Entradas populares

miércoles, 29 de agosto de 2012

o exótico, o fantástico e o insólito na viagem pelos mares do Sul

POE, Edgar Allan (2007) A Narrativa de A. Gordon Pym,  Publicações Europa-América, Diário de Notícias, Lisboa, 141 pp.
Publicada pela primeira vez em 1837 com o seu título completo The Narrative of Arthur Gordon Pym of Nantucket, esta obra representa o primeiro romance, qualificado por alguns críticos também de novela, do célebre escritor americano Edgar Allan Poe.
Este autor, mais conhecido no mundo pela sua tendência de escrever contos curtos, com esta narrativa não deixa de surpreender os leitores, despertando neles o gosto pelo insólito, pelo terror, pelo estranho e pelo exótico
Difícil de ser classificada num só género literário, porque contém elementos de conto, romance, diário de bordo, texto de carácter científico (o que se manifesta na introdução das figuras e desenhos), esta obra também contém alguns dos paratextos literários, tais como o prefácio e a nota final, fazendo a mistura de registos e estilos não apenas possível, mas desejável e inevitável.
Narrando uma série de aventuras de Arthur Gordon Pym e dos seus companheiros de viagens pelos mares do Sul (naufrágios, encontros com nativos das longínquas ilhas, os costumes estranhos como o canibalismo), Edgar Allan Poe leva os leitores aos mundos em que se combinam o real e o imaginário.
Para esta narrativa alguns acontecimentos reais serviram-lhe de inspiração, juntamente com a sua própria experiência de viajante marítimo, sendo por sua vez este livro uma grande fonbte de inspiração para Júlio Vernes e Herman Melville. 
Além do gosto pelas aventuras empolgantres, o insólito e o arrepiante, o que se revela nesta narrativa são o brilhante estilo e a linguagem bem escolhida, o que mais uma vez confirma o génio literário deste autor.
Na altura da sua publicação esta obra dividiu a crítica em dois extremos, uma vez que entre os críticos havia os que menosprezavam a qualidade literária do romance e outros que elogiavam demasiado a sua capacidade de descrever situações no limite entre o fantástico e aquilo que pertence ao domínio do real e compreensível.
Na nota final menciona-se que os últimos dois ou três capítulos da narrativa que ainda faltava rever ficaram destruídos no acidente em que morreu Arthur Gordon Pym. com esta estratégia, por ventura o autor pretende desculpar-se de algumas possíveis falhas que terá cometido ao desenvolver a trama a nível de um romance, como também dá mais um toque de mistério e de imaginação ao seu livro, deixando os leitores na expectativa e ao mesmo tempo confortados com uma explicação razoável para um final súbito.
Mais do que uma leitura recomendável para férias, esta é uma obra que vale a pena ler pela forma de construir a história e as personagens, pelo modo de abordar as quest\oes do desconhecido e do inusitado, sem cair no cliché e sem ser demasiado pretenciosa.

domingo, 26 de agosto de 2012

o amor, a diferença e os preconceitos em "O Gato malhado e a Andorinha Sinhá Uma História de Amor"

AMADO, Jorge (1976) O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá Uma História de Amor,  Editora Récord, Salvador, 59 pp.
Escrita em 1948 como prenda de aniversário do seu filho João Jorge, e publicada quase trinta anos depois, esta obra é uma verdadeira pérola da literatura infanto-juvenil, porque atrai o leitor não apenas com as suas belíssimas ilustrações, mas com a clareza do seu estilo e com a linguegem próxima do povo baiano, com a sua história original e com os temas sérios que toca. Nesta narração, que tem elementos do conto, da fábula e do romance para crianças, o assunto principal é de facto o amor, nas suas diversas variantes (desde a relação convencional do casal de patos, monógamos por força", a relaç\ao aparentemente harmoniosa e sem grandes perturbações dos pais da Andorinha, da poligamiaabundante em ostentação do poder entre o Galo Don juan de Rhode island e as suas numerosas galinhas, sendo a Carijó a sua predilecta, o casamento dos pombos "monógamos por convicção" (embora a sua monogamia seja seriamente posta em causa pelos habitantes do parque quando nasce um ser estranho que fala a língua dos homens e que é chamado de Pombogaio), as numerosas aventuras do Reverendo Papagaio, a triste ilusão da Goiabeira pelo Gato e a profunda e sincera paixão entre o Gato malhado e a Andorinha Sinhá. 
Este romance infanto-juvenil toca também nos assuntos mais sérios como a política (destacada na afirmação de que o mundo necessita de uma "revoluçãozinha" para mudar e ser melhor, tal como no poema da autoria de Estêvão de Escuna que inspirou Jorge Amado, e que apregoa a ideia de que o mundo "só vai prestar para nele se viver" quando um Gato Maltês e uma andorinha chegarem a casar e voar juntos), a tolerância, a aceitação de si próprio com os seus defeitos e virtudes (ilustrada na tentativa fracassada da Goiabeira de seduzir o Gato tornando-se mais bela para ele), o dever de aceitar o Outro e a diferença, o preconceito e os julgamentos precipitados sobre os outros pelas aparências e não pelo que a pessoa tem no fundo.
Nesta obra há também elementos de crítica social, de denúncia das injustiças e convenções estabelecidas, reflexão sobre as leis da natureza e a ordem conhecida das coisas, denúncia da hipocrisia e falsidade, a condena da bisbilhotice e da mentalidade fechada do meio pequeno, há uma crítica irónica das instituições (o casamento e a família por um lado e a Academia e a Igreja por outro).
Além de todas estas questões que levanta O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá pretende desenvolver no leitor o espírito crítico e bom gosto pela leitura, ensina-o a distinguir algumas bases de narratologia e estrutura de uma obra literária, debruça-se sobre a originalidade e o plágio, introduz elementos de versificação (no caso do soneto que o Gato escreve à Andorinha).
O livro fala discretamente sobre a sexualidade, o crescimento e desenvolvimento pessoal, sobre a confiança e lealdade, baseadas no conhecimento mútuo dos que se amam, da posição do indivíduo dentro da comunidade, dos temores, medos e obstáculos que se interpõem na realização feliz de um relacionamento amoroso.
Usando propositadamente alguns dos estereótipos e lugares comuns  na literatura (o percurso e as fases do romance e da paixão dos protagonistas comparada com cada uma das estações do ano, a estrutura parecida com a de um conto de fadas tradicional, o final infeliz de uma história de amor, selado com uma lágrima e uma pétala de rosa da cor do sangue), jorge Amado subverte-os e inverte-os dando um toque original à sua narração.
Esta alegoria da sociedade humana e dos comportamentos dos seus membros, encarnada nas personagens dos animais do parque é uma obra que não se dedica exclusivamente ao público infantil e juvenil, fazendo com que cada leitor reflicta sobre o seu conteúdo mais do que uma vez, porque oferece vários níveis de leitura e de interpretação.

sábado, 25 de agosto de 2012

los Eurekas que mueven el mundo

ASSIMOV, Isaac (1980) Momentos Estelares de la Ciencia,  Alianza Editorial, Madrid, 170 pp.
Si alguna vez se preguntaron qué hubiera sido del mundo si Arquímedes no hubiera salido de la bañera llena de agua de aquella forma eufórica o como seria hoy  la ciencia sin la manzana que cayó del árbol en el momento en que Isaac Newton la vio  qué sería de la civilización moderna sin un paseo dominical de James Watt, en este libro encontrarán historias breves e interesantes sobre algunos de los episodios de las vidas de los célebres científicos del mundo, que cambieron no solamente su percurso personal y profesional, sino también el curso del mundo de los conocimientos y saberes. Desde arquímedes  a Copérnico, de Galileo a Roentgen, de los geniales Piere y Marie Curie, de James Watt a Michael Faraday e Lavoisier, están aquí representados numerosos grandes vultos de las ciencias, teniendo cada uno su indudable mérito para la humanidad.
Haciendo justicia a george Washington Craver, antiguo esclavo negro, que dio resultados memorables en el campo de la agricultura, el autor es ciertamente injusto con muchos otros grandes nombres, aquí no mencionados desde Giordano Bruno, ejemplo de valor y firmeza de sus convicciones, hasta el serbio Nikola tesla, sin quien el domínio de la electricidad sin duda sería mucho más pobre, y para quien está comprobado que algunos de los inventos que hoy se atribuyen a Thomas Alva Edison, son de hecho de su autoría, En el capítulo en que dirige innúmeros elogios a Albert Einstein y a su labor científica, Asimov no menciona con una sola palabra el matrimonio del científico con su colega, brillante investigadora Mileva Maric, su colaboradora, para quien se sabe que también era autora de algunos de sus proyectos. se sabe también que Einstein había enviado el dinero del Premio Nobel, consintiendo tácitamente que todo es relativo, uncluyendo su propio genio y mérito en el área de la física.
Con un lenguaje simple y claro Isaac Asimov muestra que no es necesario tenerse un grado elevado de conocimientos específicos relacionados con la ciencia para entenderse un poco cada una de las ideas geniales a las que llegaron sus autores. Acercando a los vultos de los científicos al lector, el autor consigue despertar el interés del público por las áreas que no le son muy familiares y consigue incentivar el respeto por ellos como personas y por su trabajo.
El brillante estilo y la belleza de las formas e imágenes usadas para presentar a cada uno de los participantes en este libro, se reconcilian de cierta forma las ciencias y las letras, demo0nstrando una vez más que ninguna de las áreas se puede y debe observar y estudiar aisladamente y que cada una tiene sus "momentos estelares".

viernes, 24 de agosto de 2012

la psicologia junghiana nel mondo classico

FRANZ, Marie-Louise von (1997) L' Asino d' Oro, Bollati Boringhieri, torino, 183 pp.
Inspirato nella celebre opera Le Metamorfosi o L' asino d' Oro di Lucio Apuleio (II secolo dopo Cristo), l' unico romanzo che si è conservato completamente fino ad oggi, questo saggio rappresenta un' interpretazione scientifica dei fenomeni studiati da Marie-Louise von Franz. Dopo aversi concentrato nei significati nascosti delle fiabe, le mitologie i sonhi, le scritture degli alchimisti, questa studiosa e collaboratrice di Carl Gustav Jung ha deciso osservare un' opera classsica, spiegando con tutta la naturalità i sibmoli e le formule mitologice nel libro al quale questo lavoro deve il suo titolo,\
Cercando e spiegando con la chiarezza del linguaggio quotidiano e con il rigore della scienza le possibilità interpretative dei personaggi, delle loro azioni e riflrssioni, uqesta ricercatrice si avvicina delle profondezze dell' opera letteraria che analisa usando il metodo e la terminologia junghiana. 
Di questo modo afferma l' esistenza sel Sé, dell' Ombra, della Persona  ed altri concetti del suo grande modelo e professore negli undici capitoli dell' asino d' Oro di Apuleio. Spiega anche l' importanza della completezza divina incarnata nella simbologia del numero quattro nei diversi dei romani. Attroversando le culture e le loro credenze, magie e religioni, rivela come certe divintà molto antiche si hanno transformato ed incorporato nel panteone romano e greco. 
La parte più interessante del saggio di Marie-Louise von Franz è senza dubbi la che spiega il mito dell' Amore e Psiche, occupando, come nel libro latino originale il grande numero di pagine ed avendo una straordinaria importanza nello sviluppo della storia.
Facendo comparazioni col Cristianesimo e le altre tradizioni (l' ebraica, l' egizia), l' autrice fa vedere che tutto nel mondo si può interpretare cercando i punti comuni e le similitudini. Qui si mescolano e studiano le strutture conscienti e le inconscie, le credenze locali e le universali,  quello sublime e quello bestiale, affermandosi più di una volta che il mondo antico è sempre attuale e molto ricco in materiali per l' interpretazione alla luce della psicologia e psicanalisi junghiana.

jueves, 23 de agosto de 2012

confissão de um eu modernista

SÁ-CARNEIRO, Mário de (2006),  A Confissão de Lúcio, Narrativa, Editorial Nova Ática, Lisboa, 162 pp.
 Coemaçando com um prólogo-confissão de Lúcio, que passou dez anos na prisão por causa de um crime que não cometeu, esta novela é uma das obras mais significativas do Modernismo português. Partindo de elementos frequentes no género policial, o crime passional e o triángulo amoroso, esta narrativa coloca perante o leitor algumas das preocupações mais importantes da época: a verosemelhança, a realidade, a individualidade, a alteridade, a aluciinação, as inquietações do íntimo humano. Os fios condutores desta obra são os temas preferidos de Mário de Sá-Carneiro, a sexualidade ambigua e profundamente sentida (nas relações entre Lúcio e Marta) e a reprimida, mas sentida com a mesma intensidade (nos beijos entre Lúcio e o seu amigo Ricardo), a duplicação do eu, a existência do Outro, a loucura como escape da vida real ou como uma alternativa para ela, o uso das cores, dos cheiros, das sensações, a morte como homicídio ou suicídio , o interesse pelo real e o imaginário, pela sensualidade e o desejo.
Além da brilhante forma de construir as personagens, mergulhando no profundo de todas as suas perturbações e inquietações íntimas, um dos pontos mais fortes deste livro são o estilo e a linguagem, que compõem imagens inesquecíveis e bastante originais.  
Sem nunca cair no cliché, nem do ponto de vista da intriga, nem do desenlace final, esta obra está dividida em duas partes completamente diferentes, o que apenas sublinha a importância da duplicidade e da alteridade no universo modernista. O erotismo nunca é vulgar nem exagerado, mesmo quando se trata das alusões e representações homossexuais, a morte nunca é patética e previsível, o que apenas mostra como é possível abordar os temas muito usados na literatura de uma forma única e inovadora.
Esta obra não pretende pôr perante o leitor dilemas morais e não tem a intenção didáctica de corrigir e ensinar, aquilo que parece ser uma das suas funções principais é apresentar uma estética completamente nova e um mundo de ideias artísticas criativas indo para além do imediato e do mais próximo e estimulando a imaginação, a fantasia e o irracional nas pessoas que a lêem.

miércoles, 22 de agosto de 2012

o castelo sinistro

WALPOLE, Horace (1998) El Castillo de Otranto, Unidad Editorial, Madrid, 110 pp.
Escrito em 1765,  El Castilho de Otranto de horace Walpole é o que hoje em dia a teoria literária designa de "novela gótica": una narración cuya acción se desarrolla en un ambiente medieval: un monasterio antiguo, las murallas de un castillo o un escenario que calramente recuerda la Edad Media.  Uno de los elementos obligatorios en este subgénero de la novela es la tragedia de una familia, que tiene que cumplirse como la realización de una maldición o profecía sinistra, 
situada en la Italia medieval, la acción de esta obra envuelve la figura dominante del tirano sin escrúpulos, Manfredo, un príncipe usurpador que por su ambición del poder y por el miedo a que su estirpe se extinga pretende casar a su hijo Conrado, joven enfermizo y frágil con la hermosa princesa Isabella, pero su intención no se concretiza porque sin una razón explicable, su hijo es matado por un yelmo de tamaño extraordinario. Su tiranía y falta de respeto por todos y por todo va aumentando a lo largo de la obra, hasta convertirlo en asesino de su propia hija, la bella y virtuosa princesa Matilda en un lugar sagrado.
Mientras que en la novela se mezclan lo real y lo fantástico (los espectros misteriosos, los sonidos extraños en el castillo, la religiosidad que roza los límites de la superstición), se nota también una fuerte presencia de elementos de lo que posteriormente se calificaría de imaginario romántico: los ambientes nocturnos y sombríos, las ruinas, las premoniciones, la luz de luna, el miedo de la maldición.
La obra elabora muchas cuestiones importantes que serán desarrolladas en su plenitud apenas en la época romántica tales como: el libre albedrío frente a la predestinación, la culpa y el perdón, el poder de los asesinos a perdonar, la redención, el amor como consecuencia de los propios sentimientos de los protagonistas o como una decisión combinada de los padres.  Lo que hay que destacar en este libro es también la educación femenina en la ciega obediencia a los padres y maridos, o la creación de un nuevo modelo de la mujer que escoge su propio camino.
No hay que olvidar que se trata de una obra escrita en el siglo XVIII en que el carácter didáctico y pedagógico todavía están muy presentes, lo que se ve en las actitudes de Manfredo, ya arrependido y retirado a la vida sosegada del monacato, en las opiniones y consejos de su esposa Hippolita y en el comportamiento ejemplar de Isabella y Matilda.
Entre todos los personajes el mejor construido es sin duda alguna el príncipe Manfredo, que inicialmente se rige por su vanidad y ambición, por su crueldad y terror, pero que en el final se redime a través de la humildad y sincero arrepentimiento, mientras que los caracteres femininos se reducen al lugar común, al tópico medieval de doncellas bellas y virtuosas, submisas y frágiles,
Tanto en el lenguaje como en la descripción de los ambientes hay muchos estereotipos, pero hay que destacar que esta obra abrió un nuevo camino a la literatura posterior, siendo claramente un antecedente del Romanticismo europeo.

martes, 21 de agosto de 2012

fortaleza y fuerza del hombre contemporáneo

BUZZATI, Dino (2009) El Desierto de los Tártaros, Alianza Editorial, Madrid, 254 pp.
En muchas obras literarias del siglo XX la fortaleza ha sido la metáfora por excelencia de la soledad y del aislamiento del hombre contemporaneo. Cuando a esta imagen se junta la rigidez de las reglas militares y la dureza de la vida cotidiana en una fortaleza casi olvidada y que nadie lleva en serio, se obtiene una gran novela, la obra más célebre del autor italiano Dino Buzzati. 
En el Desierto de los Tártaros, a través de la trayectoria de la vida de Giovanni Drogo, que fue destinado a la fortaleza de Bastioni para pasar apenas cuatro meses y acaba por permanecer allí por el resto de su vida se entrelazan los temas de la soledad, de la rutina, de la incomunicación de sus verdaderos deseos y temores, ni siquiera a la propia madre, la inadaptación (tanto la inicial a la vida del cuartel, a la privación de la libertad y de todo lo que antes le había gustado, como la posterior, cuando el protagonista regresa a su casa), la opción entre la monotonía que al mismo tiempo significa tranquilidad y seguridad y los sueños, las ambiciones, la libertad. Se coloca también la cuestión sobre la medida en que el propio hombre es responsable por sus escojas y fracasos.
Giovanni a lo largo de la novela se busca a si mismo, busca su lugar y su felicidad, pero no consigue encontrarlos porque prefiere o se le impone un camino duro, lleno de angustia e incoprensión, que lo acompañará durante toda su vida.  Cuando después de cuatro años de servicio regresa a su ciudad nmatal, encuentra su cuarto en las mismas condiciones en que lo había dejado, pero nota cambios importantes en todas las personas que habían formado parte de su infancia y su juventud: sus hermanos se habían marchado de casa, su madre rezaba en la iglesia, sus amigos se casaron o siguieron las propias carreras, la joven de quien estaba enamorado de repente se vio muy fútil y distante y él se halla envuelto en su soledad, sus pensamientos y su mundo interior impenetrable como las murallas de la fortaleza militar.
Cuando está de nuevo entre los militares se siente viejo, superado, innecesario, y cuando finalmente comienza la guerra, él no tiene la oportunidad de disfrutarla como un soldado valiente, viéndose enfermo, decrépito y abandonado a su suerte, obligado a pasar sus últimos días en una posada desconocida, lejos de todos y de todo.  Aún así, sonríe a las estrellas en su última noche, acreditando que  dios va a perdonar las culpas de su conciencia no demasiado sobrecargada.
El punto más fuerte de la novela es justamente la descripción de los sentimientos del protagonista frente a la dureza e insensibilidad del mundo exterior, siendo el desierto, la lalnura y la fortaleza las mejores representaciones de la realidad contemporánea en que parecen haberse perdido la sensación de la importancia de los lazos humanos. Cuestionando las fronteras entre la fuerza y la fragilidad, el orgullo y la ambición por un lado y la humildad y la resignación por otro, esta novela revela lo imprescindible que es luchar, aceptarse a sí mismo y aceptar el mundo, avisa lo peligroso que puede ser el conformismo y lo difícil que es hacer las opciones correctas en la vida.

lunes, 20 de agosto de 2012

jade, coyote, águilas y palabras

 PINTO, Margarida (adaptación)Poesía Prehispánica (2007), TRILHAS, Ciudad de México,127 pp.
Desde a temática religiosa con la expresión lírica de un profundo agradecimiento al Dador de la vida, a las reflexiones sobre la belleza de la naturaleza encarnada en la imagen de la miel y de las flores, a la transitoriedad de los bienes terrenales y la muerte, hasta el amor , son apenas algunos pequeños reflexos de las ricas civilizaciones prehispánicas que existían en el actual território de México: la maya y lanáhuatl. A través de estes poemas, a veces rimados y otras en verso libre se pretende transmitir la sabiduría de los antiguos pueblos, su mundividencia,  mitología, cosmogonía, religión, las ideas sobre el individuo y su lugar en la comunidad.
La colección de poemas contiene nueve autores: Cacamatzin de Texoco,  Netzahualcóyotl (cuyo nombre significa León y Coyote),  Tlaltecatin de Cuauchinanco,  Fernando de alva Ixlilxóchitl, (convertido al cristianismo y aliado de Hernán Cortés), Macuilcochitzin, la única poetisa y gran erudita del México precolombino, Aquiauhtzin de Ayapanco, Xicoténactl el Viejo, Acoyucan Cuetzpaltzin, Nezalhualpilli y Axayácatl, y cada uno aportó un poco de su destreza y arte al tejido multicolor de las culturas mexicanas anteriores a la llegada de los conquistadores siendo algunos de los versos más marcantes los siguientes: "La amistad es una lluvia de flores preciosas", "quien ha muerto, se ha vuelto un dios", "libro de pinturas es tu corazón" y muchos otros.
Aunque sea una edición escolar, se trata de una obra con todo el aparato crítico necesario para un estudio serio y complejo de la poesía prehispánica, desde la presentación, a las preguntas que acompañan la lectura y que pretenden activar al lector y envolverlo más en los poemas, al contexto histórico y cultural, el comentario crítico y la tabela cronológica (que el lector tiene que completar, encontrando solo los datos que le faltan, y una breve bibliografía. La  fuente inevitable en la lista de rreferencias bibliográficas que se recomiendan es la Historia General de las Cosas de la Nueva España  de Bernardo sahagún, lo que vuelve esta antología una base digna y sólida para la investigación futura de las civilizaciones náhuatl y maya.
Acompañada de bellísimas ilustraciones en blanco y negro, esta selección de poemas es mucho más que disfrutar de la lectura: es una forma de compartir los conocimientos, es un libro que se guarda u ofrece a los otros con todo el placer de quien quiere aprender un poco sobre este mundo cuya cultura es siempre nueva y que hay que descubrir gradualmente para aumentar la sensación del goce y del entusiasmo.

domingo, 19 de agosto de 2012

o perigo da leitura feminina

BOLLMAN, Stefan (2005), Mulheres que Lêem são Perigosas, Quetzal Editora, lisboa, 148 pp.
"Pois, o amor vive precisamente de palavras, passa a ser escrito com maiúscula, o Amor, o Medo, a Idade, a Morte na teia da linguagem e contamos aquilo que necessitamos, e é de bom grado que que nela nos deixamos enredar", são as palavras com as que Elke Heidenreich no prefácio a esta obra, tentando justificar a necessidade e o direito das mulheres de escreverem e lerem, depraticarem precisamente as actividades pelas que são consideradas perigosas no mundo dominado pelo poder masculino.
Diferentemente do livro deste mesmo autor que promove a escrita feminina, este não apresennta ao leitor as mulheres como seres humanos reais, mas como representações artísticas na pintura e na fotografia ao longo dos séculos. Nos quadros e imagens reunem-se todos os preconceitos sobre a condição da mulher na história (desde a fraqueza da sua razão, a corrupção do seu comportamento virtuoso pela leitura, o desenvolvimento das fantasias sexuais e amorosas), como também todos os reflexos da postura , da curiosidade intelectual, da fé, da seriedade e do "perigo " que se esconde em pensar e questionar o mundo que rodeia a população feminina.
A razão principal pela quel a leitura feita por mulheres assusta os homens que as julgam e desprezam, segundo o autor é: " Quem lê, fica a reflectir, quem reflecte, forma uma opinião, quem tem uma opinião, pode dissidir, quem se torna dissidente, passa a ser inimigo. É  tão simples como isso" (p.13). Esta afirmação explica  a tendência histórica e cultural em muitas sociedades de entender-se a educação feminina como um obstáculo sério para a sua obediência e dependência do homem, e para os seus papéis de noiva, esposa, mãe ou dona de casa. Como livros particularmente perigosos para a psique, a imaginação e o mundo emocional das mulheres, sempre foram consideradas as obras de temática amorosa ou erótica e por isso não é de estranhar que muitos dos pintores tenham imaginado a mulher leitora como nua ou semi-despida,  Em defesa do direito das mulheres de se interessarem pela temática amorosa das suas leituras, Elke Heidenreich  sublinha que "o amor- admito-o com um suspiro- é muito, muito mais forte que a literatura, porém, o amor na literatura é bem mais belo do que na própria vida. Ao menos de vez em quando permite iludir-nos" (p.14). 
Enquanto para as mulheres os sentimentos e a leitura são inseparáveis, inspirando-lhes respeito e amor pelos homens que se dedicam a esta actividade, a leitura feminina é sempre vista com um determinado receio (como se tudo o que lessem se resumisse a cartas dos pretendentes secretos ou a livros imorais).
Stefan Bollman, porém, neste livro apresenta uma visão mais ampla da leitura feita por mulheres, quer que se trate de um acto íntimo e isolado, ou de momentos de prazer partilhado em grupo. De acordo com os títulos de cada capítulo, as mulheres podem ser leitoras abençoadas, tratando-se de religiosas, santas ou aquelas que se dedicam a ler com atenção a Bíblia,  aquelas que passam horas de deleite a ler, as que estão à procura de si próprias, afirmando a sua identidade intelectual.
Entre os pintores que captaram os momentos e emoções das mulheres com os livros nas mãos encontram-se nomes como Miguel Ângelo, Rembrandt, François Boncher,  Henri Matisse, edward Hoper e das fotografias destaca-se a célebre marylin a ler Ulisses de Eve Arnold.
Independentemente de a intenção dos artistas que representaram as mulheres nas suas obras ser a de condená-las ou a de sublinhar o desejo da afirmação feminina no campo da leitura, todas as pinturas e fotografias que se vêem nesta colectânea são verdadeiras joias estéticas e o livro em si, com a grande capacidade analítica e a atenção que dedica aos pormenores, não é apenas um objecto obrigatório na biblioteca de qualquer amante da arte como representa uma apologia que o autor faz da luta das mulheres por conquistarem o fascinante mundo da leitura e das letras.

sábado, 18 de agosto de 2012

la crisis del crecimiento en "El Guardián entre el Centeno" de J. D. Salinger

SALINGER, J. D. (2005) El Guardián entre el Centeno,  Alienza Editorial, Madrid, 228 pp.
Provocó muchas polémicas en el año 1951 en que fue publicado, las autoridades escolares en Estados Unidos exigieron su prohibición por promover todo aquello que estropeaba la juventud (el tabaco, el alcohol, las relaciones sexuales antes del matrimonio y el lenguaje coloquial), el libro de J. D. Salinger El Guardián entre el Centeno es una novela sobre el crecimiento y el descubrimiento de la vida a través de experiencias propias, no siempre muy deseables y socialmente aprobadas (la expulsión de la escuela por malas notas, la vida nocturna y los encuentros con prostitutas, el hecho de no hablar durante un tiempo con los padres).
El protagonista Holden, que inicialmente parece un típico adolescente del siglo XX (perezoso, rebelde, a quien no le gusta hacer nada serio, a veces mal educado en su forma de hablar), en el fondo no es un malo ejemplo para las generaciones jóvenes, sino un chico que pretende encontrar su camino en la vida y hacer sus propias elecciones, aunque estén equivocadas y juzgadas. Aunque a veces miente, es infantil, hace exactamente aquello que más critica, es un personaje profundo, que tiene sus reflexiones auténticas sobre el mundo y las personas que lo rodean.  Cuando se refiere a las experiencias íntimas, destaca que no se tiene que insistir en el sexo si se desea conocer a una chica, es muy romántico cuando describe la sensación de estar de manos dadas con la chica que le gusta, es interesante su opinión sobre los abogados que se enriquecen defendiendo a personas que no lo merecen en vez de "salvar las verdades". 
Lo más emocionante en toda la novela es su relación con la hermana Phoebe, cuyo personaje está muy bien construido. La niña parece ser la única persona a quien él realmente ama, es alguien que le inspira ternura, es una especie de su "voz de conciencia", la única cosa que le gusta es pasar el tiempo con ella, para ella tiene paciencia, la lleva al zoológico y se preocupa cuando ella no quiere ir a la escuela y cuando le dice que se calle. Siendo él mismo el prototipo de un antihéroe, en su íntimo se revelan algunas características muy positivas y deseables, el amor que tiene por su hermana lo vuelve en un carácter complejo que no debe ser juzgado apenas por sus acciones y palabras. Holdden es un chico que entiende del cine y de la literatura, apenas revoltado contra las injusticias  del sistema y mentiras de la sociedad, que a pesar de todos sus errores quiere volver a hablar con sus padres , asistir a la psicoterapia y volver a tener una vida normal.
el título se debe a una fantasía suya de estar escondido en el centeno y que se encuentra al borde del precipicio, protegiendo a los niños y no permitiendo que caigan. Este deseo es un indicador de que pretende avisar a los niños y adolescentes que el camino que él había escogido es peligroso y muchas veces incierto y quiere prevenirlos de los errores que él había cometido en su vida.
Aunque después de la publicación de esta novela el número de casos de jóvenes que abandonaron la escuela o la universidad haya aumentado mucho, aunque el tabaco, el alcohol y la promiscuidad sexual hayan crecido, no se puede decir que el único factor que conllevó a eso fue este libro.
La narración no sigue un riguroso orden cronológico porque los acontecimientos se interrompen con las reflexiones y observaciones del mundo íntimo del protagonista.
La novela a veces peca en el estilo, porque hay demasiadas repeticiones de la expresión "y todo eso", hay también demasiado lenguaje coloquial, pero es una obra que vale la pena leer, especialmente por los monólogos interiores, los estados psicológicos del personaje principal y por su fuerte y próxima relación con Phoebe. Este libro es un clásico,  tiene su indudable valor estético, pero está lejos de ser considerado el mejor libro de la literatura americana de siempre.