenção aos pormenores (olhares das damas nos bailes, os seus risos, a sua forma de andar, de se vestir), o que não apenas fala a favor da qualidade da realização, como também enquadra o espectador melhor no contexto histórico, social e cultural da obra, mostrando ao mesmo tempo a universalidade do tema.
Os trajos, a música, a excelente actuação e a caracterização bastante aprofundada de algumas personagens (nomeadamente Levin, jovem idealista, filósofo e anti-conformista que deseja ter a felicidade ao lado da mulher amada), o marido de Anna 8um fariséu políticamente correcto que respeita as leis e as convenções sociais ao pé da letra, vivendo muito  bem o seu papel de vítima face aos círculos sociais em que se movimenta).
O filme peca na insuficiente caracterização da figura do conde Vronsky, cujo amor por uma mulher casada perde a sua dimenssão trágica (no romance ele vai à guerra e morre), reduzindo-o apenas a um frívolo sedutor. A tragédia de Anna não reside tanto no facto de ser rejeitada pela sociedade muito mais imoral que ela, mas na sua impossibilidade de reconciliar o seu papel de mãe e o seu amor pelo amante, sendo constantemente crucificada entre o filho legítimo e os seus sentimentos proibidos, e uisso não parece ser bastante sublinhado ensta versão cinematográfica.
Sincero, forte, artisticamente bem sucedido, este é um dos filmes que sem dúvida vale a pena ver e reflectir sobre ele, porque novamente põe a tónica no amor, a capacidade da entrega e de (auto) sacrifício, o adultério , o pecado, a rebeldia e o conformismo, destacando mais uma vez que os clássicos literários são uma fonte inesgotável de inspiração para os artistas.

miércoles, 12 de diciembre de 2012

e tu? Tens a tua estrela azul?

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...
Plava zvezda
Miroslav Antic


Iza suma,iza gora,
iza reka ,iza mora,
zbunja, trava,
opet nocas tebe ceka
cudna neka zvezda plava.

Cak i ako ne verujes,
probaj toga da se setis.
Kad zazmuris i kad zaspis,
ti pokusaj da je cujes,
da odletis,
da je stignes i uhvatis
i sacuvas kad se vratis.

Ali pazi: ako nije
sasvim plava, sasvim prava,
mora lepse da se spava:
da se sanja do svitanja.

Mora dalje da se luta.
Tristo puta.
Petsto puta.

Mora dugo da se nadje.
Treca.
Peta.

Mora u snu da se zadje
na kraj sveta.

I jos dalje iza kraja:
do beskraja.

Mora biti takve zvezde.
Sto se cudis.
Pazi samo da je negde
ne ispustis dok se budis.

Jednog dana,
jedne noci,
ne znam kada, ali znam tacno,
izgledace nebo bez nje
tako prazno, tako mracno.

I sva sunca,
sve lepote
i sve oci sto se jave,
nikad bez nje nece biti
sasvim tvoje sasvim prave.

Ja ti necu reci sta je
ova zvezda cudna, sjajna.
Kad je nadjes - sam ces znati.
Sad je tajna....
Estrela azul Miroslav Antic
 Detrás dos bosques, detrás dos montes,
detrás dos rios, detrás dos mares
arbustos, ervas
outra vez esta noite está à tua espera
uma estranha azul estrela.
Mesmo se não acreditas
tenta recordá-lo
ao fechares os olhos e adormeceres
tu tenta escutá-la
tenta voar
alcançá-la e apanhá-la
i ao voltares guardá-la.
Mas, cuidado: se não é
toda azul, toda verdadeira
deve dormir-se da mais bela maneira
sonhar-se até ao amanhecer.
Deve mais longe deambular-se
trezentas vezes,
quinhentas vezes.
Deve outra coisa encontrar-se.
Terceira.
Quinta.
Deve no sonho entrar-se
no  fim do planeta.
E mais longe detrás do fim
até eo sem fim.
Deve haver tal estrela
Por que te estranhas
mas cuidado para não a deixares cair
quando acordas.
Um dia,
uma noite
não sei quando, mas sei ao certo
parecerá o céu sem ela
tão escuro, tão deserto.
E todos os sóis
todas as belezas
e todos os olhos que aparecerem
nunca serão sem ela
todas tuas todas verdadeiras.
Eu não te direi o que é
esta estrela estranha luminosa
quando a encontrares, sozinho sabarás
agora é misteriosa..
 Tradução:
Anamarija Marinovic

martes, 4 de diciembre de 2012

O nosso mundo de Florbela Espanca em Sérvio

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...


O Nosso Mundo     Florbela Espanca
 Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno!
Poisando em ti o meu amor eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos...
O teu olhar em mim, hoje, é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e pressagos!

A vida, meu Amor, querо vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!...

Наш свет Флорбела Шпанка


Ја испијам  Живот,Живот дугим гутљајима
Као из Фалерна вино божанствено!
Спуштајући на те моје зрење вечно
као што се спушта лишће по језерима...

Сни су моји још су нејаснији сада.
Твој поглед на мени садје још нежнији
Живот више није пакао црвени...
сав од утвара тужних и од предсказања!

Живот, Љубави моја, хоћуда га живим!
У истом пехару подигнутом рукама твојим
да га испијамо са уснама нераѕдвојним!

Шта је важан свет и илузије покојне?
Шта је важан свет и његове залудне гордости?
Свет, Љубави...? Наше усне спојене!


превод:
Анамарија Мариновић


lunes, 3 de diciembre de 2012

"Fumo" de Florbela em Sérvio

BEM-VINDOS AO APAIXONANTE MUNDO DE LETRAS PRECIOSAS E IMAGENS ENCANTADORAS, SEJAM LEITORES, OBSERVADORES, CRÍTICOS E PALAVRÓFILOS, LEIAM, LEIAM, LEIAM. MESMO QUE UM PROVÉRBIO POPULAR SÉRVIO DIGA QUE "A CABEÇA É MAIS VELHA QUE O LIVRO", ISTO É QUE O PENSAMENTO É MAIS ANTIGO QUE A ESCRITA, LEIAM, ISSO AGUÇA O ESPÍRITO, ENRIQUECE O VOCABULÁRIO E A ALMA, DESPERTA A CURIOSIDADE E FAZ VOS PALAVRÓFILOS CURIOSOS TAMBÉM...

Fumo
Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
  Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!


Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...


Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...


 Дим  Флорбела Шпанка

Далеко од тебе пусти су пути,
далеко од тебе месечине ни ружа нема
Далеко од тебе има ноћи што ћуте
Има дана без топлоте и стреха без гнезда!

Моје очи две су сиротице старе
По зимским ноћима изгубљене...
отворене, сањају руке за миловање
Твоје руке слатке, нежностима испуњене!

Дани су јесени; плачу... плачу...
има љубичастих хризантема бледих
има шапата од тајни оболелих....

Призивам наш сан! Руке ширим!
и он је, о, Љубави моја, по просторима
дим лагани што измиче ми међу прстима!...
Превод:
Анамарија Мариновић