Entradas populares

martes, 4 de septiembre de 2012

guía para los docentes del español como lengua extranjera


María Luisa Coronado González, Javier García González, Alejandro R. Zarzalejos Alonso
Curso Superior de Esoañol para extranjeros
Lengua y Civilización
 “A Fondo”, SGEL, Madrid, 1999,310 pp.


 El libro que se presenta aquí, “A Fondo” lo recomienda el Ministerio  de Eduvcación y Cultura de España como muy apropiado para las pruebas del DELE (Diploma de Español como Lengua Exrtanjera). Está dedicado a los estudiantes de un nivel avanzado de la lengua española que quieren ampliar no solamente sus conocimientos de vocabulario, sino también los de la cultura y civilización española e hispanoamericana. Se divide en dieciocho capítulos, cuyos títulos son muy interesantes: empiezan como los refranes populares que  se usan con mucha frecuencia en todo el mundo hispánico
Por ejemplo:” De tal palo...”, o  “Cada oveja...” Ésta es una buena forma de que los alumnos empiecen a conocer varios segmentos culturales de los países de habla hispana.  Cada capítulo está dividido en siete partes: ¿Tú qué crees?,donde se pide la participación del alumno (respuestas a algunas preguntas, comparación y análisis de unos textos breves, la descripción de lo que pasa en las fotografías etc), Con textos, donde se exponen variostextos de lectura que abarcan varios temas actuales y de gran interés, como por ejemplo: la situación linguística en España, el comportamiento de los jóvenes en los bares, se explican fas fiestas de los Sanfermines,el franquismo etc.), lo que ayuda al alumno a obtener una información directa y completa  sobre algunos aspestos fundamentales de la vida en las zonas hispanohablentes. En la rúbrica llamada “ Palabra por palabra” el alumno tiene la opotrunidad de conocer y hacer una distincción entre  la variante peninsular e hispanoamericana del español,de aprender algunos elementos del lenguaje coloquial, o mejorar su vocabulario utilizando una gran czntidad de sinónimos. En este segmento del libro se pide que el alumno rellene los huecos o que relacione dos columnas de palabras etc. 

La parte “ Lo que hay que oír" incluye el uso de los casetes, porque se presta atención en la fonética, en  los aspectos de la lengua pronunciada por los hablantes nativos. Es una actividad necesaria para que los estudiantes puedan mejorar su pronunciación y escuchar la lengua viva sin que el contexto les suene artificial. Las unidades gramaticales se elaboran en la parte del libro llamada ”Materia prima”. Como los autores piensan que los alumnos del nivel avanzado ya dominan bien la gramática del español, los recuerdan a algunos matices linguísticos que podrían presentar dificultades en el habla, como por ejemplo la diferencia entre los verbos quedar y quedarse, o el uso de algunos prefijos y sufijos frecuentes etc. 
En la sección “Dimes y diretes” el alumno debe dar su opinion sobre algún tema, o relacionar las expresiones con sus definiciones, trabajar en grupos o parejas y hacer listas de palabras que se pidan de él etc. 
La última unidad de cada capítulo “A tu aire” , el alumno tiene  que demosrtar cuánto sabe sobre la cultura española o hispanoamericana, las fotos de los personajes famosos con sus nombres, componiendo pequeñas redacciones sobre ellos. 
Despuês de algunas lecciones existen test de gramática y vocabulario, apropiados para los exámenes del DELE, anteriormente mencionados.  Desde el punto de vista metodológico, se combinan los métodos y técnicas contemporáneas, para que la enseñanza del idioma sea interactiva, y para que el papel del alumno deje de ser pasivo.  Una de las instituciones públicas que usa este método en sus cursos superiores es el Liceo Filológico en Belgrado, y hasta ahora se ha mostrado bastante eficaz. El que el libro “A Fondo” se utilice en este liceo, dice lo suficiente de su seriedad y eficiencia porque los alumnus del Liceo Filológico empiezan a utilizar so´lo el español en la sala de clases ya a parrtir del Segundo semester del primer año de escuela secundaria y en los niveles avanzados lo dominan ya tanto que el libro de texto  “A Fondo" apenas les ayuda a perfeccionar y profundizar sus conocimientos.

lunes, 3 de septiembre de 2012

o (des)encanto da Europa Unida

Crítica de "A Europa Desencantada Para Uma Mitologia Europeia"LOURENÇO, Eduardo (2005) A Europa Desencantada Para Uma Mitologia Europeia, Gradiva Publicações, Lisboa, 240 pp.
Publicada pela primeira vez em 1993 como uma espécie de edição alargada da obra L' Europe Introuvable, A Europa Desencantada, Para uma Mitologia Europeia Para Uma Mitologia Europeia representa mais uma obra significativa no percurso europeísta do grande pensador português Eduardo Lourenço. 
Embora a duplicidade de sentidos da palavra "desencantada" no título possa confundir um pouco o leitor, porque à primeira vista não se sabe se o que o livro vai abordar é a desilusão com a ideia de uma Europa unida ou se dá a saber que a Europa finalmente conseguiu encontrar (desencantar) o seu verdadeiro caminho, este conjunto de ensaios é de facto uma reflexão profunda sobre todas as vantagens e desvantagens de ser-se europeu e de pertencer à União Europeia.
Observando por um lado a crise política, social e económica atravessada actualmente pelos países europeus, o autor defende a necessidade da criação de uma "mitologia europeia", uma base comum de valores, ideais, crenças, imaginários, que ajudaria os europeus a encontrarem um sentido cultural da Comunidade, que seria capaz de ir para além de meras aspirações económicas, que foram as iniciais razões da criação da actual União Europeia.
Discutindo as questões da identidade europeia e nacional, da globalização, dos centros do poder, das margns, das periferias, das influ^encias e choques culturais dentro do espaço europeu, Eduardo Lourenço debruça-se também sobre a posição de Portugal na Europa, as suas relações com a Espanha e outros países europeus, considera as ideias do nacionalismo, da utopia europeia, da marginalização da Europa perante o crescente poder dos estados Unidos, do Japão, e dos países islâmicos.
Nsta colectânea de ensaios abordam-se também a "antiga" e a "nova ordem mundial", expõem-se algumas das possíveis causas dos vários surtos do nacionalismo na Europa, observam-se os estereótipos e preconceitos sobre a europa no imaginário português e reflecte-se sobre o caminho e as alternativas em que portugal deve pensar para se sentir e considerar realmente europeu, sem ter que descartar o valor do seu passado histórico.
No que se refere à situação da Sérvia e alguns outros países balcânicos, Lourenço demonstra os seus profundos conhecimentos do ponto da situação em cada um deles e dá o seu diagnóstico imparcial sobre todas as vantagens e desvantagens do caminho em direcção às integrações europeias.
Dividida em duas partes, sendo a primeira mais defensora de uma Europa unida e a segunda um pouco mais céptica, a Europa desencantada Para uma Mitologia Europeia é uma obra complexa, que pretende esclarecer algumas das incógnitas e dúvidas mais importantes no leque das possibilidades entre ser e não ser europeu. 
Desde "Um europeu à procura da europa" até "Da identidade europeia como labirinto" esta colectânea discute e defende as ideias e os valores comuns da cultura europeia, salientando a necessidade e urgencia de uma mitologia comum, aparentemente um dos pilares mais importantes da construção europeia, mostrando também que o sonho de uma grande comunidade unida ainda não terminou e que os cidadãos da europa devem lutar por aumentar a consciência sobre o seu lugar e o lugar do seu continente na História universal. Esta obra pretende mostrar que apesar de todas as crises e divergências, a pesar dos cepticismos e atitudes reservadas em relação à europa, ela ainda tem forças para resistir e continuar a ter uma importância extraordinária no mundo actual.
Além do grande valor documental,  há-que salientar também o valor estético, linguístico e estilístico desta obra, que no conjunto da criação ensaística de Lourenço ocupa um espaço notável e de grande mérito.

sábado, 1 de septiembre de 2012

paranormal phenomena, visions and "extraordinary gifts"

LAZARUS, Diane (2007), Mixed Blessings, Arrow Books, london, 198 pages
Although it pretends to be more than a story about "a frightened child with an exceptional gift" (which, in fact, is quite a mediocre and predictable narrative about a drunk and violent father who humiliates his wife and is not particularly fond of his children), the novel "Mixed Blessings" written by Diane Lazarus tries to persuade the readers that paranormal phenomena and some strange and unlikely things such as communication with the spirits of  dead people, hearing voices within the head, visions and predictions of the future are not just possible but also desirable, acceptable and recomendable.
Mirrors that go misty when something is wrong, psychic wall screens, the power of concentration that can calm a crying baby down are not convincing enough to be considered as parts of the author's extraordinary gift.
The author, being simultaneously the narrator of the story and its main character, presents herself all the time as a wonderful sister, daughter, friend and wife, but if in her native family there were four children, and she speaks with more details only about her brother Gary, her sister Debbie and herself, we can think about why the fourth child is so insignificant in her lufe that he was hardly mentioned. Seeing herself at the same time as a victim (especially in her childhood and in her relationships with her first husband and later on with Kevin) and as a perfect  creature, heeler, saviour of lives and families, Diane never admits that she can also make some mistakes. Instead of having read  so many books on meditation, psychic disorders and paranormal phenomena, she could have spend more time with Kevin and her children, and he couldn't be seen with a beautiful girl that appeared in her vision, so that was absolutely her fault. It is not explained how and why a silent and well-mannerded guy that was her first love, became a violent and intolerant man, but it was very explicite that some voices, strange events, and of course a malevolent shadow of her father's tried to stop and prevent their wedding and happiness.
Using the capacity of "reading" people's past, Diane showed that she likes very much to appear in TV programmes, raddio, newspapers, that she is happy to be involved in police investigations of mystherious murders, although sometimes she seems to be exausted and angry about all her fame, but still she continues doing that, affirming at the last page of the book that "it is just the beginning".
Putting the guardian angel at the same level as the mystherious Lined Man, the spirits of her dead relatives and the souls of the victims of cruel crimes and considering Jane, died from  a cancer an Archagel, from the point of view of the Christian religion can be considered a heresy.
Presenting herself as a superior creature who is never wrong, and can find a lost child faster than a dog and better than a helicopter, the author of this novel just wants to draw attention to herself and to sell her book, being admired as a woman with a huge heart and big and generous soul. (although she wasn't right about Mark's dead body when she said "it was in water somehoow")
When she told her sister: " You will marry a man called Stephen", she could have been right and convinced in the truth of her vision, as well as her sister could have retained that information in her subconsciousness and she could have convinced herself that she in fact would marry a guy with that name.
Although it is very well-known that all the "fortune tellers, mediums, psychics and other people who claim that they can predict the future can know something, but of course not everything, Diane wants the readers to believe that absolutely each one of her "visions" was an unmistakable truth and that her "spiritual guides" were never wrong.
The book is all about  destiny, the future,  visions and other unexplainable phenomena, but it never questions the idea of how dangerous it would be to know the exact future of the others, including the way they will die. If there is a destiny, what are human freedom and will for? If we can see our own future (and the most of the fortune-tellers say that they actually do not know it), how predictable would our lives be?
There is also a moral dilema: if you know when and how somebody will die, should you or not tell it?
In the case that Diane "previewed" Jane's funeral, she decided to keep visiting her home in order not to keep her hope away, so she showed that she was quite a hypocrit and not a friend.
The main character is not as good as she believes,  because she showed to be quite unable to forgive her own father, even after seeing him ill in the hospital. Instead, she is secretly happy and satisfied when she hears him complaining "why me?"His wonderful and virtuous daughter just thinks: "And why not you?"
Concerning the visions of saints and angels, from the point of view of the Orthodox Christian Church, they must not be taken for granted and they must be interpreted very carefully, because sometimes that visions do come from God, and sometimes there are a mere temptation that makes us think that we are better than the others and superior to them, The belief that we can freely communicate with angels can be just a proof of our vanity and soberbe, which may be Diane lazarus's case.
The personalities of the chataters of the book were not developed enough and their relations should be deepenned and better represented. As to the language and style, some of the sentences such as "the family were devasteted, the poor children left motherless and I was angry und upset" or "He will live and he will call you "Mum" Again" are just old and many times repeated clichés in the easy reading literature.
The only part of the book that is worth reading is the one that describes Diane's social work with elderly people as well as with adults with serious behavioral problems, that  can make this book more interesting than all the visions and predictions that were described.
IThis is a very commercial kind of book that will draw the attention of desperate people with familyy problems, but it has no aesthetic or literary value at all.

discussão da identidade europeia

LOURENÇO, Eduardo (1988),  Nós e a Europa ou as duas Razões, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, biblioteca Temas Portugueses, 142 pp.
Publicada em 1988, relativamente pouco tempo depois da adesão de Portugal à União Europaia, a obra que trouxe ao seu autor o Prémio de Ensaio Charles Veillon, Nós e a Europa ou as duas Razões representa uma das reflexões importantes sobre a identidade portuguesa e europeia, a (im)possibilidade de reconciliar estes dois conceitos. Debatendo estas e outras questões tais como o olhar da Europa para Portugal e Espanha, a cultura, o passado histórico e cultural português, a crise da Universidade enquanto instituição em Portugal, Eduardo Lourenço pretende dar mais ênfase às noções do centro, margem e periferia na Europa e no mundo do ponto de vista económico, político, social, cultural, religioso e ideológico.
Na sua observação do ponto da situação na Europa na altura em que esta colectânea de ensaios foi escrita salienta-se a ideia da diferença e da divisão de um continente "sem nome", antigamente forte e centralizado, em "duas Europas", a "Europa-Europa" (os países mais desenvolvidos como França, Alemanha, Bélgica e os países nórdicos" e a "Europa Menor" (que abrange basicamente Portugal e Espanha). nesta linha de pensamento o autor menciona "a europa católica" e a "Europa protestante", sem sequer ter em conta "a Europa ortodoxa" ou "a Europa socialista". 
Obviamente debruçando-se apenas sobre o lado "ocidental" do continente europeu no sentido mais lato da palavra, Lourenço expõe as suas ideias pró-europeias tal como os problemas que Portugal e Espanha enfrentam no seu caminho das integrações europeias, discutindo também um certo "excesso de peso" que o passado destes dois países tem em relação a um futuro europeu.
Nesta obra colocam-se constantemente as questões de "nós" e os Outros, das fronteiras e das identidades, de "nós" e os "Estrangeiros",  a universalidade e a singularidade usando-se para o pensamento de Miguel Torga relacionado com Portugal a metáfora de David e Gilías, e sendo o Estrangeiro visto como a segunda personagem da célebre história. A imagem do Estrangeiro como Golías convida o leitor a reflectir se o Outro deve necessariamente ser encarado como uma ameaça ou como um perigo.
Há que salientar que alguns dos ensaios desta colectânea foram escritos em francês ("L' Europe et Nous", "Camões et l' Europe", " Le Romantisme et Camoens" e "Envoi et Adieu à Madeleine",)  podendo as razões para esta opção ser múltiplas: desde o desejo do autor de chamar a atenção do público francófono para alguns aspectos da cultura portuguesa, até a "comunicação assimétrica" entre Portugal e França ou ainda a tendência de se afirmar que é possível tratar as duas línguas e culturas em questão por igual e sem necessidade para um sentimento de inferioridade ou superioridade de nenhuma delas.
Nesta fase da reflexão dos temas europeus A Europa, para Eduardo Lourenço é ainda um espaço inexplorado, que faz com que os Portugueses sintam por ela simultaneamente o ressentimento e o fascínio, colocando-os perante a escolha entre a glorificação do próprio passado e ao mesmo tempo idealização da europa desenvolvida.
Esta colectânea  de ensaios de forma crítica e analítica, objectiva e imparcial sempre que possível, reflecte sobre Portugal como entidade, a sua posição na europa e no mundo, o choque entre as diversas culturas,  a memória, a imagem que se tem sobre si próprio e sobre os Outros, oferecendo aos leitores um excelente material para a discussão, observação e desenvolvimento do espírito crítico.
Crítica de "Nós e a Europa ou as Duas Razões"

miércoles, 29 de agosto de 2012

o exótico, o fantástico e o insólito na viagem pelos mares do Sul

POE, Edgar Allan (2007) A Narrativa de A. Gordon Pym,  Publicações Europa-América, Diário de Notícias, Lisboa, 141 pp.
Publicada pela primeira vez em 1837 com o seu título completo The Narrative of Arthur Gordon Pym of Nantucket, esta obra representa o primeiro romance, qualificado por alguns críticos também de novela, do célebre escritor americano Edgar Allan Poe.
Este autor, mais conhecido no mundo pela sua tendência de escrever contos curtos, com esta narrativa não deixa de surpreender os leitores, despertando neles o gosto pelo insólito, pelo terror, pelo estranho e pelo exótico
Difícil de ser classificada num só género literário, porque contém elementos de conto, romance, diário de bordo, texto de carácter científico (o que se manifesta na introdução das figuras e desenhos), esta obra também contém alguns dos paratextos literários, tais como o prefácio e a nota final, fazendo a mistura de registos e estilos não apenas possível, mas desejável e inevitável.
Narrando uma série de aventuras de Arthur Gordon Pym e dos seus companheiros de viagens pelos mares do Sul (naufrágios, encontros com nativos das longínquas ilhas, os costumes estranhos como o canibalismo), Edgar Allan Poe leva os leitores aos mundos em que se combinam o real e o imaginário.
Para esta narrativa alguns acontecimentos reais serviram-lhe de inspiração, juntamente com a sua própria experiência de viajante marítimo, sendo por sua vez este livro uma grande fonbte de inspiração para Júlio Vernes e Herman Melville. 
Além do gosto pelas aventuras empolgantres, o insólito e o arrepiante, o que se revela nesta narrativa são o brilhante estilo e a linguagem bem escolhida, o que mais uma vez confirma o génio literário deste autor.
Na altura da sua publicação esta obra dividiu a crítica em dois extremos, uma vez que entre os críticos havia os que menosprezavam a qualidade literária do romance e outros que elogiavam demasiado a sua capacidade de descrever situações no limite entre o fantástico e aquilo que pertence ao domínio do real e compreensível.
Na nota final menciona-se que os últimos dois ou três capítulos da narrativa que ainda faltava rever ficaram destruídos no acidente em que morreu Arthur Gordon Pym. com esta estratégia, por ventura o autor pretende desculpar-se de algumas possíveis falhas que terá cometido ao desenvolver a trama a nível de um romance, como também dá mais um toque de mistério e de imaginação ao seu livro, deixando os leitores na expectativa e ao mesmo tempo confortados com uma explicação razoável para um final súbito.
Mais do que uma leitura recomendável para férias, esta é uma obra que vale a pena ler pela forma de construir a história e as personagens, pelo modo de abordar as quest\oes do desconhecido e do inusitado, sem cair no cliché e sem ser demasiado pretenciosa.

domingo, 26 de agosto de 2012

o amor, a diferença e os preconceitos em "O Gato malhado e a Andorinha Sinhá Uma História de Amor"

AMADO, Jorge (1976) O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá Uma História de Amor,  Editora Récord, Salvador, 59 pp.
Escrita em 1948 como prenda de aniversário do seu filho João Jorge, e publicada quase trinta anos depois, esta obra é uma verdadeira pérola da literatura infanto-juvenil, porque atrai o leitor não apenas com as suas belíssimas ilustrações, mas com a clareza do seu estilo e com a linguegem próxima do povo baiano, com a sua história original e com os temas sérios que toca. Nesta narração, que tem elementos do conto, da fábula e do romance para crianças, o assunto principal é de facto o amor, nas suas diversas variantes (desde a relação convencional do casal de patos, monógamos por força", a relaç\ao aparentemente harmoniosa e sem grandes perturbações dos pais da Andorinha, da poligamiaabundante em ostentação do poder entre o Galo Don juan de Rhode island e as suas numerosas galinhas, sendo a Carijó a sua predilecta, o casamento dos pombos "monógamos por convicção" (embora a sua monogamia seja seriamente posta em causa pelos habitantes do parque quando nasce um ser estranho que fala a língua dos homens e que é chamado de Pombogaio), as numerosas aventuras do Reverendo Papagaio, a triste ilusão da Goiabeira pelo Gato e a profunda e sincera paixão entre o Gato malhado e a Andorinha Sinhá. 
Este romance infanto-juvenil toca também nos assuntos mais sérios como a política (destacada na afirmação de que o mundo necessita de uma "revoluçãozinha" para mudar e ser melhor, tal como no poema da autoria de Estêvão de Escuna que inspirou Jorge Amado, e que apregoa a ideia de que o mundo "só vai prestar para nele se viver" quando um Gato Maltês e uma andorinha chegarem a casar e voar juntos), a tolerância, a aceitação de si próprio com os seus defeitos e virtudes (ilustrada na tentativa fracassada da Goiabeira de seduzir o Gato tornando-se mais bela para ele), o dever de aceitar o Outro e a diferença, o preconceito e os julgamentos precipitados sobre os outros pelas aparências e não pelo que a pessoa tem no fundo.
Nesta obra há também elementos de crítica social, de denúncia das injustiças e convenções estabelecidas, reflexão sobre as leis da natureza e a ordem conhecida das coisas, denúncia da hipocrisia e falsidade, a condena da bisbilhotice e da mentalidade fechada do meio pequeno, há uma crítica irónica das instituições (o casamento e a família por um lado e a Academia e a Igreja por outro).
Além de todas estas questões que levanta O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá pretende desenvolver no leitor o espírito crítico e bom gosto pela leitura, ensina-o a distinguir algumas bases de narratologia e estrutura de uma obra literária, debruça-se sobre a originalidade e o plágio, introduz elementos de versificação (no caso do soneto que o Gato escreve à Andorinha).
O livro fala discretamente sobre a sexualidade, o crescimento e desenvolvimento pessoal, sobre a confiança e lealdade, baseadas no conhecimento mútuo dos que se amam, da posição do indivíduo dentro da comunidade, dos temores, medos e obstáculos que se interpõem na realização feliz de um relacionamento amoroso.
Usando propositadamente alguns dos estereótipos e lugares comuns  na literatura (o percurso e as fases do romance e da paixão dos protagonistas comparada com cada uma das estações do ano, a estrutura parecida com a de um conto de fadas tradicional, o final infeliz de uma história de amor, selado com uma lágrima e uma pétala de rosa da cor do sangue), jorge Amado subverte-os e inverte-os dando um toque original à sua narração.
Esta alegoria da sociedade humana e dos comportamentos dos seus membros, encarnada nas personagens dos animais do parque é uma obra que não se dedica exclusivamente ao público infantil e juvenil, fazendo com que cada leitor reflicta sobre o seu conteúdo mais do que uma vez, porque oferece vários níveis de leitura e de interpretação.

sábado, 25 de agosto de 2012

los Eurekas que mueven el mundo

ASSIMOV, Isaac (1980) Momentos Estelares de la Ciencia,  Alianza Editorial, Madrid, 170 pp.
Si alguna vez se preguntaron qué hubiera sido del mundo si Arquímedes no hubiera salido de la bañera llena de agua de aquella forma eufórica o como seria hoy  la ciencia sin la manzana que cayó del árbol en el momento en que Isaac Newton la vio  qué sería de la civilización moderna sin un paseo dominical de James Watt, en este libro encontrarán historias breves e interesantes sobre algunos de los episodios de las vidas de los célebres científicos del mundo, que cambieron no solamente su percurso personal y profesional, sino también el curso del mundo de los conocimientos y saberes. Desde arquímedes  a Copérnico, de Galileo a Roentgen, de los geniales Piere y Marie Curie, de James Watt a Michael Faraday e Lavoisier, están aquí representados numerosos grandes vultos de las ciencias, teniendo cada uno su indudable mérito para la humanidad.
Haciendo justicia a george Washington Craver, antiguo esclavo negro, que dio resultados memorables en el campo de la agricultura, el autor es ciertamente injusto con muchos otros grandes nombres, aquí no mencionados desde Giordano Bruno, ejemplo de valor y firmeza de sus convicciones, hasta el serbio Nikola tesla, sin quien el domínio de la electricidad sin duda sería mucho más pobre, y para quien está comprobado que algunos de los inventos que hoy se atribuyen a Thomas Alva Edison, son de hecho de su autoría, En el capítulo en que dirige innúmeros elogios a Albert Einstein y a su labor científica, Asimov no menciona con una sola palabra el matrimonio del científico con su colega, brillante investigadora Mileva Maric, su colaboradora, para quien se sabe que también era autora de algunos de sus proyectos. se sabe también que Einstein había enviado el dinero del Premio Nobel, consintiendo tácitamente que todo es relativo, uncluyendo su propio genio y mérito en el área de la física.
Con un lenguaje simple y claro Isaac Asimov muestra que no es necesario tenerse un grado elevado de conocimientos específicos relacionados con la ciencia para entenderse un poco cada una de las ideas geniales a las que llegaron sus autores. Acercando a los vultos de los científicos al lector, el autor consigue despertar el interés del público por las áreas que no le son muy familiares y consigue incentivar el respeto por ellos como personas y por su trabajo.
El brillante estilo y la belleza de las formas e imágenes usadas para presentar a cada uno de los participantes en este libro, se reconcilian de cierta forma las ciencias y las letras, demo0nstrando una vez más que ninguna de las áreas se puede y debe observar y estudiar aisladamente y que cada una tiene sus "momentos estelares".

viernes, 24 de agosto de 2012

la psicologia junghiana nel mondo classico

FRANZ, Marie-Louise von (1997) L' Asino d' Oro, Bollati Boringhieri, torino, 183 pp.
Inspirato nella celebre opera Le Metamorfosi o L' asino d' Oro di Lucio Apuleio (II secolo dopo Cristo), l' unico romanzo che si è conservato completamente fino ad oggi, questo saggio rappresenta un' interpretazione scientifica dei fenomeni studiati da Marie-Louise von Franz. Dopo aversi concentrato nei significati nascosti delle fiabe, le mitologie i sonhi, le scritture degli alchimisti, questa studiosa e collaboratrice di Carl Gustav Jung ha deciso osservare un' opera classsica, spiegando con tutta la naturalità i sibmoli e le formule mitologice nel libro al quale questo lavoro deve il suo titolo,\
Cercando e spiegando con la chiarezza del linguaggio quotidiano e con il rigore della scienza le possibilità interpretative dei personaggi, delle loro azioni e riflrssioni, uqesta ricercatrice si avvicina delle profondezze dell' opera letteraria che analisa usando il metodo e la terminologia junghiana. 
Di questo modo afferma l' esistenza sel Sé, dell' Ombra, della Persona  ed altri concetti del suo grande modelo e professore negli undici capitoli dell' asino d' Oro di Apuleio. Spiega anche l' importanza della completezza divina incarnata nella simbologia del numero quattro nei diversi dei romani. Attroversando le culture e le loro credenze, magie e religioni, rivela come certe divintà molto antiche si hanno transformato ed incorporato nel panteone romano e greco. 
La parte più interessante del saggio di Marie-Louise von Franz è senza dubbi la che spiega il mito dell' Amore e Psiche, occupando, come nel libro latino originale il grande numero di pagine ed avendo una straordinaria importanza nello sviluppo della storia.
Facendo comparazioni col Cristianesimo e le altre tradizioni (l' ebraica, l' egizia), l' autrice fa vedere che tutto nel mondo si può interpretare cercando i punti comuni e le similitudini. Qui si mescolano e studiano le strutture conscienti e le inconscie, le credenze locali e le universali,  quello sublime e quello bestiale, affermandosi più di una volta che il mondo antico è sempre attuale e molto ricco in materiali per l' interpretazione alla luce della psicologia e psicanalisi junghiana.

jueves, 23 de agosto de 2012

confissão de um eu modernista

SÁ-CARNEIRO, Mário de (2006),  A Confissão de Lúcio, Narrativa, Editorial Nova Ática, Lisboa, 162 pp.
 Coemaçando com um prólogo-confissão de Lúcio, que passou dez anos na prisão por causa de um crime que não cometeu, esta novela é uma das obras mais significativas do Modernismo português. Partindo de elementos frequentes no género policial, o crime passional e o triángulo amoroso, esta narrativa coloca perante o leitor algumas das preocupações mais importantes da época: a verosemelhança, a realidade, a individualidade, a alteridade, a aluciinação, as inquietações do íntimo humano. Os fios condutores desta obra são os temas preferidos de Mário de Sá-Carneiro, a sexualidade ambigua e profundamente sentida (nas relações entre Lúcio e Marta) e a reprimida, mas sentida com a mesma intensidade (nos beijos entre Lúcio e o seu amigo Ricardo), a duplicação do eu, a existência do Outro, a loucura como escape da vida real ou como uma alternativa para ela, o uso das cores, dos cheiros, das sensações, a morte como homicídio ou suicídio , o interesse pelo real e o imaginário, pela sensualidade e o desejo.
Além da brilhante forma de construir as personagens, mergulhando no profundo de todas as suas perturbações e inquietações íntimas, um dos pontos mais fortes deste livro são o estilo e a linguagem, que compõem imagens inesquecíveis e bastante originais.  
Sem nunca cair no cliché, nem do ponto de vista da intriga, nem do desenlace final, esta obra está dividida em duas partes completamente diferentes, o que apenas sublinha a importância da duplicidade e da alteridade no universo modernista. O erotismo nunca é vulgar nem exagerado, mesmo quando se trata das alusões e representações homossexuais, a morte nunca é patética e previsível, o que apenas mostra como é possível abordar os temas muito usados na literatura de uma forma única e inovadora.
Esta obra não pretende pôr perante o leitor dilemas morais e não tem a intenção didáctica de corrigir e ensinar, aquilo que parece ser uma das suas funções principais é apresentar uma estética completamente nova e um mundo de ideias artísticas criativas indo para além do imediato e do mais próximo e estimulando a imaginação, a fantasia e o irracional nas pessoas que a lêem.

miércoles, 22 de agosto de 2012

o castelo sinistro

WALPOLE, Horace (1998) El Castillo de Otranto, Unidad Editorial, Madrid, 110 pp.
Escrito em 1765,  El Castilho de Otranto de horace Walpole é o que hoje em dia a teoria literária designa de "novela gótica": una narración cuya acción se desarrolla en un ambiente medieval: un monasterio antiguo, las murallas de un castillo o un escenario que calramente recuerda la Edad Media.  Uno de los elementos obligatorios en este subgénero de la novela es la tragedia de una familia, que tiene que cumplirse como la realización de una maldición o profecía sinistra, 
situada en la Italia medieval, la acción de esta obra envuelve la figura dominante del tirano sin escrúpulos, Manfredo, un príncipe usurpador que por su ambición del poder y por el miedo a que su estirpe se extinga pretende casar a su hijo Conrado, joven enfermizo y frágil con la hermosa princesa Isabella, pero su intención no se concretiza porque sin una razón explicable, su hijo es matado por un yelmo de tamaño extraordinario. Su tiranía y falta de respeto por todos y por todo va aumentando a lo largo de la obra, hasta convertirlo en asesino de su propia hija, la bella y virtuosa princesa Matilda en un lugar sagrado.
Mientras que en la novela se mezclan lo real y lo fantástico (los espectros misteriosos, los sonidos extraños en el castillo, la religiosidad que roza los límites de la superstición), se nota también una fuerte presencia de elementos de lo que posteriormente se calificaría de imaginario romántico: los ambientes nocturnos y sombríos, las ruinas, las premoniciones, la luz de luna, el miedo de la maldición.
La obra elabora muchas cuestiones importantes que serán desarrolladas en su plenitud apenas en la época romántica tales como: el libre albedrío frente a la predestinación, la culpa y el perdón, el poder de los asesinos a perdonar, la redención, el amor como consecuencia de los propios sentimientos de los protagonistas o como una decisión combinada de los padres.  Lo que hay que destacar en este libro es también la educación femenina en la ciega obediencia a los padres y maridos, o la creación de un nuevo modelo de la mujer que escoge su propio camino.
No hay que olvidar que se trata de una obra escrita en el siglo XVIII en que el carácter didáctico y pedagógico todavía están muy presentes, lo que se ve en las actitudes de Manfredo, ya arrependido y retirado a la vida sosegada del monacato, en las opiniones y consejos de su esposa Hippolita y en el comportamiento ejemplar de Isabella y Matilda.
Entre todos los personajes el mejor construido es sin duda alguna el príncipe Manfredo, que inicialmente se rige por su vanidad y ambición, por su crueldad y terror, pero que en el final se redime a través de la humildad y sincero arrepentimiento, mientras que los caracteres femininos se reducen al lugar común, al tópico medieval de doncellas bellas y virtuosas, submisas y frágiles,
Tanto en el lenguaje como en la descripción de los ambientes hay muchos estereotipos, pero hay que destacar que esta obra abrió un nuevo camino a la literatura posterior, siendo claramente un antecedente del Romanticismo europeo.